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Imagem gerada por IA usando o texto como descrição / OpenAI |
Lopes Conselheiro era um programador como qualquer outro, vivendo uma rotina apertada em São Paulo, quando decidiu tirar umas férias para relaxar na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco. Esperava apenas sol, mar e descanso, mas a vida tinha outros planos para ele.
Alguns dias após chegar nosso herói saiu caminhar pela praia. Ele encontrou uma jovem que vendia ostras naturais, ela abria as ostras escolhidas, colocava uma pitada de sal, um fio de azeite de oliva e espremia uma banda de limão na iguaria, Lopes Conselheiro comeu cerca de uma dúzia daqueles moluscos deliciosos e não pode deixar de reparar na beleza da moça que o servia, então ouviu uma voz: "as ostras além de deliciosas também são afrodisíacas, então é bom que você saiba que a moça é casada".
Ele se virou e viu um logo atrás dele um homem de barba e cabelos grisalhos, que usava roupas simples, mas transmitia uma presença que o fazia parecer alguém importante, com autoridade. Então se apresentou.
— Meu nome é Conselheiro, Lopes Conselheiro, me desculpe, não entendi bem o senhor mas sou turista, cheguei há poucos dias — enquanto se desculpava, sem saber nem direito porque, Lopes sentiu uma conexão estranha com aquele homem que o tinha chamado a atenção, como se ele já conhecesse aquele homem há muito tempo.
— Você busca desculpas para coisas que nem fez e ainda nem sabe se vai fazer, — disse Lins, olhando diretamente nos olhos de Lopes.
— Como assim? — Lopes perguntou, confuso.
— O universo vibra, meu amigo, tudo é energia. O que você vê como matéria não passa de uma ilusão... uma aglutinação de forças que criam a aparência do sólido. Você quer entender o poder real? O poder de moldar a realidade?
Lopes, incrédulo e curioso, aceitou o convite do velho para uma conversa mais longa. Foi quando Lins o levou para um lugar ermo da ilha, onde em meio a uma clareira havia uma escada oculta em meio as pedras que levava a uma espécie de abrigo subterrâneo, feito de pedras lapidadas e encaixadas com perfeição. O lugar parecia uma espécie de abrigo subterrâneo, escondido sob os rochedos em meio à mata nativa da ilha. Ali, Lopes descobriu que Lins fazia parte de uma antiga ordem secreta trazida ao Brasil por Maurício de Nassau, no período colonial holandês.
— Nosso conhecimento foi preservado por séculos. A ciência moderna finge que sabe tudo, mas na verdade, perdeu o contato com a verdadeira natureza da realidade, — explicou Lins. — O holograma universal é a chave. Tudo é energia, e o magnetismo é a força que une essas energias. Quem domina o magnetismo, domina o próprio destino.
Com o passar das semanas, Lopes mergulhou de cabeça nos ensinamentos de Lins. Ele aprendeu que, através do magnetismo e da compreensão da energia universal, poderia moldar a matéria à sua vontade. Mas havia um preço: a caridade. Lins sempre reforçava esse ponto.
— O magnetismo é uma moeda cósmica. Você recebe o que doa. Se você só pegar e acumular, um dia será cobrado com juros pesados, — avisou Lins. — A prosperidade só faz sentido quando compartilhada.
Após sete semanas de ensinamentos e treinamento intensos, Lopes voltou a São Paulo. Sentia-se um novo homem, com um entendimento profundo do universo, o silêncio que tudo vê e tudo sabe habitava em seu interior. Após alguns dias de reconexão com a vida em uma grande cidade ele decidiu aplicar o que aprendeu no desenvolvimento de um aplicativo inovador, que permitia pagamentos via criptomoedas convertidas diretamente para o PIX, um sistema de pagamento online lastreado com cryptos.
Em pouco tempo, sua criação revolucionou o mercado financeiro, e Lopes ficou extremamente rico. Mas a riqueza não trouxe a felicidade que ele esperava. Na verdade, ele se sentia vazio, como se algo estivesse faltando. Foi então que lembrou das palavras com que mestre Lins lhe ensinou sobre a caridade.
— O poder sem compaixão é como uma árvore sem frutos, — ecoou a voz de Lins em sua mente.
Lopes, decidido a fazer algo a respeito, programou seu aplicativo para doar diariamente uma parte dos lucros para pessoas em dificuldades financeiras. E não foi uma doação qualquer: o sistema era completamente aleatório, distribuindo quantidades significativas de bitcoins para milhares de pessoas.
A mudança foi imediata. Ele começou doando cerca de 10 bitcoins por dia para pouco mais de 1.000 pessoas. Em pouco tempo, o aplicativo ganhou popularidade, e a quantia aumentou para mais de 1.000 bitcoins, beneficiando cerca de 100.000 pessoas diariamente. Em menos de uma década mais de 36 milhões de pessoas por ano passaram a receber essa ajuda inesperada, o que, aos poucos, começou a transformar a economia global.
— Você percebe? — disse Lins, durante uma visita surpresa a São Paulo. — O dinheiro também é energia. E energia que não circula, apodrece. Quando você faz o fluxo acontecer, cria abundância para todos.
Lopes sorriu. Agora, ele entendia. O sucesso verdadeiro não estava em acumular riquezas, mas em usar essa energia para beneficiar o coletivo. Sem alarde, sem propaganda, ele criou uma revolução silenciosa, uma nova cultura financeira baseada na doação e na solidariedade.
Com o tempo, o Brasil se tornou uma potência, não pela força ou pelo poder, mas pela generosidade. O sistema de Alexander Lins criou um efeito cascata que eliminou a pobreza e trouxe prosperidade para todos. Muitas pessoas que receberam aqueles fundos de caridade ajudaram outras pessoas, criaram negócios, materializaram ideias, fizeram a economia global, outrora represada, circular.
A ganância, a avareza e a desigualdade perderam espaço, e a humanidade finalmente descobriu que, no fim das contas, somos todos irmãos, viajando juntos nessa grande nave chamada Terra.
E Lopes? Ele viveu em paz, por muitos anos e com uma prosperidade que lhe dava a certeza de que sua alma estava imortalizada, pela caridade que o levou a habitar para sempre na mesma vibração que ele conseguiu ciar em seu trânsito pela matéria, a paz consigo mesmo e com o próximo, a fonte da alegria eterna.
Ronald Sanson, 15 de outubro de 2024.