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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Natal: O Nascimento do Cristo Interior

"Quantas vezes, meu amigo, celebraste o Natal de fora? O Natal litúrgico de 25 de dezembro de cada ano? 20, 30, 50 vezes em tua vida?  Foi um verdadeiro Natal — ou apenas um pseudo-Natal?  Foi um Natal — ou foi o teu Natal?  Foi como um fogo pintado na tela — ou foi um fogo real, cheio de força, luz e calor?  Natal sem natalidade não passa de ilusão e mentira...  Que quer dizer Natal onde não haja nascimento do Cristo?  Nasceu ele, é verdade, há 2000 anos, na gruta de Belém — mas não nasceu na gruta de teu coração.  Foi reclinado na singela manjedoura de palha — mas podes tu dizer em verdade: já não sou eu que vivo, o Cristo é que vive em mim?  Ainda que mil vezes nasça Jesus em Belém — se não nascer em ti, perdido estás...  A árvore de Natal que costumas armar em tua casa é bem o símbolo inconsciente do teu pseudo-Natal interior: árvore sem raízes, morta ou moribunda, ostentando lindos enfeites de papel sem vida, frutinhas ocas de celuloide inerte — não é isto que é a tua vida espiritual?  Quanto tempo pretendes ainda “brincar de Natal” — sem celebrar um verdadeiro Natal, um dia natalício do Cristo em ti?  Por que toda essa camuflagem e insinceridade diante de ti mesmo?  Por que não retificas, enfim, todas as tortuosidades da tua vida?  Por que não pões ponto final a toda essa política e diplomacia curvilínea do teu egoísmo e inicias, finalmente, uma vida retilínea de absoluta verdade, honestidade e amor universal?  Quando permitirás que nasça em ti o Redentor — ele, o Caminho, a Verdade e a Vida?  Não imaginas, meu amigo, o que viria a ser para ti esse Natal externo do ano litúrgico, se, de fato, celebrasses o Natal de tua alma.  Não imaginas o que de te diriam a gruta, a manjedoura, os anjos do céu e os pastores da terra, se em ti acontecesse o glorioso simbolizado de que esses fatos históricos são o símbolo longínquo e vago.  Não imaginas em que nova luz de compreensão te apareceria o Cristo do Evangelho se dentro de ti nascesse o Cristo da tua experiência intima, do teu encontro pessoal com Deus.  Se o Cristo fosse para ti, não apenas um artigo de fé aridamente crido — mas uma estupenda realidade intensamente vivida.  Se o Cristo vivesse em ti e tu vivesses no Cristo, ou antes, se fosses vivido pelo Cristo — que vida abundante seria a tua...  Não caberias em ti de tão feliz — e a tua exuberante felicidade em Cristo transbordaria em amor e benevolência para com todos os irmãos de Cristo em derredor...  A própria natureza inconsciente receberia um reflexo desse transbordamento de amor e felicidade — e, como Francisco de Assis, ébrio de Deus, contarias e cantarias as glórias divinas às pedras e às plantas, às aves e aos peixes, ao sol, à lua e às estrelas...  Convidarias até à “irmã Morte” para entoar louvores ao Pai celeste.  Se tivesses celebrado o teu Natal de dentro, se o Cristo tivesse nascido em ti e em ti vivesse, seria a tua vida uma gloriosa ressurreição — e os anjos da Páscoa confundiriam as suas vozes com os anjos de Belém, cantando hosanas e aleluias, glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens, em todos os caminhos da sua existência — mesmo por entre as sombras da morte.  Celebra o teu verdadeiro Natal, meu amigo — e saberás o que o Cristo significa para ti e para todos os que o recebem e vivem nele...  “Renascidos pelo Espírito”...  “Feitos novas criaturas em Cristo”...  *Huberto Rohden, in "Imperativos da Vida" (1955)
Imagem de Ronald Sanson por Pixabay

CELEBRA O TEU NATAL — DE DENTRO!

(Huberto Rohden*)

"Quantas vezes, meu amigo, celebraste o Natal de fora? O Natal litúrgico de 25 de dezembro de cada ano? 20, 30, 50 vezes em tua vida?

Foi um verdadeiro Natal — ou apenas um pseudo-Natal?

Foi um Natal — ou foi o teu Natal?

Foi como um fogo pintado na tela — ou foi um fogo real, cheio de força, luz e calor?

Natal sem natalidade não passa de ilusão e mentira...

Que quer dizer Natal onde não haja nascimento do Cristo?

Nasceu ele, é verdade, há 2000 anos, na gruta de Belém — mas não nasceu na gruta de teu coração.

Foi reclinado na singela manjedoura de palha — mas podes tu dizer em verdade: já não sou eu que vivo, o Cristo é que vive em mim?

Ainda que mil vezes nasça Jesus em Belém — se não nascer em ti, perdido estás...

A árvore de Natal que costumas armar em tua casa é bem o símbolo inconsciente do teu pseudo-Natal interior: árvore sem raízes, morta ou moribunda, ostentando lindos enfeites de papel sem vida, frutinhas ocas de celuloide inerte — não é isto que é a tua vida espiritual?

Quanto tempo pretendes ainda “brincar de Natal” — sem celebrar um verdadeiro Natal, um dia natalício do Cristo em ti?

Por que toda essa camuflagem e insinceridade diante de ti mesmo?

Por que não retificas, enfim, todas as tortuosidades da tua vida?

Por que não pões ponto final a toda essa política e diplomacia curvilínea do teu egoísmo e inicias, finalmente, uma vida retilínea de absoluta verdade, honestidade e amor universal?

Quando permitirás que nasça em ti o Redentor — ele, o Caminho, a Verdade e a Vida?

Não imaginas, meu amigo, o que viria a ser para ti esse Natal externo do ano litúrgico, se, de fato, celebrasses o Natal de tua alma.

Não imaginas o que de te diriam a gruta, a manjedoura, os anjos do céu e os pastores da terra, se em ti acontecesse o glorioso simbolizado de que esses fatos históricos são o símbolo longínquo e vago.

Não imaginas em que nova luz de compreensão te apareceria o Cristo do Evangelho se dentro de ti nascesse o Cristo da tua experiência intima, do teu encontro pessoal com Deus.

Se o Cristo fosse para ti, não apenas um artigo de fé aridamente crido — mas uma estupenda realidade intensamente vivida.

Se o Cristo vivesse em ti e tu vivesses no Cristo, ou antes, se fosses vivido pelo Cristo — que vida abundante seria a tua...

Não caberias em ti de tão feliz — e a tua exuberante felicidade em Cristo transbordaria em amor e benevolência para com todos os irmãos de Cristo em derredor...

A própria natureza inconsciente receberia um reflexo desse transbordamento de amor e felicidade — e, como Francisco de Assis, ébrio de Deus, contarias e cantarias as glórias divinas às pedras e às plantas, às aves e aos peixes, ao sol, à lua e às estrelas...

Convidarias até à “irmã Morte” para entoar louvores ao Pai celeste.

Se tivesses celebrado o teu Natal de dentro, se o Cristo tivesse nascido em ti e em ti vivesse, seria a tua vida uma gloriosa ressurreição — e os anjos da Páscoa confundiriam as suas vozes com os anjos de Belém, cantando hosanas e aleluias, glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens, em todos os caminhos da sua existência — mesmo por entre as sombras da morte.

Celebra o teu verdadeiro Natal, meu amigo — e saberás o que o Cristo significa para ti e para todos os que o recebem e vivem nele...

“Renascidos pelo Espírito”...

“Feitos novas criaturas em Cristo”...

*Huberto Rohden, in "Imperativos da Vida" (1955) - páginas 13, 14 e 15 - Imagem Autoral 





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