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sexta-feira, 29 de maio de 2020

Uma visão Espírita sobre o racismo

O Racismo na visão do Espiritismo



Constantemente somos bombardeados por notícias através da mídia, que denunciam atos de agressão física, verbal, moral e assassínios relacionadas ao racismo. Temos, no Brasil, o polêmico "sistemas de cotas" e sofremos com o infame "racismo estrutural" em nossa sociedade. Em 1997, Jávier Godinho, colaborador da "Revista Espírita Allan Kardec", publicou na mesma um artigo a respeito do assunto, que continua bastante atual. Vale a pena ler e compartilhar:

"A imprensa apresenta, constantemente, fatos relacionados a manifestações de racismo, fora e dentro do Brasil. E mostra, também, cenas terríveis de miséria nos países mais devastados da África, onde homens, mulheres e crianças de pele negra parecem mais esqueletos vivos, semelhantes às fotos dos seis milhões de judeus exterminados nos campos de concentração nazistas.

Não seriam as esquálidas criaturas de hoje os mesmos homens que provocariam o genocídio da Alemanha de Hitler, agora em novos corpos?

O racismo é, antes de tudo, uma demonstração de atraso espiritual e desconhecimento das leis divinas. Aquele que diminui ou persegue o irmão pela cor da pele ou por qualquer outra característica étnica, viola o grande mandamento, síntese de toda a lei e dos profetas, "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo."

Pela lei do carma, ou de causa e efeito, o racista sofrerá, em si próprio, a inteireza do sofrimento provocado ao semelhante. Pagará até o último ceitil, pois todo homem será punido naquilo em que pecar. "Quem com ferro fere, com ferro será ferido"- na expressão do próprio Cristo.

Ensina "O Livro dos Espíritos" que os homens atuais são os mesmos Espíritos que voltaram, para se aperfeiçoar em novos corpos, estando, ainda, muito longe da perfeição. A raça de agora, que por seu crescimento tende a invadir toda a Terra e substituir as raças que se extinguem, terá, também, a sua decadência. Outras raças a substituirão, descendentes dela mesma, como os civilizados contemporâneos descendem dos seres brutos e selvagens das eras primitivas.

A origem das raças perde-se na noite dos tempos. Como todas pertencem à grande família humana, puderam misturar-se e produzir novos tipos. As múltiplas variedades de um mesmo fruto não impedem que constituam uma só espécie.

No final de 1939, justamente quando o racismo nazista contra o povo judeu era um dos determinantes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, o espírito de Emmanuel começava, no Grupo Espírita Luiz Gonzaga, de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, a psicografar, através de Francisco Cândido Xavier, o livro "O Consolador".

Na obra, editada no ano seguinte pela Federação Espírita Brasileira, Emmanuel considera justo o agrupamento nos países de múltiplas coletividades pelos laços afins da educação e do sentimento. A política do racismo, todavia, é encarada como um erro gravíssimo, que pretexto algum justifica. O racismo não tem nenhuma base séria nas suas alegações que, na realidade, só encobrem o propósito tenebroso do separatismo e da tirania.

Se todavia, nenhum dos argumentos acima convence o leitor, lembramos as recentes descobertas da Arqueologia, dando-nos conta de que todos nós, seres humanos, de qualquer raça, somos originários do Continente Africano."
Jávier Godinho
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Fonte: Paradigma Espírita: Um Blog sobre a Doutrina Espírita e suas questões url:http://paradigmaespirita.blogspot.com.br/2012/05/o-racismo-na-visao-do-espiritismo.html (adaptação) - Autor: Jávier Godinho, para a "Revista Espírita Allan Kardec" (Goiás, 1997)

Nota sobre o autor: 


Jávier Godinho (27/11/1936 - 13/09/2018), foi um jornalista, radialista e espírita brasileiro. Trabalhou por várias décadas no "Grupo Jaime Câmara" e em outros veículos. Nascido na cidade de Goiás, ele se mudou para Goiânia em 1956. Formado em direito, nunca atuou na área. Na década de 1960, começou a trabalhar no jornal "O Popular", onde foi revisor, repórter e editor. 

Também escreveu programas para a "Rádio Anhanguera" e atuou como assessor de imprensa. Ficou bastante conhecido como autor de textos para a "Hora do Angelus", um momento de reflexão e fé exibido pela "TV Anhanguera" por mais de 50 anos, pontualmente às 18h. Jávier foi fundador da "Academia Goianiense de Letras" e conferencista Espírita de grade destaque no Brasil.

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