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sexta-feira, 29 de abril de 2022

A Teosofia e as Religiões

A Teosofia ensina que qualquer pessoa pode ser altamente espiritualizada, e, possuir grande elevação moral, sem pertencer a nenhuma das religiões em curso atualmente no mundo.  A verdadeira religião, sendo um sentimento íntimo, que nos conforta e guia nas vicissitudes e desfalecimentos da vida, pode ter um culto abstrato e profundo nos recessos misteriosos do ser. Porque Religião é a aspiração constante do espírito humano para o Divino, do ser humano para Deus. E as religiões que conhecemos são apenas métodos particulares apropriados a esta aspiração. Ora, essa aspiração é um sentimento comum a toda a humanidade...

A Teosofia ensina que qualquer pessoa pode ser altamente espiritualizada, e, possuir grande elevação moral, sem pertencer a nenhuma das religiões em curso atualmente no mundo.

A verdadeira religião, sendo um sentimento íntimo, que nos conforta e guia nas vicissitudes e desfalecimentos da vida, pode ter um culto abstrato e profundo nos recessos misteriosos do ser. Porque Religião é a aspiração constante do espírito humano para o Divino, do ser humano para Deus. E as religiões que conhecemos são apenas métodos particulares apropriados a esta aspiração. Ora, essa aspiração é um sentimento comum a toda a humanidade.

O espirito humano sente-se crucificado na matéria e, por isso anseia dela libertar-se. As religiões apontam apenas caminhos particulares, de acordo com a índole de cada grupo humano, seu grau de civilização, suas tendências, etc. E a Teosofia, sendo uma síntese de todas as religiões, pode facilmente adaptar-se a todos os níveis intelectuais. Assim, o ser humano pode ser verdadeiramente religioso sem pertencer a nenhum credo religioso, nem admitir qualquer dogma ou princípio, porque dogmas, rituais, livros santos e templos, são apenas detalhes secundários que dificilmente conduzem o ser humano à verdadeira espiritualidade.

A Teosofia ensina que o homem é um fragmento da divindade, verdade esta que vem corroborar a afirmação de São Paulo: "Lembra-te que és o templo de Deus; e o espírito de Deus em ti habita".

Em outra epístola o Apóstolo dos gentios disse: "devemos procurar despertar o Cristo que está em nós". É este princípio divino que dormita em todos os seres humanos, que devemos atingir através de uma longa evolução de vidas, e, para fazer aparecer essa divindade em nós, devemos dominar a natureza inferior que é o único domínio tentador que vive no ser humano. A verdadeira religião não deve infundir o temor de imaginárias penas infernais, não deve fanatizar seus crentes procurando incutir em seu espírito dogmas infantis ou absurdos.

O que é essencial em uma religião verdadeira é o conhecimento de si mesmo, para que se possa adquirir o domínio de si mesmo.

A conduta do indivíduo vale mais aos olhos da humanidade do que o seu credo religioso ou suas opiniões filosóficas.

Assim a Teosofia nos ensina a conhecer a natureza humana, a constituição espiritual dos nossos corpos invisíveis, o modo como eles atuam nos mundos superiores, e com este conhecimento o estudante sabe se conduzir na vida.

A religião, tal como é ensinada, geralmente é apenas baseada na fé e na crença, sem o conhecimento prático da natureza humana.

A Teosofia, analisando a alma, penetrando nos meandros sutis do espírito, desvenda ao estudante os horizontes infinitos dos mundos invisíveis.

A Teosofia é a ciência da alma, ciência que nos ensina a verdadeira religião sem dogmas, sem mentiras e sem contradições. Ela se propõe a trazer à humanidade um novo método, simples e prático, de conhecer a Verdade.

 

E. Nicoll (1932), revisão e adaptação R. Stresser, Jr (2022)



terça-feira, 26 de abril de 2022

Karma: A Lei da Causa e Efeito

Pitágoras ensinava que o universo é governado por uma harmonia que se traduz por símbolos numéricos. Todos os fenômenos, para ele, estavam submetidos a leis gerais que podiam ser formuladas por expressões matemáticas.  A influência de Pitágoras foi, na antiguidade, extraordinária. Os mais belos caracteres que ilustram a Grécia formaram-se à sombra dos ensinamentos do filósofo de Samos.  Nos anos de 1930 todos os adeptos da Teosofia ficaram sabendo que o Mestre K. Humi, um dos diretores espirituais da Sociedade Teosófica da época, era a reencarnação do grande sábio da antiguidade, Pitágoras.  Vemos assim que, para quem deseja penetrar no conhecimento sagrado, objeto dos Mistérios antigos e modernos, deve possuir uma noção da ciência e das leis naturais. O que há de constante na natureza infinita dos fatos; o que se reproduz periodicamente observando sempre a mesma frequência eis o que é a Lei.  A mecânica nos diz: "toda causa produz inevitavelmente seu efeito; há efeito porque houve uma causa produtora. Todo o acontecimento, todo o fenômeno que se passa no universo é ao mesmo tempo efeito do passado e causa do futuro". Eis a lei de Newton, a casualidade, ação e reação, que em Teosofia toma o nome de KARMA ...

Pitágoras ensinava que o universo é governado por uma harmonia que se traduz por símbolos numéricos. Todos os fenômenos, para ele, estavam submetidos a leis gerais que podiam ser formuladas por expressões matemáticas.

A influência de Pitágoras foi, na antiguidade, extraordinária. Os mais belos caracteres que ilustram a Grécia formaram-se à sombra dos ensinamentos do filósofo de Samos.

Nos anos de 1930 todos os adeptos da Teosofia ficaram sabendo que o Mestre K. Humi, um dos diretores espirituais da Sociedade Teosófica da época, era a reencarnação do grande sábio da antiguidade, Pitágoras.

Vemos assim que, para quem deseja penetrar no conhecimento sagrado, objeto dos Mistérios antigos e modernos, deve possuir uma noção da ciência e das leis naturais. O que há de constante na natureza infinita dos fatos; o que se reproduz periodicamente observando sempre a mesma frequência eis o que é a Lei.

A mecânica nos diz: "toda causa produz inevitavelmente seu efeito; há efeito porque houve uma causa produtora. Todo o acontecimento, todo o fenômeno que se passa no universo é ao mesmo tempo efeito do passado e causa do futuro". Eis a lei de Newton, a casualidade, ação e reação, que em Teosofia toma o nome de KARMA.

O que hoje fomos é obra do que fizemos e pensamos em vidas anteriores. Lance uma bola elástica contra a parede, e ela voltará às vossas mãos com a mesma intensidade com que foi lançada. Também se no passado, alguém recebeu um insulto vosso ou lhe produzistes um ferimento ou a morte, a lei, no seu encadeamento inevitável, disporá as coisas até receberdes o mesmo insulto ou o mesmo sofrimento.

Quantas vezes ouvimos: "Não sei porque estou sofrendo! Não sei porque me aconteceu semelhante fatalidade!" É o conhecimento da lei de causa e efeito que leva o homem a revoltar-se contra o que lhe acontece no decorrer da existência. Daí a necessidade de se estudar a Teosofia pelo seu aspecto científico. A lei regula todas as ações humanas, como rege tudo o que se manifesta no universo.

Admitindo com Platão que "Deus geometrisa", devemos reconhecer em todas as manifestações da natureza o trabalho construtor das leis divinas. Se descermos à construção das formas, nelas notaremos a ação organizadora das leis geométricas dispondo todas as coisas de acordo com a vontade divina.

 

E. Nicoll (1932), revisão e adaptação R. Stresser, Jr (2022)




sábado, 23 de abril de 2022

O homem superior e o homem inferior


Contam que Epiteto, o 'escravo filósofo', recebeu a visita de um orador afamado que foi a Roma, aprender filosofia com o célebre estoico.

Epiteto recebeu o visitante com frieza, sem querer acreditar na sua sinceridade. "O senhor quer apenas criticar o meu estilo, mas realmente nenhum interesse tem em aprender princípios - disse o filósofo.

— E de que me servem esses princípios, se só com eles nunca passarei da triste circunstância em que te encontro, sem dinheiro e sem bens?

— Nada disso me faz falta - respondeu Epiteto - e entretanto o senhor é mais pobre do que eu. Não ambiciono o poder que o senhor tanto anseia. Pouco se me dá o que César pense de mim; não lisonjeio ninguém, e é nisso que constitui a minha riqueza. O senhor tem baixelas de prata, porém razões, princípios e apetites de barro. O meu espírito vale para mim um reino, e proporciona-me abundante e feliz ocupação, em vez de sua inquieta ociosidade. Toda a sua fortuna ainda lhe parece pouca, a minha me basta. O seu desejo é insaciável, o meu está satisfeito".

O homem puro, de sentimentos nobres, é uma alma isenta de paixões e ambições. Trabalha como todos trabalham, mas sem ambição. O seu exemplo vale mais que a sua palavra porque "quem vive bem, calado prega".

O homem que atingiu a essa perfeição resolveu o problema da felicidade, e, no maior infortúnio, é como Sócrates, feliz è invejado. O problema da

felicidade tem a sua única solução no íntimo da alma, na saciedade dos apetites baixos, na serenidade diante do inevitável.

Disse um pensador que "quando chegamos ao fim dos nossos desejos temos chegado ao principio da paz." Mas, para isso, indispensável é aprender a discernir o permanente do transitório, o contingente do necessário, o falso do verdadeiro. Quanta coisa fica, e quão pouco levamos com a morte?

Buda, o Senhor do Oriente, diz que a vida do homem está cheia de sofrimento. "O homem sé esforça por atingir o que não possui, e sofre quando não o consegue, ou teme perder o que já conseguiu. O homem sofre porque perde aqueles que ama; sofre porque deseja a afeição que lhe não é retribuída. Sofre com o temor da morte, ou por si ou por aqueles a quem ama. Assim a vida humana é mais ou menos cheia de preocupações e sofrimentos."

Buda, analisando a causa do sofrimento, conclui que o desejo inferior, a torpe ambição, produz todas as dores humanas.

Se um homem não deseja nem riquezas nem glórias, permanece sereno e impassível quer essas coisas lhe alcancem ou quer venha a perdê-las. Quantas vezes, na velhice, o homem lamenta a perda das faculdades físicas?!... No entanto, soubesse ele distinguir a alma, que jamais se altera, da matéria perecível, nada teria a sofrer quando o seu veiculo terrestre se enfraquece e gasta.

E, a única maneira de fazer cessar o sofrimento é compreender a vida, afastando-se dos desejos inferiores.

Buda explica como, fixando o pensamento no que há de mais elevado, aprendendo a dominar a natureza inferior, o homem deixa de sofrer e se torna calmo e sereno.

A maioria da humanidade, cativa dos objetos dos sentidos, fascinada pelo gozo material e pelo ouro, não pode ter outro ideal senão a matéria.

O homem vulgar procura apenas alimentar o corpo, mas não sabe qual é o alimento para a alma. E a época de sofrimento e perturbação, que hoje atravessamos, devemos à espessa crosta de materialidade que envolve o homem e toda a humanidade.


E. Nicoll (1933)



quarta-feira, 20 de abril de 2022

Alejandro Jodorowsky: 'A ILUMINAÇÃO'

"Tendo lido muitos livros sobre o zen-budismo eu tinha entendido as palavras de Buda que dizia:  — Nós não temos um 'eu', o 'eu' é uma invenção, estamos vazios, há a vazio em nós e esse vazio tem que aparecer por baixo das palavras, em forma de silêncio.  Quando conheci o mestre zen japonês Ejo Takata, eu disse-lhe:   — Sinto-me muito feliz, fiz o vazio na minha mente e afastei as palavras, sinto-me vazio no meu coração e afastei os sentimentos.  Ele me respondeu:  — Idiotice! Mente vazia, coração cheio. A realização do Espírito é o vazio, a realização do coração é o amor.  Bateu-me no peito e disse-me:  — Faz crescer o teu coração de criança."

"Tendo lido muitos livros sobre o zen-budismo eu tinha entendido as palavras de Buda que dizia:

 Nós não temos um 'eu', o 'eu' é uma invenção, estamos vazios, há a vazio em nós e esse vazio tem que aparecer por baixo das palavras, em forma de silêncio.

Quando conheci o mestre zen japonês Ejo Takata, eu disse-lhe: 

— Sinto-me muito feliz, fiz o vazio na minha mente e afastei as palavras, sinto-me vazio no meu coração e afastei os sentimentos.

Ele me respondeu:

— Idiotice! Mente vazia, coração cheio. A realização do Espírito é o vazio, a realização do coração é o amor.

Bateu-me no peito e disse-me:

— Faz crescer o teu coração de criança."

 




segunda-feira, 18 de abril de 2022

André Luiz: 'A Prece de Eusébio'


"Senhor da vida,

Abençoa-nos o propósito

De penetrar o caminho da Luz!…


Somos Teus filhos,

Ainda escravos de círculos restritos,

Mas a sede do Infinito

Dilacera-nos os véus do ser.


Herdeiros da imortalidade,

Buscamos-Te as fontes eternas,

Esperando, confiantes, em Tua misericórdia.


De nós mesmos, Senhor, nada podemos.

Sem Ti, somos frondes decepadas

Que o fogo da experiência

Tortura ou transforma…


Unidos, no entanto, ao Teu Amor,

Somos continuadores gloriosos

De Tua Criação Interminável.


Somos alguns milhares

Neste campo terrestre;

E, antes de tudo,

Louvamos-Te a grandeza

Que não nos oprime a pequenez…


Dilata-nos a percepção diante da vida,

Abre-nos os olhos

Enevoados pelo sono da ilusão,

Para que divisemos Tua glória sem fim!…


Desperta-nos docemente o ouvido,

A fim de percebermos o cântico

De tua sublime eternidade.


Abençoa as sementes de sabedoria

Que os teus mensageiros esparziram

No campo de nossas almas;

Fecunda-nos o solo interior,

Para que os divinos germens não pereçam.


Sabemos, Pai,

Que o suor do trabalho

E a lágrima da redenção

Constituem adubo generoso

À floração de nossas sementeiras;


Todavia,

Sem Tua bênção,

O suor enlanguesce

E a lágrima desespera…


Sem Tua mão compassiva,

Os vermes das paixões

E as tempestades de nossos vícios

Podem arruinar-nos a lavoura incipiente…


Acorda-nos, Senhor da Vida,

Para a luz da oportunidade presente;

Fortalece-nos as mãos,

Para que os atritos da luta não as inutilizem;


Guia-nos os pés para o supremo bem;

Reveste-nos o coração

Com a Tua serenidade paternal,

Robustecendo-nos a resistência!


Poderoso Senhor,

Ampara-nos a fragilidade,

Corrige-nos os erros,

Esclarece-nos a ignorância,

Acolhe-nos em Teu amoroso regaço.


Cumpram-se, Pai Amado,

Os Teus desígnios soberanos,

Agora e sempre.

Assim seja."


Chico Xavier e André Luiz
Trecho do livro: 'No Mundo Maior'
Capítulo 01: 'Entre dois Planos'



sexta-feira, 15 de abril de 2022

Chico Xavier: 'Sobre o Casamento' - 'União a Dois e As Leis ...'

"Se te encontras ao lado de alguém, sob regime de compromisso afetivo, não exijas de imediato a esse alguém a apresentação dos recursos de que ainda necessite para ser aos teus olhos a companhia perfeita que esperavas encontrar entre as paredes domésticas. Nem queiras que esse alguém raciocine com os teus pensamentos, porquanto a ninguém é licito reclamar de outrem aquilo que ainda não consegue fazer." - Emmanuel

"Depois de amistosos diálogos entre nós e vários companheiros, a reunião da noite foi iniciada. Havíamos conversado animadamente sobre os temas da atualidade. E o ponto que nos saiu para estudo foram os itens 2 e 3 do capítulo XXII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, em torno do casamento.

Companheiros interessados debateram o assunto dando várias nuanças ao matrimônio e aos deveres que lhe são consequentes. Diversos aspectos do tema foram analisados por irmãos e irmãs procedentes de cidades várias, sob os ângulos masculino e feminino.

Ao término de nossas tarefas o nosso caro Emmanuel escreveu a mensagem que intitulou União a Dois, desdobrando as opiniões expostas."

Francisco Cândido Xavier


União a Dois

"Lutas do casamento!… Provas do casamento!…

Quem disse, porém, que a concretização do matrimônio é felicidade estruturada a toques de figurino, não atingiu a realidade.

A união a dois, no culto da afinidade ou na execução de tarefas mais amplas da família, é um encargo honroso, qual sucede a tantas obrigações dignas. Nem por isso deixa de ser trabalho por efetuar. E trabalho tão importante que, não sendo possível a um coração apenas, foi preciso reunir dois para realizá-lo.

Quando um companheiro delibera empreender certa pesquisa, ou se outro abraça determinada profissão, não nos aventuramos a iludi-los com visões de felicidade imaginária. Ao invés disso, reconhecemos que escolheram laborioso caminho de serviço em que lhes auguramos o êxito desejado.

De igual modo, o casamento não é construção sem bases, espécie de palácio feito sob medida para os moradores.

Entre os cônjuges é imperioso que um aprenda a compreender o outro, de maneira a desenvolver as qualidades nobres que o outro possua, transformando-lhe consequentemente as possíveis tendências menos felizes em aspirações à Vida Melhor.

Claramente, todos temos vinculações profundas, idiossincrasias, frustrações e dificuldades. A reencarnação nos informa com segurança quanto a isso, indicando para que lado gravitamos em família, segundo os mecanismos da vida que a experiência terrestre nos induz a reajustar.

Em razão disso, todo par e toda organização doméstica revelam regiões nevrálgicas entretecidas de problemas que é preciso saber contornar ou penetrar, a fim de que o futuro nos traga as soluções da harmonia irreversível.

Se te encontras ao lado de alguém, sob regime de compromisso afetivo, não exijas de imediato a esse alguém a apresentação dos recursos de que ainda necessite para ser aos teus olhos a companhia perfeita que esperavas encontrar entre as paredes domésticas. Nem queiras que esse alguém raciocine com os teus pensamentos, porquanto a ninguém é licito reclamar de outrem aquilo que ainda não consegue fazer.

Se não desejas receber nos próprios ombros a cabeça de quem abraçou contigo as responsabilidades da união a dois, é mais que natural não possas impor a própria cabeça aos ombros da criatura a quem prometeste carinho e dedicação.

Todos somos filhos de Deus.

O matrimônio é obrigação que os interessados assumem livremente e de que prestarão justa conta um ao outro. Conquanto isso, o casamento não funde as pessoas que o integram. Por isto mesmo a união a dois, além da complementação realizada, recorda a lavoura e a construção: cada cônjuge colhe o que plantou, tanto quanto dispõe do que fez."

Emmanuel


As Leis do Casamento

São duas as leis básicas do casamento, segundo a apreciação de Kardec, nos textos citados: () a lei material e divina de união sexual para reprodução da espécie e a lei moral e divina do amor para a evolução espiritual dos seres. Ambas são divinas, pois todas as leis da Natureza provém de Deus. Mas os homens, no abuso do seu livre arbítrio, deturpam a lei biológica de reprodução e fraudam ou confundem a lei de amor com os interesses inferiores da animalidade.

São essas atitudes negativas que criam as dificuldades, os dramas e as tragédias do matrimônio. Das duas leis básicas mencionadas por Kardec na ordem em que as obedecemos — primeiro a material e depois a moral — a que deve prevalecer é a segunda, pois a nossa essência é espiritual, a nossa natureza é moral e não material. Como damos prevalência à primeira, a lei de ação e reação, que determina os nossos destinos, aplica,-nos os mecanismos da reparação que nos levam aos casamentos sacrificiais. Saber suportá-los é o meio de reparar os abusos do passado e predispor-nos às compensações futuras. Toda fuga à reparação devida constitui protelação de sacrifícios, pois as leis naturais se cumprem ao longo do tempo.

As responsabilidades do casamento não se referem apenas aos esposos, mas também aos filhos e familiares de lado a lado. Por isso o divórcio é permitido, como ensinou Jesus, ( ) em virtude da dureza dos nossos corações, mas aqueles que puderem evitá-lo vencerão mais depressa na senda da evolução espiritual. A união a dois é sempre um encargo honroso, como acentua Emmanuel, ( ) e feliz daquele que sabe mostrar-se digno desse encargo."

Irmão Saulo


quarta-feira, 13 de abril de 2022

NÃO SEPAREIS O QUE DEUS JUNTOU: 'O Evangelho' - Cap. XXII

"Imutável só há o que vem de Deus. Tudo o que é obra dos homens está sujeito à mudança. As leis da Natureza são as mesmas em todos os tempos e em todos os países. As leis humanas mudam segundo os tempos, os lugares e o progresso da inteligência. No casamento, o que é de ordem divina é a união dos sexos, para que se opere a substituição dos seres que morrem; mas, as condições que regulam essa união são de tal modo humanas, que não há, no mundo inteiro, nem mesmo na cristandade, dois países onde elas sejam absolutamente idênticas, e nenhum onde não hajam, com o tempo, sofrido mudanças; daí resulta que, em face da lei civil, o que é legítimo num país e em dada época, é adultério noutro país e noutra época, isso pela razão de que a lei civil tem por fim regular os interesses das famílias, interesses que variam segundo os costumes e as necessidades locais; assim é, por exemplo, que, em certos países, o casamento religioso é o único legítimo; noutros é necessário, além desse, o casamento civil; noutros, finalmente, este último casamento basta." - Allan Kardek

Indissolubilidade do casamento

1. Também os fariseus vieram ter com ele para o tentarem e lhe disseram: Será permitido a um homem despedir sua mulher, por qualquer motivo? — Ele respondeu: Não lestes que aquele que criou o homem desde o princípio os criou macho e fêmea e disse: — Por essa razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se ligará à sua mulher e não farão os dois senão uma só carne? — Assim, já não serão duas, mas uma só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus juntou.

Mas, por que então, retrucaram eles, ordenava Moisés que o marido desse à sua mulher um escrito de separação e a despedisse? — Jesus respondeu: Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés permitiu despedísseis vossas mulheres; mas, no começo, não foi assim. — Por isso eu vos declaro que aquele que despede sua mulher, a não ser em caso de adultério, e desposa outra, comete adultério; e que aquele que desposa a mulher que outro despediu também comete adultério. (São Mateus, capítulo XIX, vv. 3 a 9.)

 

2. Imutável só há o que vem de Deus. Tudo o que é obra dos homens está sujeito à mudança. As leis da Natureza são as mesmas em todos os tempos e em todos os países. As leis humanas mudam segundo os tempos, os lugares e o progresso da inteligência. No casamento, o que é de ordem divina é a união dos sexos, para que se opere a substituição dos seres que morrem; mas, as condições que regulam essa união são de tal modo humanas, que não há, no mundo inteiro, nem mesmo na cristandade, dois países onde elas sejam absolutamente idênticas, e nenhum onde não hajam, com o tempo, sofrido mudanças; daí resulta que, em face da lei civil, o que é legítimo num país e em dada época, é adultério noutro país e noutra época, isso pela razão de que a lei civil tem por fim regular os interesses das famílias, interesses que variam segundo os costumes e as necessidades locais; assim é, por exemplo, que, em certos países, o casamento religioso é o único legítimo; noutros é necessário, além desse, o casamento civil; noutros, finalmente, este último casamento basta.

3. Mas, na união dos sexos, a par da lei divina material, comum a todos os seres vivos, há outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus, exclusivamente moral: a lei de amor. Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir. Nas condições ordinárias do casamento, a lei de amor é tida em consideração? De modo nenhum. Não se leva em conta a afeição de dois seres que, por sentimentos recíprocos, se atraem um para o outro, visto que, as mais das vezes, essa afeição é rompida; o de que se cogita, não é da satisfação do coração e sim da do orgulho, da vaidade, da cupidez, numa palavra: de todos os interesses materiais. Quando tudo vai pelo melhor consoante esses interesses, diz-se que o casamento é de conveniência e, quando as bolsas estão bem aquinhoadas, diz-se que os esposos igualmente o são e muito felizes hão de ser.

Nem a lei civil, porém, nem os compromissos que ela faz se contraiam podem suprir a lei do amor, se esta não preside à união, resultando, frequentemente, separarem-se por si mesmos os que à força se uniram; torna-se um perjúrio, se pronunciado como fórmula banal, o juramento feito ao pé do altar. Daí as uniões infelizes, que acabam tornando-se criminosas, dupla desdita que se evitaria se, ao estabelecerem-se as condições do matrimônio, se não abstraísse da única que o sanciona aos olhos de Deus: a lei de amor. Quando Deus disse: “Não sereis senão uma só carne”, e quando Jesus disse: “Não separeis o que Deus uniu”, essas palavras se devem entender com referência à união segundo a lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável dos homens.

4. Será então supérflua a lei civil e dever-se-á volver aos casamentos segundo a Natureza? Não, decerto. A lei civil tem por fim regular as relações sociais e os interesses das famílias, de acordo com as exigências da civilização; por isso, é útil, necessária, mas variável; ela deve ser previdente, porque o homem civilizado não pode viver como selvagem; nada, entretanto, nada absolutamente se opõe a que ela seja um corolário da lei de Deus; os obstáculos ao cumprimento da lei divina promanam dos prejuízos e não da lei civil. Esses prejuízos, se bem ainda vivazes, já perderam muito do seu predomínio no seio dos povos esclarecidos; desaparecerão com o progresso moral que, por fim, abrirá os olhos aos homens para os males sem conto, as faltas, mesmo os crimes que decorrem das uniões contraídas com vistas unicamente nos interesses materiais; um dia perguntar-se-á o que é mais humano, mais caridoso, mais moral: se encadear um ao outro dois seres que não podem viver juntos, se restituir-lhes a liberdade; se a perspectiva de uma cadeia indissolúvel não aumenta o número de uniões irregulares. [Vide no Livro dos Espíritos, questões 940, 697 e 876.]


O divórcio

5. O divórcio é lei humana que tem por objeto separar legalmente o que já, de fato, está separado; não é contrário à lei de Deus, pois que apenas reforma o que os homens hão feito e só é aplicável nos casos em que não se levou em conta a lei divina; se fosse contrário a essa lei, a própria Igreja seria obrigada a considerar prevaricadores aqueles de seus chefes que, por autoridade própria e em nome da religião, hão imposto o divórcio em mais de uma ocasião. E dupla seria aí a prevaricação, porque, nesses casos, o divórcio há objetivado unicamente interesses materiais e não a satisfação da lei de amor.

Mas, nem mesmo Jesus consagrou a indissolubilidade absoluta do casamento. Não disse ele: “Foi por causa da dureza dos vossos corações que Moisés permitiu despedísseis vossas mulheres?” Isso significa que, já ao tempo de Moisés, não sendo a afeição mútua a única determinante do casamento, a separação podia tornar-se necessária. Acrescenta, porém: “no princípio, não foi assim,” isto é, na origem da Humanidade, quando os homens ainda não estavam pervertidos pelo egoísmo e pelo orgulho e viviam segundo a lei de Deus, as uniões, derivando da simpatia, e não da vaidade ou da ambição, nenhum ensejo davam ao repúdio.

Vai mais longe: especifica o caso em que pode dar-se o repúdio, o de adultério; ora, não existe adultério onde reina sincera afeição recíproca. É verdade que ele proíbe ao homem desposar a mulher repudiada; mas, cumpre se tenham em vista os costumes e o caráter dos homens daquela época. A lei moisaica, nesse caso, prescrevia a lapidação. Querendo abolir um uso bárbaro, precisou de uma penalidade que o substituísse e a encontrou no opróbrio que adviria da proibição de um segundo casamento. Era, de certo modo, uma lei civil substituída por outra lei civil, mas que, como todas as leis dessa natureza, tinha de passar pela prova do tempo.

 

NÃO SEPAREIS O QUE DEUS JUNTOU: 'O Evangelho Segundo o Espiritismo' - Capítulo XXII


segunda-feira, 11 de abril de 2022

Joanna de Ângelis: 'A Amizade'

"A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina."

"A amizade é o sentimento que imanta as almas unas às outras, gerando alegria e bem-estar. 

A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal. 

Inspiradora de coragem e de abnegação a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas. 

Há, no mundo moderno, muita falta de amizade! 

O egoísmo afasta as pessoas e as isola. 

A amizade as aproxima e irmana. 

O medo agride as almas e infelicita. 

A amizade apazigua e alegra os indivíduos. 

A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações. 

Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental. 

Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma. 

Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam. 

Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria. 

Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa. 

Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa. 

Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor. 

A amizade é fácil de ser vitalizada. 

Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez. 

Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica. 

Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união. 

A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina."


Por: Joanna de Ângelis / Médium: Divaldo Pereira Franco






sábado, 9 de abril de 2022

Cid Franco: 'Que Será de Nós?'

"Conforme lhe comuniquei pessoalmente, recebemos a segunda mensagem de nosso amigo, o escritor Sr. Cid Franco.

O ponto de O Livro dos Espíritos sob o qual gravitam os pensamentos e os comentários da reunião foi a pergunta e a resposta da questão 733.¹ Julgamos a página do nosso inesquecível poeta e escritor muito original, segundo o nosso entendimento." ~ Francisco Cândido Xavier


Do 'Livro dos Espíritos', de Allan Kardek: pergunta 733. Entre os homens da Terra existirá sempre a necessidade da destruição?  1. “Essa necessidade se enfraquece no homem, à medida que o Espírito sobrepuja a matéria. 2 Assim é que, como podeis observar, o horror à destruição cresce com o desenvolvimento intelectual e moral.”

QUE SERÁ DE NÓS?


"Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo tanto quanto o Cristo busca sobreviver em nós?

Não passaremos de símios acorrentados à teia dos cromossomos, nascendo, morrendo e renascendo a fim de aprender a edificar a vida pelo amor, mas acabando por ceder às tentações do ódio para destruí-la qual vem acontecendo na sucessão dos evos.

Que será de nós sem a sobrevivência em Cristo?

Quem livrará os povos superdesenvolvidos dos polvos da ambição e dos cogumelos do extermínio?

Time Square, Piccadilly, Champs Elysées, Festivais de Cannes, Passarelas de Roma, Carnavais do Rio, quem vos garantirá, na retorta da existência, a transformação gradativa convertendo-vos o brilho exterior em felicidade real?

Sociedades de Nações, Academias de Ciências, Institutos de Pesquisas e Organizações Culturais, quem vos assegurará a subida em demanda do sol do sentimento, para que os vossos raciocínios brilhem de sublimação à plena luz?

Companheiros que vos ocultais sob a névoa grossa da anfetamina ou que transitais nas alucinações do ácido lisérgico, quem vos soerguerá com paciência, restituindo-vos o equilíbrio nas trilhas naturais?

Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo?

Sem Ele, ai de vós entregues às mandíbulas das máquinas, semelhantes a Moloques ² insaciáveis do sangue das vítimas!

E ai de nós no Plano Espiritual da Terra, que não podemos rogar piedade aos computadores nem pedir vida nova aos foguetes espaciais!

Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo? Homens, comunidades e nações conhecem a resposta…

Sem sobrevivermos em Cristo, na marcha em direção à solidariedade isenta das pedras do sarcasmo e livre dos punhos e golpes da violência, não passaremos de animais amando e odiando, edificando e arrasando, nas viagens de ida e volta berço-túmulo e túmulo-berço, embora refulgindo no ápice das conquistas biológicas, transistorizadas em nossas lembranças ancestrais a rebentarem através de guerras e mais guerras, conforme a filosofia do imanente e segundo o registro do imemorial."

Chico Xavier e Cid Franco



Referências:

1- Do 'Livro dos Espíritos', de Allan Kardek:

733. Entre os homens da Terra existirá sempre a necessidade da destruição?

1. “Essa necessidade se enfraquece no homem, à medida que o Espírito sobrepuja a matéria. 2 Assim é que, como podeis observar, o horror à destruição cresce com o desenvolvimento intelectual e moral.”


2- Moloques:

Moloque [um regente, rei.]

"O texto hebreu e  a Versão Revisada dá “seu rei” em lugar de Moloque. Uma divindade adorada pelos filhos de Amon (1 Rs. 11.7). O artigo é anteposto como prefixo a seu nome onde ocorre no hebraico, indicando que a palavra não é um nome adequado, mas um apelativo conservando o significado de um regente. Ele também era conhecido como Milcom (1 Rs. 11.5,33) e Malcam (Jr. 49.1,3; Sf 1.5; e 2 Sam. 12.30; 1 Cron. 20.2), nomes próprios formados pelas familiares terminações om e am. Ele tinha o aspecto de Baal (Jr. 32.35), cujo nome é igualmente um substantivo comum e significa senhor. Baal foi adorado com sacrifícios humanos em Tiro sob o nome de Melcarte, rei da cidade; e uma característica sumamente detestável na adoração a Moloque  era a queima de crianças pra ele [no ventre da imagem esculpida de Baal havia uma cavidade em que o fogo era aceso para consumir sacrifícios]. A prática há muito estava em voga; e quando os israelitas estacionaram-se no Sinai, prestes a serem vizinhos dos Amonitas, foi-lhes ordenado uma lei que, se alguém fizesse ou permitisse que seus filhos “passassem pelo fogo a Moloque” seria posto à morte (Lv. 18.21; 20.1-5). Não obstante Salomão na sua velhice erigiu um altar a Milcom, sendo levado a esta idolatria pelas esposas Amonitas a quem ele amou; e nos séculos seguintes, filhos foram queimados a Moloque, no vale de Hinom e nos lugares altos de Tofete (Sl. 106.38; Jr. 7.31; 19.4,5; Ez. 16.21; 23.37,39; cp. Is. 30.33); Ahaz aí queimou seus filhos (2 Cr. 28.3), e Manassés fez ao menos um dos seus filhos passar pelo fogo (2 Rs. 21.6). Os israelitas do norte eram também culpados deste rito hediondo (2 Rs. 17.17; Ez 23.37). Josias destruiu os altares que Salomão construiu no monte da Corrupção a esta e a outras divindades pagãs, maculando o alto de Tofete (2 Rs. 23.10,13)." ~ (Dicionário da Bíblia, de John D. Davis) ©


quinta-feira, 7 de abril de 2022

Emmanuel: 'Ergamo-nos' - Lição 13 - 'Fonte Viva'

“Levantar-me-ei e irei ter com meu pai…” ~ Jesus, em Lucas 15:18


“Quando o filho pródigo deliberou tornar aos braços paternos, resolveu intimamente levantar-se.  Sair da cova escura da ociosidade para o campo da ação regeneradora.  Erguer-se do chão frio da inércia para o calor do movimento reconstrutivo.  Elevar-se do vale da indecisão para a montanha do serviço edificante.  Fugir à treva e penetrar a luz.  Ausentar-se da posição negativa e absorver-se na reestruturação dos próprios ideais.  Levantou-se e partiu no rumo do Lar Paterno.  Quantos de nós, porém, filhos pródigos da Vida, depois de estragarmos as mais valiosas oportunidades, clamamos pela assistência do Senhor, de acordo com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos satisfeitos? Quantos de nós descemos, voluntariamente, ao abismo, e, lá dentro, atolados na sombria corrente de nossas paixões, exigimos que o Todo-Misericordioso se faça presente, ao nosso lado, através de seus divinos mensageiros, a fim de que os nossos caprichos sejam atendidos?  Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em nosso soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos da retaguarda que desejamos abandonar.  Aperfeiçoamento pede esforço.  Panorama dos cimos pede ascensão.  Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adiantemo-nos para a frente, caminhando com os padrões de Jesus.  — Levantar-me-ei, — disse o moço da parábola.  — Levantemo-nos, repitamos nós.”    Chico Xavier e Emmanuel


“Quando o filho pródigo deliberou tornar aos braços paternos, resolveu intimamente levantar-se.

Sair da cova escura da ociosidade para o campo da ação regeneradora.

Erguer-se do chão frio da inércia para o calor do movimento reconstrutivo.

Elevar-se do vale da indecisão para a montanha do serviço edificante.

Fugir à treva e penetrar a luz.

Ausentar-se da posição negativa e absorver-se na reestruturação dos próprios ideais.

Levantou-se e partiu no rumo do Lar Paterno.

Quantos de nós, porém, filhos pródigos da Vida, depois de estragarmos as mais valiosas oportunidades, clamamos pela assistência do Senhor, de acordo com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos satisfeitos? Quantos de nós descemos, voluntariamente, ao abismo, e, lá dentro, atolados na sombria corrente de nossas paixões, exigimos que o Todo-Misericordioso se faça presente, ao nosso lado, através de seus divinos mensageiros, a fim de que os nossos caprichos sejam atendidos?

Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em nosso soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos da retaguarda que desejamos abandonar.

Aperfeiçoamento pede esforço.

Panorama dos cimos pede ascensão.

Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adiantemo-nos para a frente, caminhando com os padrões de Jesus.

— Levantar-me-ei, — disse o moço da parábola.

— Levantemo-nos, repitamos nós.”


Chico Xavier e Emmanuel
do livro 'Fonte Viva', lição nº 13 


Texto extraído da 1ª edição desse livro ...


segunda-feira, 4 de abril de 2022

Emmanuel: 'A Boa Parte' (Psicografia de Chico Xavier)

“Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada.” ~ Jesus (Lucas 10:42)


“Não te esqueças da 'boa parte' que reside em todas as criaturas e em todas as coisas.  O fogo destrói, mas transporta consigo o elemento purificador.  A pedra é contundente, mas consolida a segurança.  A ventania açoita, impiedosa, todavia, ajuda a renovação.  A enxurrada é imundície, entretanto, costuma carrear o adubo indispensável à sementeira vitoriosa.  Assim também há criaturas que, em se revelando negativas em determinados setores da luta humana, são extremamente valiosas em outros.  A apreciação unilateral é sempre ruinosa.  A imperfeição completa, tanto quanto a perfeição integral, não existem no Plano em que evoluímos.  O criminoso, acusado por toda a gente, amanhã pode ser o enfermeiro que te estende o copo d’água.  O companheiro, no qual descobres agora uma faixa de trevas, pode ser depois o irmão sublimado que te convida ao bom exemplo.  A tempestade da hora em que vivemos é, muitas vezes, a fonte do bem-estar das horas que vamos viver.  Busquemos o lado melhor das situações, dos acontecimentos e das pessoas.  'Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada.' — Disse-nos o Senhor.  Assimilemos a essência da divina lição.  Quem procura a 'boa parte' e nela se detém, recolhe no campo da vida o tesouro espiritual que jamais lhe será roubado.”    Chico Xavier e Emmanuel

“Não te esqueças da 'boa parte' que reside em todas as criaturas e em todas as coisas.

O fogo destrói, mas transporta consigo o elemento purificador.

A pedra é contundente, mas consolida a segurança.

A ventania açoita, impiedosa, todavia, ajuda a renovação.

A enxurrada é imundície, entretanto, costuma carrear o adubo indispensável à sementeira vitoriosa.

Assim também há criaturas que, em se revelando negativas em determinados setores da luta humana, são extremamente valiosas em outros.

A apreciação unilateral é sempre ruinosa.

A imperfeição completa, tanto quanto a perfeição integral, não existem no Plano em que evoluímos.

O criminoso, acusado por toda a gente, amanhã pode ser o enfermeiro que te estende o copo d’água.

O companheiro, no qual descobres agora uma faixa de trevas, pode ser depois o irmão sublimado que te convida ao bom exemplo.

A tempestade da hora em que vivemos é, muitas vezes, a fonte do bem-estar das horas que vamos viver.

Busquemos o lado melhor das situações, dos acontecimentos e das pessoas.

'Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada.' — Disse-nos o Senhor.

Assimilemos a essência da divina lição.

Quem procura a 'boa parte' e nela se detém, recolhe no campo da vida o tesouro espiritual que jamais lhe será roubado.”


Chico Xavier e Emmanuel
do livro 'Fonte Viva', lição número 32


Texto extraído da 1ª edição desse livro ...


sexta-feira, 1 de abril de 2022

Dá-me rápido da água fresca do Lago da Reminiscência

"À esquerda da Morada de Hades encontrarás uma fonte,  E ao lado dela existe um cipreste branco.  Não te aproximes dela.    Mas encontrarás outra, do Lago da Reminiscência  Da qual brota água fresca, e frente à qual se portam guardiões.    Dize: 'Sou filho da Terra e do Céu estrelado;  Mas minha raça é só do Céu, vós o sabeis.  Estou ressecado pela sede e estou perecendo. Dá-me rápido  Da água fresca que brota do Lago da Reminiscência.'    E te darão de beber da fonte sagrada,  E a partir de então terás soberania sobre os outros heróis."    (Lâmina de Petelia, sul da Itália, Fraternidade Órfico-Pitagórica, século IV a.C.)

"À esquerda da Morada de Hades encontrarás uma fonte,

E ao lado dela existe um cipreste branco.

Não te aproximes dela.


Mas encontrarás outra, do Lago da Reminiscência

Da qual brota água fresca, e frente à qual se portam guardiões.


Dize: 'Sou filho da Terra e do Céu estrelado;

Mas minha raça é só do Céu, vós o sabeis.

Estou ressecado pela sede e estou perecendo. Dá-me rápido

Da água fresca que brota do Lago da Reminiscência.'


E te darão de beber da fonte sagrada,

E a partir de então terás soberania sobre os outros heróis."


(Lâmina de Petelia, sul da Itália, Fraternidade Órfico-Pitagórica, século IV a.C.)


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