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sexta-feira, 1 de maio de 2020

Sobre o limite do trabalho e o repouso, in "O Livro dos Espíritos"

Limite do Trabalho. Repouso. (Perguntas 682 a 685-a) – O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec


Um arado oxidado velho da exploração agrícola da mão que senta-se na grama verde com uma lagoa da exploração agrícola e as árvores no fundo, na luz do fim da tarde.  Crédito: Sheila Brown usando uma Canon EOS Rebel T6i 1/400s, f 5.6, ISO 400, 140 mm

O LIVRO DOS ESPÍRITOS - CAP. 3 - LEI DO TRABALHO


II – Limite do Trabalho. Repouso. (Perguntas 682 a 685-a)

682. Sendo o repouso uma necessidade após o trabalho, não é uma lei da Natureza?

— Sem dúvida, o repouso serve para reparar as forças do corpo. É também necessário para deixar um pouco mais de liberdade à inteligência que deve elevar-se acima da matéria.

683. Qual é o limite do trabalho?

— O limite das forças; não obstante, Deus dá liberdade ao homem.

684. Que pensar dos que abusam da autoridade para impor aos seus inferiores um excesso de trabalho?

— É uma das piores ações. Todo homem que tem o poder de dirigir é responsável pelo excesso de trabalho que impõe aos seus inferiores, porque transgride a lei de Deus. (Ver item 273*).

685. O homem tem direito ao repouso na sua velhice?

— Sim, pois não está obrigado a nada, senão na proporção de suas forças.

685-a. Mas o que fará o velho que precisa trabalhar para viver e não pode?

— O forte deve trabalhar para o fraco; na falta da família, a sociedade deve ampará-lo: é a lei da caridade.

Comentário de Kardec: Não basta dizer ao homem que ele deve trabalhar, é necessário também que o que vive do seu trabalho encontre ocupação, e isso nem sempre acontece. 

Quando a falta de trabalho se generaliza, toma as proporções de um flagelo, como a escassez. A ciência econômica procura o remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo, mas esse equilíbrio, supondo-se que seja possível, sofrerá sempre intermitências e durante essas fases o trabalhador tem necessidade de viver.

Há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar os caracteres, aquela que cria os hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos.

Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?

Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e previdência para si mesmo e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias inevitáveis.

A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem compreendida pode curar. Nisso está o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança de todos.

*NOTA: V – Escolha das Provas

273. Um homem pertencente a uma raça civilizada poderia, por expiação, reencarnar-se numa raça selvagem?

— Sim, mas isso depende do gênero da expiação. Um senhor que tenha sido duro para os seus escravos poderá tornar-se escravo e sofrer os maus tratos que infligiu a outros. 

Aquele que mandou numa época, pode, em outra existência, obedecer aos que se curvaram ante a sua vontade. É uma expiação, se ele abusou do poder e Deus pode determiná-la. Um bom Espírito pode, para os fazer avançar, escolher uma vida de influência entre esses povos. Então se trata de uma missão.
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Fonte: "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec - Imagem: Arado de mão de moda antiga, por Sheila Brown (CC0)

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