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terça-feira, 7 de julho de 2020

Cristianismo na mística do amor a Deus e ética de amor ao próximo

Antes de começar esta leitura para reflexão, quero citar a sabedoria popular, pois a voz do povo é a voz de Deus, que nos empresta uma máxima, já clássica em nossos tempos: "Religião é uma garrafa com um rótulo, espiritualidade é o que está dentro dela. Muitos brigam pela garrafa, entretanto poucos bebem o seu conteúdo."


Meditemos, cada qual tirando as suas próprias conclusões, a respeito de algumas passagens do livro 'Lampejos Evangélicos', de autoria de Huberto Rohden.

Importante reflexão a respeito do inegável egoísmo eclesiástico, presente na maioria das grades religiões, e da nossa unidade no Cristo cósmico, que habita o interior de todas as pessoas, em especial no coração e na alma daqueles que amam profundamente a Deus e ao próximo:

"O egoísmo eclesiástico proclama a sua religião, Igreja ou seita como a única verdadeira, considerando ao mesmo tempo como falsas todas as outras formas de culto divino.

É esse o mais perigoso e funesto de todos os egoísmos humanos, pelo fato de vir aureolado de misteriosa santidade e ser baseado em revelação divina.

É fora de dúvida que esse egoísmo sectário é o mais abominável e sacrílego de quantos têm desgraçado e estão ainda desgraçando o gênero humano, impossibilitando qualquer harmonia universal no seio da humanidade".

(…) "O egoísmo eclesiástico pregado pelas igrejas sectárias, quer do Antigo quer do Novo Testamento, é a mais radical apostasia do cristianismo, que é essencialmente amor inclusivista e universal. É precisamente nesse amor pan-inclusivo e onilateral que consiste a verdadeira catolicidade do cristianismo.

Qualquer 'ismo' restritivo e coarctante dessa universalidade é incompatível com a verdadeira catolicidade. 'Catolicismo romano' quer dizer 'universalismo não-universal, universalidade parcial'.

Se catolicismo fosse catolicidade, evidentemente não seria exclusivista, nem excomungaria os que, como o bom samaritano herege e o centurião gentio, encontraram a Deus fora das muralhas dogmáticas duma determinada sociedade eclesiástica".

(…) "Muitos dos grandes gênios religiosos da história foram condenados pelas igrejas e seitas como hereges ou ateus – alguns deles também eram considerados santos, mas em geral só muito depois da sua morte.

Alguns desses gênios religiosos foram condenados como hereges e endemoniados pela mesma Igreja que, séculos mais tarde, os canonizou como santos, como, entre outros, aconteceu a Joana d’Arc".

(…) "Para Jesus, porém, o 'bom samaritano', apesar de herege, era um modelo de religiosidade indicado como exemplo a seguir para o clero de Israel, e o centurião romano de Cafarnaum, conquanto gentio, era o tipo clássico de homem de fé, e o Nazareno tem a audácia de afirmar que não encontrou tão grande fé como a dele nem mesmo em Israel.

Ser religioso era para Jesus conhecer e amar a Deus e em Deus amar as criaturas de Deus; e não consistia em assinar determinada fórmula de credo ou colocar-se dentro da moldura jurídico-teológica desta ou daquela seita eclesiástica".

(…) "O homem religioso, identificado com esse espírito de Jesus, não defende uma Igreja ou religião – mas vive Deus em toda a sua realidade.

Quem defende uma Igreja ou determinada religião pode ser um bom teólogo, rabino ou sacerdote, mas não é religioso, pois ser religioso quer dizer descobrir Deus dentro de si, como Jesus, e viver em permanente conformidade com essa gloriosa descoberta, que é o amor incondicional e universal".

(…) "Quando, séculos atrás, o grande astrônomo Galileu defendia o sistema heliocêntrico contra o sistema geocêntrico, foi preso pela Inquisição e acusado de herege e ímpio – por quê? Porque ele contradizia a interpretação que os teólogos davam de certos textos da Bíblia. E concluíram que Galileu, por ser anti-romano, era também anticatólico, anticristão, antibíblico e antidivino".

(…) "Coisa análoga repetiu-se no caso de Darwin, cuja teoria evolucionista era contrária, em muitos pontos, à interpretação romana da Bíblia – e era por isso considerada antibíblica, antidivina".

(…) "Estranham certos teólogos o fato de eu considerar Mahatma Gandhi como cristão, quando não consta que ele se tenha jamais convertido ao cristianismo, segundo a opinião desses teólogos".

"Revela este fato, mais uma vez, o conceito errôneo e funesto que muitos cristãos eruditos dos nossos dias têm da religião cristã, que é, para eles, teológica que se adota, um batismo a quem a gente se submete, ou a que é submetido por outros".

"É fora de dúvida que essa infeliz concepção do cristianismo é responsável por inumeráveis males e pela clamorosa ineficiência moralizadora de que sofre o chamado cristianismo dos países ocidentais"

"O cristianismo é, antes de tudo, um modo de viver, e não um credo verbal; é uma permanente atitude do nosso Eu interior e exterior; é uma profunda e decisiva experiência com Deus, a exemplo do Cristo, e a exemplificação dessa experiência divina na ética constante e pura da vida cotidiana".

(…) "É tempo, senhores teólogos dogmáticos, de enterrarmos os nossos ídolos, tidos e havidos por sagrados, e voltarmos a um conceito mais puro e mais espiritual do cristianismo. Cristão genuíno é todo aquele homem que possui o espírito de Cristo e vive segundo esse espírito. O espírito de Cristo, porém, é o de um amor ao próximo universal, nascido dum profundíssimo amor a Deus".

"Fora dessa mística do amor a Deus e dessa ética do amor ao próximo não há cristianismo"


Trechos extraídos do livro "Lampejos Evangélicos", de autoria de Huberto Rohden, uma obra muito esclarecedora que aborda questões teológicas a respeito da crença no Cristo e religião cósmicos dentro da Filosofia Univérsica.
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Fonte: Portal do Espírito: "Reencarnação, Uma Praga" - Escrito por Paulo da Silva Neto Sobrinho - Citação parcial para estudo, de acordo com o artigo 46, item III, da Lei de Direitos Autorais - Imagem: Foto feita pelo telescópio espacial Hubble da região formadora de estrelas batizada como NGC 3324, em 2 de outubro de 2008 - Crédito: NASA, ESA, and The Hubble Heritage Team (STScI/AURA) - Imagem em Domínio Público (CC0)

        


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