A Teosofia impõe-se a todo o espírito investigador porque não tendo dogmas, mas sim verdades cientificas perfeitamente demonstráveis, ela desvenda um magnífico cenário formado pelos mundos, levando o homem de uma condição inferior, à contemplação do grande espetáculo da vida universal divina.
Duas leis servem-lhe de base: a lei do ritmo ou da periodicidade, segundo a qual, a planta, o animal, o homem, os universos, sucedem-se ora criados, ora destruídos, tudo observando a ciclos de atividade e de repouso alternados, perfeitamente definidos. É uma lei universal, da qual a reencarnação humana é simples corolário.
A segunda lei fundamental, já citada, é a casualidade, segundo a qual todo fenômeno, todo acontecimento, não surge isoladamente, mas é o efeito de uma causa anterior, e, causa de um efeito posterior. A lei de causa e efeito é também universal.
Há em todo o universo uma continuidade, uma sequência de ações e reações que se sucedem indefinidamente. Não há o domínio do acaso, como não há o domínio do arbítrio divino; há apenas o império da lei divina, expressão de uma Providência que não distribui a graça cegamente. Tudo acontece em obediência a uma lei de amor e harmonia.
Para terminar, vamos citar este precioso trecho de Max Muller, o mais completo orientalista que estudou a índia:
"Certas doutrinas são comuns a Buda e a Kapila, fundador da filosofia SANKHTA, assim como a todas as filosofias hindús, sem exceção. O dogma da metempsicose (reencarnação), a crença de que os efeitos de nossas boas ou más ações não terminam com a vida em que essas ações são feitas (KARMA), mas se transmitem à toda série de existências ulteriores; certa maneira de encarar a vida considerando-a quer como um sonho, ou pesado fardo; finalmente; a convicção que todas as observâncias religiosas tornam-se inúteis para quem já atingiu a inteligência suprema, tudo isso pertence ao que se pode chamar a filosofia nacional da India. Encontramos essas ideias por toda parte, entre os hindús, na sua poesia, nos seus sistemas filosóficos e religiosos. Elas não são apenas apanágio exclusivo de nenhuma escola, de nenhum sistema particular."
Eis aí a Teosofia. As verdades teosóficas estão em todos os credos religiosos da antiguidade; porque são o substrato e a base de todas as filosofias do mundo.
E. Nicoll (1933), adaptação e revisão R. Stresser, Jr (2022)
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