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segunda-feira, 30 de maio de 2022

O Futuro é a Perfeição

"Integrada no conhecimento de suas próprias necessidades de aprimoramento, a alma jamais abandona a luta. Volta às existências preparatórias do seu futuro glorioso. Reúne-se aos seres que lhe são afins, desenvolvendo a sua atividade perseverante e incansável nos carreiros da evolução.  Em existências obscuras, ao sopro das adversidades, amontoa os seus tesouros imortais, simbolizados nas lições que aprende, devotadamente, nos sofrimentos que lhe apuram a sensibilidade. Cada etapa alcançada é um ciclo de dores vencidas e de perfeições conquistadas...  Somente os séculos, com o seu consequente aglomerado de experiências, conseguem modificar as disposições cármicas ou perispirituais de cada indivíduo."
Imagem: Ars Electronica - Robert Bauernhansl (Flickr - Uniview 3.0)


"Integrada no conhecimento de suas próprias necessidades de aprimoramento, a alma jamais abandona a luta. Volta às existências preparatórias do seu futuro glorioso. Reúne-se aos seres que lhe são afins, desenvolvendo a sua atividade perseverante e incansável nos carreiros da evolução.

Em existências obscuras, ao sopro das adversidades, amontoa os seus tesouros imortais, simbolizados nas lições que aprende, devotadamente, nos sofrimentos que lhe apuram a sensibilidade. Cada etapa alcançada é um ciclo de dores vencidas e de perfeições conquistadas...

Somente os séculos, com o seu consequente aglomerado de experiências, conseguem modificar as disposições cármicas ou perispirituais de cada indivíduo."

Emmanuel (1938)


sexta-feira, 27 de maio de 2022

Os planos do Universo são infinitos

"Para os desencarnados da minha esfera, o primeiro dia do Espírito é tão obscuro como o primeiro dia do homem o é para a Humanidade. Somente sabemos que todos nós, indistintamente, possuímos germens de santidade e de virtude, que podemos desenvolver ao infinito. Podendo conhecer a causa de alguns dos fenômenos do vosso mundo de formas, não conhecemos o mundo causal dos efeitos que nos cercam, os quais constituem para vós outros, encarnados, matéria imponderável em sua substância.  Se para o vosso olhar existem seres invisíveis, também para o nosso eles existem, em modalidade de vida que ainda estudamos nos seus primórdios, porquanto os planos da evolução se caracterizam pela sua multiplicidade dentro do Infinito.  Aqui reconhecemos quão sublime é a lei de liberdade das consciências e dessa emancipação provém a necessidade da luta e do aprendizado."

"Para os desencarnados da minha esfera, o primeiro dia do Espírito é tão obscuro como o primeiro dia do homem o é para a Humanidade. Somente sabemos que todos nós, indistintamente, possuímos germens de santidade e de virtude, que podemos desenvolver ao infinito. Podendo conhecer a causa de alguns dos fenômenos do vosso mundo de formas, não conhecemos o mundo causal dos efeitos que nos cercam, os quais constituem para vós outros, encarnados, matéria imponderável em sua substância.

Se para o vosso olhar existem seres invisíveis, também para o nosso eles existem, em modalidade de vida que ainda estudamos nos seus primórdios, porquanto os planos da evolução se caracterizam pela sua multiplicidade dentro do Infinito.

Aqui reconhecemos quão sublime é a lei de liberdade das consciências e dessa emancipação provém a necessidade da luta e do aprendizado."  

Emmanuel


quarta-feira, 25 de maio de 2022

As experiências adquiridas pela alma

"As experiências adquiridas pela alma constituem maravilhosas sínteses de percepção e sensibilidade, na condição de Espíritos libertos, mas especificam-se no equipamento de matéria densa como núcleos de controle das manifestações da individualidade, perfeitamente analisáveis.  É assim que a alma encarnada possui no cérebro físico os centros especiais que governam a cabeça, o rosto, os olhos, os ouvidos e os membros, em conjunto com os centros da fala, da linguagem, da visão, da audição, da memória, da escrita, do paladar, da deglutição, do tato, do olfato, do registro de calor e frio, da dor, do equilíbrio muscular, da comunhão com os valores internos da mente ..."

"As experiências adquiridas pela alma constituem maravilhosas sínteses de percepção e sensibilidade, na condição de Espíritos libertos, mas especificam-se no equipamento de matéria densa como núcleos de controle das manifestações da individualidade, perfeitamente analisáveis.

É assim que a alma encarnada possui no cérebro físico os centros especiais que governam a cabeça, o rosto, os olhos, os ouvidos e os membros, em conjunto com os centros da fala, da linguagem, da visão, da audição, da memória, da escrita, do paladar, da deglutição, do tato, do olfato, do registro de calor e frio, da dor, do equilíbrio muscular, da comunhão com os valores internos da mente, da ligação com o mundo exterior, da imaginação, do gosto estético, dos variados estímulos artísticos e tantos outros quantas sejam as aquisições de experiência entesouradas pelo ser, que conquista a própria individualidade, passo a passo e esforço a esforço, enaltecendo-a pelo trabalho constante para a sublimação integral, à face de todas as vias de progresso e aprimoramento que a Terra lhe possa oferecer."

André Luiz
Nos Domínios da Mediunidade - página 33


segunda-feira, 23 de maio de 2022

Como foi a iniciação de Allan Kardec no Espiritismo

Minha primeira iniciação no Espiritismo foi em 1854 que ouvi falar, pela primeira vez, das mesas girantes. Um dia, encontrei o Sr. Fortier, o magnetizador, que conhecia há muito tempo; ele me disse:  Sabeis a singular propriedade que se acaba de descobrir no magnetismo?  Parece que não são somente os indivíduos que se magnetizam, mas as mesas que se fazem girar e caminhar à vontade...
Allan Kardec / Imagem de Ronald Sanson Stresser Junior por Pixabay


"Minha primeira iniciação no Espiritismo foi em 1854 que ouvi falar, pela primeira vez, das mesas girantes. Um dia, encontrei o Sr. Fortier, o magnetizador, que conhecia há muito tempo; ele me disse:

Sabeis a singular propriedade que se acaba de descobrir no magnetismo?

Parece que não são somente os indivíduos que se magnetizam, mas as mesas que se fazem girar e caminhar à vontade.

"É muito singular, com efeito, respondi; mas, a rigor, isso não me parece radicalmente impossível. O fluido magnético, que é uma espécie de eletricidade, pode muito bem agir sobre os corpos inertes e fazê-los mover." Os relatos, que os jornais publicaram, de experiências feitas em Nantes e Marselha, e em algumas outras cidades, não podiam deixar dúvida sobre a realidade do fenômeno.

Algum tempo depois revi o Sr. Fortier, e ele me disse:

"Eis que é muito mais extraordinário; não só se faz a mesa girar magnetizando-a, mas a faz falar; interrogada ela responde.

Isto, repliquei, é uma outra questão; crerei nisso quando o vir, e quando se me tiver provado que uma mesa tem um cérebro para pensar, nervos para sentir, e que possa se tornar sonâmbula; até lá, permiti-me nisso não ver senão uma história de fazer dormir."

Este raciocínio era lógico; eu concebia a possibilidade do movimento por uma força mecânica, mas, ignorando a causa e a lei do fenômeno, parecia-me absurdo atribuir inteligência a uma coisa puramente material. Estava na posição dos incrédulos de nossos dias que negam porque não vêem senão um fato do qual não se dão conta. Há 50 anos, se se tivesse dito, pura e simplesmente, a alguém que se podia transmitir um despacho a 500 léguas, e receber-lhe a resposta em uma hora, se vos riria na cara, não teriam faltado excelentes razões científicas para provar que a coisa era materialmente impossível. Hoje, quando a lei da eletricidade é conhecida, isto não espanta ninguém, mesmo os camponeses. Ocorre o mesmo com todos os fenômenos espíritas; para quem não conhece as leis que o regem, parecem sobrenaturais, maravilhosos, e, por conseqüência, impossíveis e ridículos; uma vez conhecida a lei, o maravilhoso desaparece; a coisa nada mais tem que repugne à razão, porque se lhe compreende a possibilidade.

Disso estava, pois, no período de um fato inexplicado, em aparência contrário às leis da Natureza, e que a minha razão repelia. Ainda nada tinha visto, nem nada observado; as experiências, feitas na presença de pessoas honradas e dignas de fé, me confirmaram na possibilidade do efeito puramente material, mas a idéia de uma mesa falante não entrava ainda no meu cérebro.

No ano seguinte, era no começo de 1855, encontrei o Sr. Carlotti, um amigo de vinte e cinco anos, que me entreteve com esses fenômenos durante quase uma hora, com o entusiasmo que punha em todas as idéias novas. O Sr. Carlotti era Corso, de uma natureza ardente e enérgica; sempre estimara nele as qualidades que distinguem uma grande e bela alma, mas desconfiava de sua exaltação. Foi primeiro que me falou da intervenção dos Espíritos, e me contou tantas coisas surpreendentes que, longe de me convencer, aumentou as minhas dúvidas. Sereis um dia dos nossos, disse-me. Não digo não, respondi-lhe; veremos isso mais tarde.

Algum tempo depois, pelo mês de maio de 1855, me encontrei na casa da sonâmbula, Sra. Roger, com o Sr. Fortier, seu magnetizador; encontrei o Sr. Pâtier e a Sra. de Plainemaison que me falaram desses fenômenos no mesmo sentido do Sr. Carlotti, mas num outro tom. o Sr. Pâtier era um funcionário público, de uma certa idade, homem muito instruído, de um caráter sério, frio e calmo; sua linguagem firme, isenta de todo entusiasmo, fez sobre mim uma viva impressão, e, quando me ofereceu para assistir às experiências, que ocorriam na casa da Sra. de Plainemaison, rua Grange-Batelière, nº18, aceitei prontamente. O encontro foi marcado para a terça-feira, mas, às oito horas da noite.

Foi lá, pela primeira vez, que fui testemunha do fenômeno das mesas girantes, e isso em condições tais que não me era mais possível a dúvida. Vi também algumas tentativas, muito imperfeitas, de escrita medianímica, sobre uma ardósia, com a ajuda de uma cesta. As minhas idéias estavam longe de ser detidas, mas havia ali um fato que deveria ter uma causa. Entrevi, sob essas futilidades aparentes e a espécie de jogo que se fazia desses fenômenos, alguma coisa de séria, e como a revelação de uma nova lei, que me prometia aprofundar.

Logo se ofereceu a ocasião de observar mais atentamente do que não o havia feito ainda. Num dos saraus da Sra. de Plainemaison, conheci a família Baudin, que morava então na rua Rochechouart. o Sr. Baudin ofereceu-me para assistir às sessões semanais que ocorriam em sua casa, e para as quais fui, desde esse momento, muito assíduo.

Essas reuniões eram bastante numerosas; além dos habituais, ali se admitia, sem dificuldade, a quem pedisse. As duas médiuns eram as Srtas. Baudin, que escreviam sobre uma ardósiacom a ajuda de uma cesta, dita pião, descrita em O Livro dos Médiuns. Esse modo, que exige o concurso de duas pessoas, excluía toda possibilidade de participação das idéias do médium. Ali, vi comunicações seguidas, e respostas dadas às perguntas propostas, algumas vezes mesmo a perguntas mentais que acusavam, de maneira evidente, a intervenção de uma inteligência estranha.

Os assuntos tratados eram geralmente frívolos; ocupava-se ali sobretudo de todas as coisas ligadas à vida material, ao futuro, em uma palavra, a nada de verdadeiramente sério; a curiosidade e o divertimento eram os principais móveis dos assistentes. O Espírito que se manifestava habitualmente, tomava o nome de Zéfiro, nome perfeitamente em relação com o seu caráter e o da reunião; todavia, era muito bom, e se declarara o protetor da família; freqüentemente, se ele tinha a palavra para rir, sabia também, em caso de necessidade, dar sábios conselhos, e manejar, sendo o caso, o epigrama mordaz e espirituoso. Logo travamos conhecimento, e ele me deu, constantemente, provas de uma grande simpatia. Não era um Espírito muito avançado, mas, mais tarde, assistido pelos Espírito superiores, me ajudou nos meus primeiros trabalhos. Disse depois que deveria se reencarnar, e dele não ouvi mais falar.

Foi lá que fiz os meus primeiros estudos sérios em Espiritismo, menos ainda pela revelação do que pela observação. Apliquei a essa nova ciência, como o fizera até então, o método da experimentação; jamais ocasionei teorias preconcebidas: observava atentamente, comparava, deduzia as conseqüências; dos efeitos procurava remontar às causas, pela dedução e o encadeamento lógico dos fatos, não admitindo uma explicação como válida senão quando podia resolver todas as dificuldades da questão. Foi assim que sempre procedi em meus trabalhos anteriores, desde a idade de 15 a 16 anos. Compreendi, desde logo, a seriedade da exploração que iria empreender; entrevi, nesses fenômenos, a chave do problema, tão obscuro e tão controverso, do passado e do futuro da Humanidade, a solução do que havia procurado em toda a minha vida; era, em uma palavra, toda uma revelação nas idéias e nas crenças; seria preciso, pois, agir com circunspeção, e não levianamente; ser positivo e não idealista, para não se deixar iludir.

Um dos primeiros resultados de minhas observações foi que os Espíritos, não sendo outros senão as almas dos homens, não tinham a soberana sabedoria, nem a soberana ciência; que o seu saber estava limitado ao grau de seu adiantamento, e que a sua opinião não tinha senão o valor de uma opinião pessoal. essa verdade, reconhecida desde o princípio, me preservou do grande escolho de crer em sua infalibilidade, e me impediu de formular teorias prematuras sobre o dizer de um só ou de alguns.

Só o fato da comunicação com os Espíritos, seja o que for que se possa dizer, provava a existência do mundo invisível ambiente; era já um ponto capital, um campo imenso aberto à nossa exploração, a chave de uma multidão de fenômenos inesplicados; o segundo ponto, não menos importante, era o de conhecer o estado desse mundo, seus costumes, podendo se assim se exprimir; vi logo que, cada Espírito, em razão de sua posição pessoal e de seus conhecimentos, dele me desvendava uma fase, absolutamente como se chega a conhecer o estado de um país interrogando os habitantes de todas as classes e de todas as condições, cada um podendo nos ensinar alguma coisa, e nenhum, individualmente, não podendo nos ensinar tudo; cabe ao observador formar o conjunto com a ajuda de documentos recolhidos de diferentes lados, colecionados, coordenados e controlados uns pelos outros. Agi, pois, com os Espíritos, como o teria feito com os homens; foram para mim, desde o menor ao maior, meios de me informar, e não reveladores predestinados.

Tais foram as disposições com as quais empreendi, e sempre persegui os meus estudos espíritas; observar, comparar e julgar, tal foi a regra constante que segui.

Até as sessões na casa do Sr. Baudin, não tivera nenhum objetivo determinado; comecei ali a procurar resolver os problemas que me interessavam do ponto de vista da filosofia, da psicologia e da natureza do mundo invisível; chegava a cada sessão com uma série de perguntas preparadas, e metodicamente arrumadas; elas eram sempre respondidas com precisão, profundidade, e de maneira lógica. Desde esse momento as reuniões tiveram um outro caráter; entre os assistentes se encontravam pessoas sérias que por elas tomaram um vivo interesse, e se me ocorria de ali faltar, estava-se como inativo; as perguntas fúteis perderam seu atrativo para a maioria. De início, não tivera em vista senão a minha própria instrução; mais tarde, quando vi que isso formava um conjunto e tomava as proporções de uma doutrina, tive o pensamento de publicá-las para a instrução de todo o mundo. Foram as mesmas perguntas que, sucessivamente desenvolvidas e completadas, fizeram a base de O Livro dos Espíritos.

No ano seguinte, em 1856, segui ao mesmo tempo as reuniões espíritas que se tinham na rua Tiquetone, na casa do Sr. Roustan e Srta. Japhet, sonâmbula. Essas reuniões eram sérias e mantidas com ordem. As comunicações ocorriam por intermédio da Srta. Japhet, médium, com a ajuda de uma cesta de bico .

Meu trabalho estava em grande parte terminado, e tomava as proporções de um livro, mas pretendia fazê-lo controlado por outros Espíritos, com a ajuda de diferentes médiuns. Tive o pensamento de fazê-lo um motivo de estudos para as reuniões do Sr. Roustan; ao cabo de algumas sessões, os Espíritos disseram que preferiam revê-lo na intimidade, e me assinalaram, para esse efeito, certos dias para trabalhar, em particular, com a Srta. Japhet, a fim de fazê-lo com mais calma e também para evitar as indiscrições e os comentários prematuros do público.

Não me contentava com essa verificação; os Espíritos dela me fizeram a recomendação. As circunstâncias, tendo me colocado em relação com outros médiuns, cada vez que a ocasião se apresentava, disso aproveitava para propor algumas das questões que me pareciam as mais espinhosas. Foi assim que mais de dez médiuns prestaram a sua assistência para esse trabalho. Foi da comparação e da fusão de todas essas respostas coordenadas, classificadas, e muitas vezes refundidas no silêncio da meditação, que formei a primeira edição de O Livro dos Espíritos, que apareceu a 18 de abril de 1857.

Até o fim desse mesmo ano, as duas senhoritas Baudin se casaram; as reuniões não mais ocorreram, e a família se dispersou. Mas, então, as minhas relações começaram a se estender, e os Espíritos multiplicaram, para mim, os meios de instrução para os meus trabalhos ulteriores."

 

Allan Kardec
[Obras Póstumas - 15 - Segunda Parte]


sexta-feira, 20 de maio de 2022

A Consciência Crística - O Progresso Espiritual

Criticar os outros interfere com o bem-estar deles. Por consequência, quando provocamos danos a outros, por menor que sejam, repito: os prejuízos voltarão para nós com juros.  Portanto, quando você se comprometer a percorrer o Caminho de Cristo, deve entender que é um caminho de autoanálise contínua, onde é necessário encontrar a coragem para olhar suas ações à luz do AMOR e enxergar a verdade a respeito de seus pensamentos e emoções.  Na medida em que você progride no Caminho, torna-se mais fácil perceber a verdade dos outros, entender o que os impulsiona e os faz cometer erros em seus relacionamentos, em seu ambiente de trabalho e na família.  Quanto mais você tiver empatia para com os outros, entender o que os motiva, perceber as dificuldades que os impulsionam às ações irrefletidas, mais elevada se torna a sua espiritualidade, o seu próprio sentido de compaixão e amor para com estes, pois estão realmente fazendo o melhor que podem no ambiente e nas circunstâncias que criaram para si mesmos.  A partir desse ponto de vista, fica cada vez mais fácil pedir desculpas, até que chegue o momento em que, percebendo a verdade das outras pessoas com tanta clareza, você não vê a hora de perdoar e esquecer toda a tensão e crítica para com elas.  Quando chegar o momento de partir dessa vida, uma pessoa iluminada, que vive em paz e em harmonia com o mundo inteiro, se moverá para uma dimensão de total benção e alegria.  Depois de um tempo, começará a perceber que há dimensões ainda mais elevadas de existência e a se preparar, aumentar e expandir o nível de sua consciência para absorver vibrações mais altas da Consciência Divina. Ela se tornará um transmissor mais criativo e irradiante de AMOR INCONDICIONAL.

'Preocupar-se apenas com a sua vida na Terra não é suficiente. É preciso igualmente interessar-se pela sua vida e bem-estar futuro, quando passar para as próximas dimensões.

Ali, mais do que nunca, você encontra a si mesmo dentro da dimensão de "Ser" que é a manifestação exterior de sua própria consciência, porém em uma amplitude muito maior do que quando estava na Terra.

Quando está na Terra, você cria o seu próprio ambiente a partir de sua consciência, mas também pode participar do ambiente do seu próximo quando o encontra ou convive com ele. Isto significa que na Terra, você pode se deslocar para um ambiente mais agradável e conhecer pessoas mais amáveis do que normalmente a sua própria consciência criaria ou atrairia. Mas esta incompatibilidade leva ao atrito e mal estar.

Você se sente fora de sua zona de conforto ou sufocado pela consciência mais elevada com a qual se encontra, e não vê a hora de voltar ao ambiente de consciência mais baixa, no qual se sente à vontade. Algumas pessoas são atraídas e nascem em um nível de consciência no qual se sentem como estranhas e, espontaneamente, começam a fazer de tudo, inclusive na infância, para deslocar-se para um estado de consciência no qual são capazes de crescer.

O nível de CONSCIÊNCIA em que estiver ao morrer é aquele no qual voltará.

Às vezes, uma pessoa com um nível alto de percepção espiritual, ao nascer, pode ser atraída para uma família de níveis espirituais mais baixo, pois o ambiente fortalecerá seu conhecimento e aumentará a sua perseverança espiritual, conforme ela se esforça em seus primeiros anos para voltar ao seu "lugar" de consciência por direito no nível espiritual da Terra, e mais tarde no próximo mundo.

Do mesmo modo que você experimenta sua consciência não desenvolvida quando morre, quando tiver reencarnado várias vezes e trabalhado para obter discernimento espiritual, você também entra em dimensões mais elevadas que refletem a sua própria consciência. Assim, perceba que você e aqueles que encontra têm a mesma consciência. Você é atraído pelas condições que lhe são compatíveis, e em razão de sua própria criatividade, com as quais possa contribuir.

Se sua consciência tiver sido orientada pelo ego e seus vícios, ao morrer você reencarnará rapidamente, uma vez que o sentimento de desconforto será intolerável. Alegremente voltará à Terra com outra identidade, pois neste nível de existência, as condições terrenas lhe parecerão preferíveis em comparação com as do mundo astral. Transcorrerão muitas encarnações antes que a alma desperte para o fato de que só é possível escapar [*], quando sua mente humana se propuser a tentar elevar suas percepções e consciência para um nível de bem-estar mais durável.

Quanto mais espiritualizada for sua consciência antes de morrer, quanto mais tiver refletido sobre o que viveu e adquirido entendimento a respeito do controle do ego sobre sua mente e sentimentos, e quanto maior a consciência sobre os danos que causou aos outros, maior será o progresso espiritual que fará.

Enquanto se experimenta o remorso profundo, essa dor vai erradicando gradativamente o domínio do ego sobre sua mente e coração. Quando finalmente deixar esta vida, estará plenamente consciente de que o CAMINHO do AMOR INCONDICIONAL é o único caminho a seguir.

Então você compreenderá em plenitude que toda a miséria (enfermidades, privações, falta de êxito e infelicidades), são consequências da falta de AMOR no modo com que você aborda a vida, as pessoas e o ambiente. A CRÍTICA é um grande obstáculo à felicidade interior, pois é altamente destrutiva. Ela se reflete na sua vida porque quando você julga, esse julgamento colherá o seu fruto amargo, como diz o ditado.

Criticar os outros interfere com o bem-estar deles. Por consequência, quando provocamos danos a outros, por menor que sejam, repito: os prejuízos voltarão para nós com juros.

Portanto, quando você se comprometer a percorrer o Caminho de Cristo, deve entender que é um caminho de autoanálise contínua, onde é necessário encontrar a coragem para olhar suas ações à luz do AMOR e enxergar a verdade a respeito de seus pensamentos e emoções.

Na medida em que você progride no Caminho, torna-se mais fácil perceber a verdade dos outros, entender o que os impulsiona e os faz cometer erros em seus relacionamentos, em seu ambiente de trabalho e na família.

Quanto mais você tiver empatia para com os outros, entender o que os motiva, perceber as dificuldades que os impulsionam às ações irrefletidas, mais elevada se torna a sua espiritualidade, o seu próprio sentido de compaixão e amor para com estes, pois estão realmente fazendo o melhor que podem no ambiente e nas circunstâncias que criaram para si mesmos.

A partir desse ponto de vista, fica cada vez mais fácil pedir desculpas, até que chegue o momento em que, percebendo a verdade das outras pessoas com tanta clareza, você não vê a hora de perdoar e esquecer toda a tensão e crítica para com elas.

Quando chegar o momento de partir dessa vida, uma pessoa iluminada, que vive em paz e em harmonia com o mundo inteiro, se moverá para uma dimensão de total benção e alegria.

Depois de um tempo, começará a perceber que há dimensões ainda mais elevadas de existência e a se preparar, aumentar e expandir o nível de sua consciência para absorver vibrações mais altas da Consciência Divina. Ela se tornará um transmissor mais criativo e irradiante de AMOR INCONDICIONAL.

Tal pessoa é, verdadeiramente, a CONSCIÊNCIA CRÍSTICA.'

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[*] N. T.: Escapar dos ciclos reencarnatórios.
Fonte: "Cartas de Cristo" - Textos Complementares - 11


terça-feira, 17 de maio de 2022

A Consciência Crística dos Grandes Mestres

'A CONSCIÊNCIA CRÍSTICA é a consciência espiritual de todos os Grandes Mestres. Não existe nada mais elevado. Para aumentar a sua compreensão, você pode procurar aqueles autores que por eles mesmos já encontraram e estão praticando o que está escrito nestas Cartas. Porém não siga aqueles que ainda seguem outros autores e citam outras autoridades, e que continuam buscando através do pensamento humano um meio para entrar na imensidão da Verdade espiritual — que está além do pensamento humano. Eles, assim como você, ainda estão às margens da consciência — ainda não penetraram o ozônio mental/emocional que os aproxime das fronteiras do ESPAÇO..."

'A CONSCIÊNCIA CRÍSTICA é a consciência espiritual de todos os Grandes Mestres. Não existe nada mais elevado. Para aumentar a sua compreensão, você pode procurar aqueles autores que por eles mesmos já encontraram e estão praticando o que está escrito nestas Cartas. Porém não siga aqueles que ainda seguem outros autores e citam outras autoridades, e que continuam buscando através do pensamento humano um meio para entrar na imensidão da Verdade espiritual — que está além do pensamento humano. Eles, assim como você, ainda estão às margens da consciência — ainda não penetraram o ozônio mental/emocional que os aproxime das fronteiras do ESPAÇO.

Não siga aqueles que encontram prazer em — e escrevem a respeito das "maravilhas" das práticas ocultas e que busquem levar você a experimentá-las também, defendendo o uso de substâncias materiais para aumentar a energia em diversas áreas de sua vida. Quando você usa substâncias materiais como cristais, velas ou incenso está focando sua consciência humana naquelas coisas que têm um significado humano e que dão prazer a você. Desse modo, elas ancoram a sua consciência humana nos "efeitos" da consciência humana, continuamente levando você de volta para níveis fixos da consciência humana. Se você quiser ascender nas verdadeiras dimensões espirituais da consciência, a sua meta é entrar e depois transcender a dimensão terrestre da consciência humana. A única verdadeira energia, a verdadeira Força Vital dinâmica e curativa vem do seu consistente contato com a CONSCIÊNCIA DIVINA. Enquanto você avança para o alto, conhecerá vibrações mais sutis dos planos astrais, mas não se demore nesses níveis já que são unicamente manifestações de formas físicas superiores de consciência e não devem ser o seu verdadeiro objetivo.

A sintonia com a Consciência Divina e o total domínio de si deve ser a sua razão de viver e a sua única meta. Quando a tiver alcançado, tudo o que sempre desejou será seu — de uma forma nova, transcendente e eterna.

Pode ser que você leia estas Cartas e decida continuar como está — em sua ego-consciência, confiando na Consciência Divina para ajudá-lo nos momentos difíceis. Mas posso dizer que a vida em si afinal o convencerá de que qualquer outro caminho não trará as compensações que sua alma, escondida e silenciosamente esperando por sua libertação, anseia por experimentar — especialmente a completa reunião com a Consciência Divina.'

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Fonte: "Cartas de Cristo" - Carta 9


domingo, 15 de maio de 2022

Por que sofremos?

Por que o mal? Por que a injustiça? Qual a causa da miséria e dos sofrimentos humanos? A essas perguntas responde a religião: o orgulho perdeu o homem. Mas, se nos voltarmos para a Teosofia, ela nos dirá: a causa de todo o mal é a ignorância que leva as pessoas à prática do mal, ao desrespeito às leis divinas... O que é a Lei do Carma?  Carma ou lei de causa e efeito significa "ação" ou "fazer"; refere-se a "ação intencional", tendo necessidade de volição no ato. É uma expressão de causa e efeito natural, comumente a palavra é usada para referir tanto o ato quanto suas consequências.

Por que o mal? Por que a injustiça? Qual a causa da miséria e dos sofrimentos humanos? A essas perguntas responde a religião: o orgulho perdeu o homem. Mas, se nos voltarmos para a Teosofia, ela nos dirá: a causa de todo o mal é a ignorância que leva as pessoas à prática do mal, ao desrespeito às leis divinas.

O sofrimento é resultado inevitável da violação dos preceitos de fraternidade e do amor. Quem sofre recebe a justa reação aos atos que praticou no passado, e todos os males e sofrimentos surgem como consequências das palavras, pensamentos e ações por nós executadas, nesta vida ou em vidas anteriores.

Dessas considerações nascem duas leis fundamentais da Teosofia: a reencarnação e o carma. A reencarnação ensina que as diferenças que separam as almas entre si são apenas diferenças de idade. Umas iniciaram sua evolução humana mais cedo, outras mais tarde. As que iniciaram mais tarde não possuem tantas experiências quanto as que iniciaram mais cedo. Quanto mais jovem é uma alma, isto é, quanto mais tarde ela evoluiu para o reino humano, mais ignorante e impulsiva é, escrava das paixões e desejos.

Mas à medida que a alma avança, o sofrimento, que nasce das suas mas ações, lhe ensina a respeitar as leis do amor e fraternidade. A alma aprende que o sofrimento que ela experimenta encarnada no corpo é resultado do mal que tenha sido praticado na vida atual ou pretérita. Sem a prática do mal o sofrimento não existiria; e o sofrimento é necessário para despertar a consciência e ensinar às pessoas o caminho da renúncia e do amor.

Aonde está o mal? Na ambição, na cupidez, na maledicência, no egoísmo, nas paixões desenfreadas e inconfessáveis. E, tudo isso, nasce da ignorância humana. O sofrimento de hoje é o passado que se levanta dizendo: por que fizeste isso? Porque o presente nasce do passado, e o futuro é consequência do presente. Eis a Lei do Carma.

 

E. Nicoll (1934) e R. Stresser, Jr (2022)


O que é a Lei do Carma?

Carma ou lei de causa e efeito significa "ação" ou "fazer"; refere-se a "ação intencional", tendo necessidade de volição no ato. É uma expressão de causa e efeito natural, comumente a palavra é usada para referir tanto o ato quanto suas consequências.

A Lei do Carma ajusta o efeito à sua causa. Isto é, o bem ou o mal que praticamos durante a vida nos trará consequências boas ou más nesta existência ou nas próximas. Essa lei é imutável, sendo conhecida em várias religiões como “justiça celestial”. Nas suas origens, a palavra Carma significava "força" ou "movimento".


sexta-feira, 13 de maio de 2022

A Intervenção da Providência

Tudo o que o ser humano possuí: inteligência, caráter, sentimento, tudo o que constitui sua individualidade é obra de uma evolução prodigiosa e formou-se lentamente através de inúmeras encarnações sucessivas. O ser humano é como Ahasverus, da lenda, a caminhar sem termo na senda infinita da evolução. O princípio que anima o homem já passou pelas experiências do animal e da planta, e mais tarde penetrará nos mundos superiores para adquirir o conhecimento sagrado reservado aos eleitos. Há em todo o Universo um dinamismo intenso e contínuo que impele todos os seres para estados de consciência cada vez mais elevados. Compete ao ser humano descobrir e exercer a sua missão no concerto do Cosmos.
Imagem de Ronald Sanson Stresser Junior por Pixabay


"O homem é um investigador colocado por Deus à entrada do caminho da evolução", assim se exprimiu Paul Carton. Os seus primeiros passos são difíceis e lentos. Quanto mais avança, mais a sua liberdade se engrandece, mais os seus poderes aumentam, mais as suas faculdades de discernimento encontram em que se exercer. 

Ora, as suas possibilidades de discernimento repousam sobre duas sensações; o prazer e a dor que foram a alegria e o sofrimento. Se tivesse gozado mediatamente da plena razão e da clarividência, não haveria para o ser humano mérito algum em progredir e por consequência em obter recompensa suprema. Se acaso o ser humano surgisse do nada com todas as suas faculdades perfeitas, então seríamos meros autômatos, criações irrisórias da Divindade, incapazes de distinguir o bem e o mal.

Tudo o que o ser humano possuí: inteligência, caráter, sentimento, tudo o que constitui sua individualidade é obra de uma evolução prodigiosa e formou-se lentamente através de inúmeras encarnações sucessivas. O ser humano é como Ahasverus, da lenda, a caminhar sem termo na senda infinita da evolução. O princípio que anima o homem já passou pelas experiências do animal e da planta, e mais tarde penetrará nos mundos superiores para adquirir o conhecimento sagrado reservado aos eleitos. Há em todo o Universo um dinamismo intenso e contínuo que impele todos os seres para estados de consciência cada vez mais elevados. Compete ao ser humano descobrir e exercer a sua missão no concerto do Cosmos.

E, para progredirmos, importa pensarmos livremente, agir com a razão, ampliar o discernimento, sondar todos os mistérios da vida, compreender, enfim, o plano divino da evolução eterna. Mas sem o conhecimento da nossa natureza espiritual, jamais podemos colaborar conscientemente neste plano.

A Teosofia desperta no homem os poderes adormecidos, poderes que devem ser postos em atividade no momento atual. Atravessamos agora uma das mais tremendas crises por que tem passado a humanidade no seu lento caminhar. Há neste momento uma aceleração mais rápida, opera-se um aumento de velocidade que impele novas translações à humanidade, que tende a se renovar em tudo, aniquilando o passado e as tradições, e ascendendo a etapas espirituais até hoje desconhecidas para a maioria de nós. Dai a necessidade do conhecimento das leis divinas, que a Teosofia expõe.

Disse um grande Mestre que um pouco de atenção que soe preste à Teosofia, produz grandes resultados na vida. Ela nos ensina as leis que presidem as ações dos seres humanos na sociedade, as suas relações com os seus semelhantes.

Uma destas leis é a solidariedade humana, a fraternidade que deve existir entre as pessoas. Formamos uma unidade perfeita, e quando alguém perturba essa harmonia deve fatalmente sofrer as consequências e seções que nascem do equilíbrio perturbado. Somos, na natureza, solidários como elementos constituintes dessa grande coletividade que habita a Terra. E o mal feito a um é uma ameaça feita a todos. Por isso a reação é fatal. E o benefício que que se fizer aproveita ao conjunto humano, porque nada se perde na natureza. A lei da evolução é uma grande lei de harmonia.

Quando o homem rompe o seu equilíbrio, praticando atos culposos, desrespeitando a fraternidade humana, este equilíbrio não pode ser reestabelecido senão infringindo o sofrimento a quem praticou o ato criminoso.

Guardemos na consciência esta verdade profunda: "Há, na ordem moral, como na ordem física, leis divinas que jamais podemos transgredir impunemente, e cujo efeito formam, neste mundo, a intervenção permanente daquilo a que chamamos Providência."

 

E. Nicoll (1934), revisão e adaptação R. Stresser, Jr (2022)


quarta-feira, 11 de maio de 2022

Qual a finalidade da Teosofia?

A Teosofia não é uma religião nova; nem mesmo pretende ser uma religião. A Teosofia sempre existiu em todos os tempos, como base e como síntese de todas as religiões e filosofias religiosas. É a ciência da alma: a Sabedoria Antiga que ressurge nos tempos modernos. E esta Sabedoria Divina não pretende fazer frente às religiões atuais, arvorando-se como antagonista. Não, sua finalidade é oposta, unir-se a elas na luta contra o materialismo, e uni-las entre si, porque cada uma pretende possuir o monopólio da verdade velada sob aspectos diferentes.

A Teosofia não é uma religião nova; nem mesmo pretende ser uma religião. A Teosofia sempre existiu em todos os tempos, como base e como síntese de todas as religiões e filosofias religiosas. É a ciência da alma: a Sabedoria Antiga que ressurge nos tempos modernos. E esta Sabedoria Divina não pretende fazer frente às religiões atuais, arvorando-se como antagonista. Não, sua finalidade é oposta, unir-se a elas na luta contra o materialismo, e uni-las entre si, porque cada uma pretende possuir o monopólio da verdade velada sob aspectos diferentes.

A Teosofia deseja vir em auxílio da religiões, ampliando seus horizontes limitados, reconciliando-as com a ciência; procura explicar seus símbolos hoje totalmente esquecidos ou desprezados, infundindo vida nova em seus ensinamentos. Dirige-se às regiões ricas de sublimes conhecimentos, que, dia a dia, cada vez mais se avolumam.

 

Aimée Blech (1908), revisão e adaptação R. Stresser, Jr (2022)


domingo, 8 de maio de 2022

Àqueles que Sofrem

Vós todos que sofreis, ó meus irmãos e irmãs em humanidade, qualquer que seja a natureza de vossos sofrimentos, de vossas dores, é uma alma que também sofreu que vos oferece essas linhas com o desejo ardente de aliviar vossas angustias, levando-vos um pouco de esperança, fazendo brilhar um raio consolador em vossas trevas.  Entretanto uma restrição ...  Entre vós, muitos há que que não necessitam dessas consolações, mantidos como são, em sua fé robusta, pela religião que professam: encontraram aos pés da Cruz, ou em outro qualquer símbolo religioso, todas as consolações que sua alma aspirava.  Assim apenas a esses eu direi:  "Permaneceis fiéis a tudo que credes, perseverai com sinceridade em vossas crenças; sede sempre fiéis à vossa fé, se ela vos basta, se vos dá paz e consolação. Mais nada eu tenho para vos oferecer."  Eu me dirijo aos que não têm religião, àqueles que, minados pela dúvida, lenta ou brutalmente extinguiram toda a fé; aos que essa ou aquela Crença já não basta para fortificar nas provações, e para lhes explicar as injustiças aparentes da vida. A estes, eu desejaria fazer-lhes compreender o que é o sofrimento, como este se origina, o seu fim e qual o seu remédio. Embora principalmente na ciência da alma, na Sabedoria Divina, como chamamos a Teosofia, poderei tirar dos seus ensinamentos algumas conclusões modestas. O que me impele é o desejo de levar o auxílio a alguns dos meus irmãos e irmãs; se for mal sucedido culpem a mim e à minha ignorância, e nunca à Teosofia.

Vós todos que sofreis, ó meus irmãos e irmãs em humanidade, qualquer que seja a natureza de vossos sofrimentos, de vossas dores, é uma alma que também sofreu que vos oferece essas linhas com o desejo ardente de aliviar vossas angustias, levando-vos um pouco de esperança, fazendo brilhar um raio consolador em vossas trevas.

Entretanto uma restrição ...

Entre vós, muitos há que que não necessitam dessas consolações, mantidos como são, em sua fé robusta, pela religião que professam: encontraram aos pés da Cruz, ou em outro qualquer símbolo religioso, todas as consolações que sua alma aspirava.

Assim apenas a esses eu direi:

"Permaneceis fiéis a tudo que credes, perseverai com sinceridade em vossas crenças; sede sempre fiéis à vossa fé, se ela vos basta, se vos dá paz e consolação. Mais nada eu tenho para vos oferecer."

Eu me dirijo aos que não têm religião, àqueles que, minados pela dúvida, lenta ou brutalmente extinguiram toda a fé; aos que essa ou aquela Crença já não basta para fortificar nas provações, e para lhes explicar as injustiças aparentes da vida. A estes, eu desejaria fazer-lhes compreender o que é o sofrimento, como este se origina, o seu fim e qual o seu remédio. Embora principalmente na ciência da alma, na Sabedoria Divina, como chamamos a Teosofia, poderei tirar dos seus ensinamentos algumas conclusões modestas. O que me impele é o desejo de levar o auxílio a alguns dos meus irmãos e irmãs; se for mal sucedido culpem a mim e à minha ignorância, e nunca à Teosofia.

Quem sofre, jamais deveria se esquecer que como ele, ou ela, muitos outros sofrem; e, embora o seu fardo de misérias pese, deve ainda assim, procurar procurar aliviar o dos outros. Não devemos nos encerrar numa dor egoísta e estéril. Não é o sofrimento patrimônio comum da humanidade? A cada passo encontramo-lo ora mudo, oculto, ora externando-se em lamentações desesperadas. Prestai atenção, ouvireis no rumor das grandes cidades o gemido pungente de todas as dores físicas e morais. Pobre humanidade: pobre e infeliz humanidade. Mas ao mesmo tempo, humanidade, como és gloriosa! Tuas dores são dores de um parto, ajudam a te conceber a Divindade! ...

"Será então o sofrimento uma Lei?" Não, não é uma lei, se o fosse, seria uma criação nossa e não de Deus. O sofrimento é apenas o resultado inevitável da violação da Lei Divina; toda criatura que sofre, sofre porque violou a Lei, seja nesta vida, seja em uma existência passada, e não lhe é possível evitar este sofrimento, como não é possível à uma criança, aproximar o dedo do fogo sem se queimar. Todos os nossos sofrimentos são, pois, consequências das nossas ações, palavras e pensamentos maus, quer atuais, quer produzidos anteriormente.


Comp. E. Nicoll (1933), Aimée Blech (1908), adaptação e revisão R. Stresser, Jr (2022)


sexta-feira, 6 de maio de 2022

Os perigos do fundamentalismo para a vida eterna

Conta a história da Grécia antiga que os habitantes de Mitilene, tendo submetido pelas armas alguns de seus aliados, que deles se tinham separado, proibiram-lhes de dar aos seus filhos a mais insignificante instrução; os vencedores, para completar a obra de submissão, nada melhor encontraram que esse processo tenebroso de mantê-los na mais radical ignorância.  A obra da tirania e do obscurantismo tem necessidade de se cercar de trevas, para que seus adeptos não sigam distinguir a mais elementar forma de verdade. Quantas vezes, ao ler esse trecho doloroso da história grega, não me vem à lembrança os processos satânicos de certas religiões populares que, para manterem o domínio no espírito ingênuo e simples dos seus prosélitos, vão semeando a mentira, o terror de um Deus colérico e vingativo, o terror das penas eternas e tantas outras falsas concepções religiosas, que servem para manter submissos e dóceis os crentes ignorantes.  Também essa doutrina grosseira que um falso cristianismo prega, afirmando que a alma, ao desprender-se do corpo, vai instantaneamente para um céu impossível ou para um inferno pavoroso, tem produzido as mais nefastas consequências para os que morrem sem adquirir antes a noção teosófica da verdade ...

Conta a história da Grécia antiga que os habitantes de Mitilene, tendo submetido pelas armas alguns de seus aliados, que deles se tinham separado, proibiram-lhes de dar aos seus filhos a mais insignificante instrução; os vencedores, para completar a obra de submissão, nada melhor encontraram que esse processo tenebroso de mantê-los na mais radical ignorância.

A obra da tirania e do obscurantismo tem necessidade de se cercar de trevas, para que seus adeptos não sigam distinguir a mais elementar forma de verdade. Quantas vezes, ao ler esse trecho doloroso da história grega, não me vem à lembrança os processos satânicos de certas religiões populares que, para manterem o domínio no espírito ingênuo e simples dos seus prosélitos, vão semeando a mentira, o terror de um Deus colérico e vingativo, o terror das penas eternas e tantas outras falsas concepções religiosas, que servem para manter submissos e dóceis os crentes ignorantes.

Também essa doutrina grosseira que um falso cristianismo prega, afirmando que a alma, ao desprender-se do corpo, vai instantaneamente para um céu impossível ou para um inferno pavoroso, tem produzido as mais nefastas consequências para os que morrem sem adquirir antes a noção teosófica da verdade.

Quantas almas caridosas e boas passam anos no plano astral na suposição que se encontam no imaginário inferno, paralisados na sua evolução espiritual, porque foram vítimas de doutrinas absurdas e perversas, que os conduziram a uma errônea concepção sobre o destino do ser humano após a morte.

A Teosofia (assim como o Kardecismo) esclarece o sentido verdadeiro da morte, mostrando que ela não é fim, um ponto final na vida, mas uma passagem transitória onde nos refazemos das energias gastas na Terra, e onde adquirimos maior soma de vida espiritual para novamente voltarmos às lides terrenas. É assim até completarmos a evolução humana.

A noção de morte, sob o ponto de vista teosófico, é do maior interesse, porque todos nós estamos certos de morrer (desencarnar); e quantos não vivem numa preocupação dolorosa, de todos os instantes, sob a angústia de um pensamento aterrador e pungente, somente porque foram ludibriados por uma doutrina estulta e falsa?

Para a Teosofia o ser humano é um deus em via de evolução; São Paulo disse: "Lembre-se de que és o templo de Deus, e o espírito de Deus em ti habita."

Dominado a princípio pelo desejo, o ser humano comete todas as loucuras e pouco a pouco vai, através de uma longa experiência, adquirindo o controle da sua natureza inferior: o ESPÍRITO vence a MATÉRIA.

A evolução é o motivo da vida, evolução que se verifica através de inúmeras encarnações, regidas todas pela lei inflexível da ação e reação.

Não há morte porque a vida é uma só, intermináveis e eterna. Não há pecado, mas sim imperfeição do ser humano, sofrendo contínuas transformações sucessivas, aperfeiçoamentos por meio de formas transitórias cada vez mais perfeitas.

 

E. Nicoll (1933), revisão e adaptação R. Stresser, Jr (2022)


domingo, 1 de maio de 2022

As Leis Básicas da Teosofia

A Teosofia impõe-se a todo o espírito investigador porque não tendo dogmas, mas sim verdades cientificas perfeitamente demonstráveis, ela desvenda um magnífico cenário formado pelos mundos, levando o homem de uma condição inferior, à contemplação do grande espetáculo da vida universal divina.  Duas leis servem-lhe de base: a lei do ritmo ou da periodicidade, segundo a qual, a planta, o animal, o homem, os universos, sucedem-se ora criados, ora destruídos, tudo observando a ciclos de atividade e de repouso alternados, perfeitamente definidos. É uma lei universal, da qual a reencarnação humana é simples corolário.  A segunda lei fundamental, já citada, é a casualidade, segundo a qual todo fenômeno, todo acontecimento, não surge isoladamente, mas é o efeito de uma causa anterior, e, causa de um efeito posterior. A lei de causa e efeito é também universal.  Há em todo o universo uma continuidade, uma sequência de ações e reações que se sucedem indefinidamente. Não há o domínio do acaso, como não há o domínio do arbítrio divino; há apenas o império da lei divina, expressão de uma Providência que não distribui a graça cegamente. Tudo acontece em obediência a uma lei de amor e harmonia.

A Teosofia impõe-se a todo o espírito investigador porque não tendo dogmas, mas sim verdades cientificas perfeitamente demonstráveis, ela desvenda um magnífico cenário formado pelos mundos, levando o homem de uma condição inferior, à contemplação do grande espetáculo da vida universal divina.

Duas leis servem-lhe de base: a lei do ritmo ou da periodicidade, segundo a qual, a planta, o animal, o homem, os universos, sucedem-se ora criados, ora destruídos, tudo observando a ciclos de atividade e de repouso alternados, perfeitamente definidos. É uma lei universal, da qual a reencarnação humana é simples corolário.

A segunda lei fundamental, já citada, é a casualidade, segundo a qual todo fenômeno, todo acontecimento, não surge isoladamente, mas é o efeito de uma causa anterior, e, causa de um efeito posterior. A lei de causa e efeito é também universal.

Há em todo o universo uma continuidade, uma sequência de ações e reações que se sucedem indefinidamente. Não há o domínio do acaso, como não há o domínio do arbítrio divino; há apenas o império da lei divina, expressão de uma Providência que não distribui a graça cegamente. Tudo acontece em obediência a uma lei de amor e harmonia.

Para terminar, vamos citar este precioso trecho de Max Muller, o mais completo orientalista que estudou a índia:

"Certas doutrinas são comuns a Buda e a Kapila, fundador da filosofia SANKHTA, assim como a todas as filosofias hindús, sem exceção. O dogma da metempsicose (reencarnação), a crença de que os efeitos de nossas boas ou más ações não terminam com a vida em que essas ações são feitas (KARMA), mas se transmitem à toda série de existências ulteriores; certa maneira de encarar a vida considerando-a quer como um sonho, ou pesado fardo; finalmente; a convicção que todas as observâncias religiosas tornam-se inúteis para quem já atingiu a inteligência suprema, tudo isso pertence ao que se pode chamar a filosofia nacional da India. Encontramos essas ideias por toda parte, entre os hindús, na sua poesia, nos seus sistemas filosóficos e religiosos. Elas não são apenas apanágio exclusivo de nenhuma escola, de nenhum sistema particular."

Eis aí a Teosofia. As verdades teosóficas estão em todos os credos religiosos da antiguidade; porque são o substrato e a base de todas as filosofias do mundo.

 

E. Nicoll (1933), adaptação e revisão R. Stresser, Jr (2022)