O dia 27 de novembro de 1830 ficou marcado pela manifestação da Imaculada Virgem Maria que, do Céu veio trazer-nos o seu retrato da Medalha bendita, à qual por causa dos seus prodígios e milagres, o povo cristão deu o título de Milagrosa.
Era um belo dia de sábado, antes do primeiro domingo do Advento...
Neste dia, estando a venerável irmã Catarina Labouré; da comunidade das Filhas da Caridade, fundada por São Vicente de Paulo, na oração da tarde, nessa Capela da Comunidade, rua du Bac, Paris, a Rainha do Céu se lhe mostrou, primeiro, junto do arco cruzeiro, do lado da epístola, onde hoje está o altar Virgo Potens, e depois por detrás do Sacrário, no altar-mor.
A Virgem Santíssima, diz a irmã, estava de pé sobre um globo, vestida de branco, com o feitio que se diz à Virgem, isto é, subido e com mangas justas; véu branco a cobrir-lhe a cabeça, manto azul prateado que lhe descia até aos pés; o cabelo em tranças, seguro por uma fita debruada de pequena renda, sobre ele pousava, o rosto bem descoberto de uma formosura indescritível.
As mãos, elevadas até à cinta, sustentavam outro globo, figura do mundo, rematado por uma cruzinha de ouro; a Senhora toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la; o rosto iluminou-se-lhe de radiante claridade no momento em que com os olhos levantados para o céu, oferecia ao Senhor esse globo.
Santa Catarina Labouré, canonizada em 27 de julho de 1947 pelo Papa Pio XII, nos deixou, daquele 27 de novembro de 1830, o seguinte relato:
"De repente os dedos cobriram-se de anéis e pedrarias preciosas de extraordinária beleza, de onde se desprendiam raios luminosos para todos os lados, envolvendo a Senhora em tal esplendor que já se lhe não via a túnica nem os pés. As pedras preciosas eram maiores umas, menores outras e proporcionais eram também os raios luminosos."
"O que então experimentei e aprendi naquele momento é impossível explicar."
"Como estivesse ocupada em contemplá-la, a Virgem Santíssima baixou para mim os olhos, e uma voz interior me disse no íntimo do coração: ‘Este globo que vês representa o mundo inteiro e em especial a França e cada pessoa em particular’. Aqui não sei exprimir o que descobri de beleza e brilho nos raios tão resplandecentes. A Santíssima Virgem acrescentou: ‘Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que mas pedem’.”
Oração da Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças
(Para fazer um pedido)
“Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vos pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo- nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades
(momento de silêncio e de pedir a graça desejada)
Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos.
Amém!”
Simbolismo da Medalha Milagrosa
A própria medalha contém as palavras por que a Santa Mãe de Deus quis ser invocada: Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós
Essa inscrição já sintetiza boa parte da mensagem que a Virgem Mãe revelou: a Imaculada Conceição, pela primeira vez objeto de revelação particular, em 1858 ratificada em Lourdes, e transformada em dogma pelo papa Pio IX, com a bula Ineffabilis Deus, e a mediação da Mãe de Deus junto ao seu Divino Filho. Usar essa invocação, portanto, significa acreditar que a Virgem das virgens é a Medianeira Imaculada.
A Virgem Maria prometeu conceder grandes graças a quem usar a sua medalha revelada a Santa Catarina Labouré.
Simbologia:
A serpente: Maria aparece esmagando a cabeça da serpente. A mulher que esmaga a cabeça da serpente, que é o demônio, já estava predita na Bíblia, no livro do Gênesis: "Porei inimizade entre ti e a mulher... Ela te esmagará a cabeça e tu procurarás, em vão, morder-lhe o calcanhar". Deus declara iniciada a luta entre o bem e o mal. Essa luta é vencida por Jesus Cristo, o "novo Adão", juntamente com Maria, a co-redentora, a "nova Eva". É em Maria que se cumpre essa sentença de Deus: a mulher finalmente esmaga a cabeça da serpente, para que não mais a morte pudesse escravizar os homens.
Os raios: Simbolizam as graças que Nossa Senhora derrama sobre os seus devotos. A Santa Igreja, por isso, a chama Tesoureira de Deus.
As 12 estrelas: Correspondem aos doze apóstolos e representam a Igreja. Simbolizam as 12 tribos de Israel. Maria Santíssima também é saudada como "Estrela do Mar" na oração Ave, Stella Maris.
O coração cercado de espinhos: É o Sagrado Coração de Jesus. Foi a Virgem Maria quem o gerou em Seu ventre. Nosso Senhor prometeu a Santa Margarida Maria Alacoque a graça da vida eterna aos devotos do seu Sagrado Coração, que simboliza o seu infinito e ilimitado Amor.
O coração transpassado por uma espada: É o Imaculado Coração de Maria, inseparável ao de Jesus: mesmo nas horas difíceis de Sua Paixão e Morte na Cruz, Ela estava lá, compartilhando da Sua dor, sendo a nossa co-redentora.
O M: Significa Maria. Esse M sustenta o travessão e a Cruz, que representam o calvário. Essa simbologia indica a íntima ligação de Maria e Jesus na história da salvação.
O travessão e a Cruz: Simbolizam o calvário. Para a doutrina católica, a Santa Missa é a perpetuação do sacrifício do Calvário, portanto, ressaltam a importância do Sacrifício Eucarístico na vida do cristão.
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Fonte: Com informações de Portal São Francisco e Wikipédia - Imagens: Imagem de Nossa Senhora das Graças (Medalha Milagrosa), na Igreja de São Vicente de Paulo, em Curitiba, Paraná, Brasil (Foto: Ronald Stresser) e "Medalha Milagrosa" (Wikimedia Commons)