Presentear com flores é um costume milenar. As flores não estão ligadas apenas a belas imagens produzidas pela natureza. Historicamente também são vistas com uma representação do desejo carnal. Estas delicadas e perfumadas jóias da natureza tem fortes mesclas de erotismo, como no caso do Copo de Leite, do Antúrio ou do Hibisco.
A disposição de suas pétalas pode ser associada à forma das estrelas; pode vir dai sua ligação mística com muitas crenças e religiões. Talvez sua simbologia mais forte seja a de força vital, alegria de viver, a da vitória sobre a morte.
Visto que como estão mais presentes na Primavera, marcam o renascimento e a fertilidade com o fim do Inverno. Nas religiões espíritas o poder ou Axé das flores também é bastante difundido, seu perfume é bastante associado a espíritos de luz. Nas oferendas aos espíritos, Santos e Orixás sempre existem flores dentre os elementos.
Nas religiões cristãs, a flor está associada ao cálice, aberta e para cima. Referência à recepção de dádivas divinas, ao Santo Graal e por fim a lembrança de que a beleza terrena é transitória. Daí o costume de se plantar flores sobre os túmulos.
No Oriente está fortemente associada aos centros energéticos espirituais, os "chacras". A Flor de Lótus tem uma simbologia muito forte. Muito difundida na antiga cultura egípcia ela está associada à criação do mundo. Tem suas raízes na lama no entanto cresce pura. A flor dourada do Taoismo representa a mais elevada revelação, costuma adornar o alto da cabeça.
As cores apresentadas pelas flores também são importantes sob o ponto de vista místico. O branco está ligado à pureza, a paz, mas também à morte. Azul, segredo. Amarelo, ouro, riquezas. Vermelho, vitalidade, sangue, paixão. Daí o antigo costume de se presentear com uma cor específica de flores, geralmente rosas, a cada ocasião.
Na era vitoriana pessoas se comunicavam através de flores, não se sabe o motivo correto, mas podemos imaginar muitas possibilidades. Talvez tenha surgido daí o costume de se escolher dar flores, de determinada cor, quando se pretende algo, principalmente com relação ao sexo oposto. Cada cor representa um sentimento, segundo a cultura popular, e esse costume perdura até nossos dias.
Sendo assim, flores brancas são um pedido de reconciliação; vermelhas expressam paixão extrema; rosas dizem que o amor existe; amarelas podem ser um pedido de desculpas e assim por diante. Esta é a linguagem das flores, ou floriografia, um meio de comunicação por meio do qual o envio de flores, e arranjos florais, são usados para enviar mensagens codificadas, permitindo as pessoas a expressarem sentimentos que de outra forma não podem ser ditos.
O rei Carlos II trouxe a linguagem das flores da Pérsia à Suécia, no 17.º século, dali se espalhando o costume pela Europa. As nuances da linguagem estão agora praticamente esquecidas, mas rosas vermelhas ainda inferem amor romântico e apaixonado; rosas cor-de-rosa uma afeição menor; rosas brancas ainda sugerem virtude e castidade; e rosas amarelas ainda significam amizade e devoção. Embora estas possam não ser as traduções exatas dos sentimentos vitorianos, as flores ainda nos falam muito.
Outros significados bem conhecidos são girassóis, que pode significar tanto arrogância quanto respeito (eles eram a flor favorita de Santa Júlia por esse motivo). A íris, sendo nomeada para o mensageiro dos deuses na mitologia grega, ainda representa uma mensagem sendo enviada. Uma amor-perfeito significa pensamentos. O narciso silvestre consideração, e um cordão de hera significa fidelidade. A linguagem das flores é um elemento central do romance 'O Codex 632', livro de José Rodrigues dos Santos.
Num uso mais prático das flores temos as com propriedades medicinais. Delicada e ornamental, a camomila ainda apresenta boas propriedades medicinais: seu chá é digestivo e sedativo. Na forma de compressas e aplicado sobre a pele, suaviza inflamações e irritações.
A amor-perfeito, conhecida também com o nome de flor-da-trindade, violeta de três cores tem vários valores terapêuticos: purificador do sangue, algo laxante, atua sobre as glândulas linfáticas, mau funcionamento dos rins com retenção de líquidos (edema).
A calêndula, ou margarida dourada, conhecida popularmente como mal-me-quer, tem propriedades afrodisíacas, além de: excitante, expectorante, antiespasmódica, anti-abortiva e fortalece o útero.
Dizem ser um bom remédio para auxiliar no tratamento de doenças da terceira idade, como anemias nervosas; o suco das folhas se aplica sobre calos, verrugas, pólipos e internamente como chá. É um poderoso antisséptico, contra inflamações das vistas, feridas e chagas cancerosas, dor de garganta, icterícia; combate qualquer alergia. São muito usados os sabonetes e as pomadas de calêndula.
Entre tantas temos ainda o dente-de-leão, o jasmim, e muitas outras. Além das flores medicinais, a natureza também coloca a nossa disposição milhares de ervas medicinais já catalogadas.
Podemos notar que as flores são mais do que meros enfeites, muito mais. Além de tornarem este planeta mais bonito e perfumado servem como elemento de magia, meio de comunicação, remédio, base para elaboração de perfumes, tinturas e florais.
As flores são um belo presente à quem se ama, embelezam nossas casas e trazem um colorido todo especial às nossas vidas. Cuide bem de você, cuide bem das flores e as tenha sempre por perto, elas são um laço entre os seres humanos e a natureza, são a mais pura expressão da beleza em nosso jardim.
- Veja também: Dicionário Mágico das Flores
AS FLORES DE CADA MÊS
O Brasil, além de possuir um clima tropical, que favorece o plantio de flores, possuí técnicas avançadas de floricultura, então a maioria das flores é encontrada durante quase o ano inteiro. O que muda é a oferta, a quantidade em que ela é oferecida no mercado, fator que influencia principalmente no preço.
- Flores de Janeiro: antúrio, áster, boca de leão, cáspia, catléia (orquídea), cravina, lisiantus, orquídea.
- Flores de Fevereiro: angélica, áster, cáspia, gladíolo, orquídeas.
- Flores de Março: angélica, áster, cáspia, catléia, margarida, orquídeas.
- Flores de Abril: angélica, gipsufila (mosquitinho), gladíolo, strelitzia.
- Flores de Maio: áster, cravina, cravo, crisântemo, cymbidium, gipsufila, gladíolo, rosa, strelitzia, tango.
- Flores de Junho: angélica, cymbidium, strelitzia, tulipa.
- Flores de Julho: angélica, cymbidium, goivo, tulipa.
- Flores de Agosto: copo-de-leite, girassol, goivo, íris, oncidium, tulipa.
- Flores de Setembro: copo-de-leite, estátice, frésia, girassol, goivo, íris, oncidium.
- Flores de Outubro: agapanto, áster, copo de leite, dália, estátice, frésia, gladíolo, girassol, lírio branco, tango.
- Flores de Novembro: antúrio, áster, boca de leão, cáspia, copo-de-leite, crisântemo, dália, gérbera, gipsufila, girassol, lírio branco, lisiantus, rosa, tango.
- Flores de Dezembro: antúrio, áster, boca de leão, cáspia, cravina, crisântemo, dália, gérbera, gipsufila, girassol, lírio branco, lisiantus, rosa, tango.
Delphinium (Delfino): setembro a março
Narcissus (Narciso): maio a setembro
Ornithogalum: maio a julho
Tulipa: maio a outubro
Cymbidium: maio a julho
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Por: floresemcasa.blogspot.com (reprodução autorizada citando a fonte com link ara a postagem original) Fontes/Referências bibliográficas: Dicionário Ilustrado de Símbolos - Hans Biedermann - Editora Melhoramento - Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem_das_flores - Dicionário do Folclore Brasileiro - Luís da Câmara Cascudo - Editora Global - DI STASI, L.C. Plantas Medicinais: Arte e Ciência - Um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo. Ed. UNESP. 230 p., 1996. - HOEHNE, F.C. Plantas e Substâncias Tóxicas e Medicinais - São Paulo. Ed. Graphicars. 1939. - MARTINS, E.R.; CASTRO, D.M.; CASTELLANI, D.C.; DIAS, J.E. Plantas Medicinais - Minas Gerais. Ed. Universidade Federal de Viçosa. 220p., 1994. - MORGAN, R. Enciclopédia das Ervas e Plantas Medicinais - São Paulo. Hemus ed.. 555 p., 1994. - QUER, P.F. Plantas Medicinales - Barcelona. Ed. Labor. 1962. - SCHVARTSMAN, S. . Planta Venenosas - São Paulo. Ed. Sarvier. 176 p. 1979. - SOUSA, M.P.; MATOS, M.E.O ; MATOS, F.J. de A; MACHADO, M.I.L.; CRAVEIRO, A.A. Constituintes Químicos Ativos de Plantas Brasileiras - Ceará. Edições UFC. 416 p., 1991. - VIERA, L.S. Fitoterapia da Amazônia - São Paulo. Ed. Ceres. 347p., 1992. - Imagem: Bottle Flower Magic Green Spell Natural Sweet/Max Pixel (CC0)
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