O Hexagrama Unicursal, mais importante símbolo em Thelema, equivalente do Egípcio Ankh ou a Rosa Cruz dos Rosacruzes' |
Thelema é a filosofia ou religião (dependendo do ponto de vista) baseada nos dois preceitos fundamentais da chamada Lei de Thelma.
A lei de Thelema é "Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei. O amor é a lei, amor sob vontade."
A lei de Thelema foi desenvolvida no início de 1900, por Aleister Crowley, um escritor inglês e cerimonial mágico:
"Faze o que tu queres será o todo da Lei." (orig. "Do what thou wilt shall be the whole of the Law.")
"Amor é a lei, amor sob vontade." (orig. "Love is the law, love under will.")
A palavra Thelema é incomum no Grego Clássico, significando o desejo, mesmo o sexual. Porém já se torna comum na Septuaginta (versão da Bíblia hebraica para o dialeto grego Koiné). Antigas escrituras cristãs utilizavam esta palavra por vezes para se referir à vontade humana, mas era mais usual como referência à vontade de Deus.
Na oração do Pai Nosso, por exemplo, em "Venha a nós o Vosso reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu;" (Mateus 6:10), o original de "vontade" é θέλημα.
Ainda no mesmo evangelho, em Mateus 26:37, tem-se Jesus dizendo a Deus: "Faça-se a Tua vontade", novamente com o termo Thelema no original. Ainda além, Santo Agostinho, em um sermão do Séc. V d.C., utiliza a frase "Dilige et quod vis fac" ("Ama e faze o que tu queres").
O texto renascentista "Hypnerotomachia Poliphili", creditado ao monge dominicano Francesco Colonna e com primeira publicação em 1449, possui uma personagem chamada Thelemia, representativa da vontade ou desejo, que em conjunto com Logistica (a razão) guiavam o protagonista Polifilo por sua jornada em busca de sua amada. Quase sempre, ao ser obrigado a escolher entre os conselhos de Logistica e Thelemia, Polifilio dava ouvidos à seus impulsos sexuais e não à lógica.
Esse livro teve grande influência sobre outra obra de grande importância para a base filosófica thelêmica, a novela do século XVI, "Gargantua e Pantagruel", do monge franciscano François Rabelais. Neste texto clássico se descreve a "Abadia de Thélème", cuja única regra consistia em "Faix çe que tu veux" ("Faze o que tu queres").
Já em meados do século XVIII, Sir Francis Dashwood inscreve este adágio, que se tornaria o lema do Hellfire Club, na porta de entrada de sua própria abadia, em Medhenmam, Inglaterra. Gargantua e Pantagruel também é referenciado na novela de Sir Walter Besant e de James Rice, "Os Monges de Thelema" (1878), e na utopia "A Construção de Thelema" (1910), de C. R. Ashbee.
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