Fonte: Allan Kardec. O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo XXVIII.
"Dentre todas as preces, a Oração Dominical está em primeiro plano: porque ela veio do próprio Jesus e porque pode substituir todas as demais, segundo o pensamento com que é pronunciada. (Instruções dos Espíritos).
A Oração Dominical é o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade na sua simplicidade. Resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Encerra uma profissão de fé, um ato de adoração e de submissão, o pedido das coisas necessárias à vida e o princípio da caridade.
Pode-se usá-la para pedir bênçãos ou para agradecê-las, nos momentos difíceis e nas ocasiões festivas, pelos encarnados e desencarnados, amigos e inimigos, pelos que reclamam nossa assistência em particular ou pelos necessitados em geral.
Dizê-la em intenção de alguém é pedir para ele o que se pediria para si. Conforme as circunstâncias e o tempo disponível, a Oração Dominical pode ser proferida na forma simples, como todos a conhecemos, ou desenvolvida, com reflexões sobre cada proposição. Assim:
I. Pai nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome!
Senhor, tudo revela vosso poder e vossa bondade. A harmonia do universo dá testemunho de sabedoria, prudência e previdência que suplantam todas as faculdades humanas. O nome de um ser soberanamente grande e sábio está inscrito em todas as obras da criação – do ramo de erva e do menor inseto aos astros que se movem no espaço. Por toda parte, vemos a prova de uma solicitude paternal. Por isso, cego é aquele que não reconhece as vossas obras; orgulhoso aquele que não vos rende glória e ingrato aquele que não vos oferece ações de graça.
II. Venha o vosso reino!
I. Pai nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome!
Senhor, tudo revela vosso poder e vossa bondade. A harmonia do universo dá testemunho de sabedoria, prudência e previdência que suplantam todas as faculdades humanas. O nome de um ser soberanamente grande e sábio está inscrito em todas as obras da criação – do ramo de erva e do menor inseto aos astros que se movem no espaço. Por toda parte, vemos a prova de uma solicitude paternal. Por isso, cego é aquele que não reconhece as vossas obras; orgulhoso aquele que não vos rende glória e ingrato aquele que não vos oferece ações de graça.
II. Venha o vosso reino!
Senhor, se os homens observassem vossas leis repletas de sabedoria, alcançariam a felicidade que vem da paz e da justiça. Ajudariam uns aos outros em lugar de se prejudicarem como o fazem; os fortes sustentariam os fracos em lugar de esmagá-los; evitariam os males que decorrem dos abusos e excessos de todo tipo – porque todas as misérias deste mundo vêm da violação de vossas leis. Ninguém pode pretextar ignorância dessas leis, porque vossa previdência paternal as gravou na consciência de cada um. Quando, segundo vossa promessa, todos praticarem vossas leis e a incredulidade houver desaparecido, todos vos reconhecerão como o Senhor de todas as coisas e o reino de vossas leis será o vosso reino na Terra.
III. Seja feita a vossa vontade, na Terra, como no céu!
Senhor, fazer vossa vontade é observar as vossas leis e se submeter, sem murmurar, aos vossos decretos divinos. Quando os homens compreenderem que sois a fonte de toda a sabedoria e que sem vós eles nada podem, então farão vossa vontade na Terra, como os eleitos no céu.
IV. Dai-nos o pão de cada dia.
Senhor, dai-nos o alimento para a manutenção das forças do corpo; dai-nos também o alimento espiritual para o desenvolvimento do espírito. Dai-nos coragem e força para cumprir a lei do trabalho, condição do homem na Terra. Dai-nos os meios de adquirir, pelo trabalho, o necessário à vida; e também a prudência, a previdência e a moderação para não perder o fruto desse trabalho. Se, no entanto, apesar de nossos esforços, experimentarmos duras privações, nós as aceitaremos como expiação de faltas que cometemos nesta ou em outra vida, porque sois justo e jamais punis sem causa. Preservai-nos de invejar os que possuem o que não temos, nem mesmo aqueles que têm o supérfluo, quando nos falta o necessário. Afastai-nos também de negar vossa justiça ante a prosperidade do mau e a infelicidade que oprime o homem de bem. Sabemos que vossa justiça se cumpre sempre e ninguém fica livre dela; que a prosperidade material do mau é efêmera e a alegria do que sofre com resignação será eterna.
V. Perdoai as nossas dívidas como nós perdoamos as daqueles que nos devem - Perdoai nossas ofensas, como perdoamos aqueles que nos ofenderam.
Senhor, cada infração às vossas leis é uma ofensa a vós e uma dívida que teremos, cedo ou tarde, de pagar. Pela lei expressa que fizestes da caridade, não basta assistir o próximo em suas necessidades, mas também perdoar e esquecer suas ofensas. Se assim não fosse, com que direito reclamaríamos vossa indulgência? Dai-nos forças para sufocar em nós todo ressentimento, todo rancor e todo ódio; que a morte não nos surpreenda com um desejo de vingança no coração. Hoje sabemos que, por vossa misericórdia, encontraremos em outras existências os meios de resgatar e de reparar nossas faltas passadas e cumprir em nova vida o que nosso nível evolutivo impediu que fizéssemos nesta. É a luz lançada sobre nosso passado e nosso futuro, sinal radioso de vossa soberana justiça e de vossa bondade infinita.
VI. Não nos abandoneis à tentação, mas livrai-nos do mal.
Senhor, como espíritos imperfeitos encarnados na Terra para evoluir, sabemos que a causa primeira do mal está em nós. Nós mesmos o criamos ao infringir vossas leis e ao fazer mau uso da liberdade que nos concedestes. Os maus espíritos, para nos tentar, só aproveitam nossas tendências viciosas; cada imperfeição é uma porta aberta à sua influência. É, pois, contra nossos vícios e defeitos que precisamos dirigir nossos esforços, e então os maus espíritos se afastarão naturalmente porque é o mal que os atrai, enquanto o bem os repele. Sustentai-nos em nossa fraqueza para que perseveremos no bem, e tornai-nos sensíveis à inspiração dos bons espíritos para que renunciemos ao mal e resistamos à tentação.
VII. Assim seja.
Senhor, que seja de vossa vontade que nossos desejos se cumpram, mas nos inclinamos diante de vossa sabedoria infinita. Sobre todas as coisas que não nos é dado compreender, que seja feito segundo vossa vontade e não segundo a nossa, porque não quereis senão nosso bem, e sabeis melhor do que nós o que nos é útil."
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