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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O culto a Iemanjá durante o Réveillon

Rainha do Mar


IEMANJÁ é considerada mãe de todos os ORIXÁS. No Brasil, é muito venerada, e seu culto tornou-se quase independente das religiões de matriz africana. É representada como uma sereia de longos cabelos pretos. Rege a maternidade, e é a mãe de toda vida e representa a fecundidade. Seu dia da semana é sábado, entretanto é cultuada popularmente e em larga escala durante a passagem de ano; quando representa a renovação, o término de um cíclo e início de outro, uma nova vida.

Gosta muito de flores e é costume oferecer-lhe sete rosas, ou palmas, brancas abertas, que são jogadas ao mar em oferenda e como agradecimento. Sua cor é a branca com azul.

Elementos

Axé: Conchas e pedras marinhas, numa vasilha de porcelana azul.

Insígnias: uma espada de folha-de-flandres e uma espécie de leque circular, também de folha-de-flandres, com adornos e, no centro, uma sereia recortada.

Morada: Mar, foz de rios, enseadas e baías.

Metal: Prata.

Pedra: Água-marinha

Perfumes: Fleur de Rocaille, lírio, Syntoma.

Saudação: Odô-Yá!

História

Na África, as esculturas com a efígie de Iemanjá mostram uma mulher de seios exuberantes, símbolo de fertilidade. A lenda diz que da união de Obatalá e Odudua nasceram Aganju, a terra firme, e Iemanjá, as águas. Os dois irmãos também se unem e geram Orungã, o ar, o espaço entre o céu e a terra.

Em outra versão, contam que Iemanjá é filha de Olokum, a Senhora dos Oceanos, e que foi casada com um homem poderoso com quem teve dez filhos. Um dia, cansada de sua permanência em Ifé, foge na direção oeste, levando consigo uma garrafa que havia ganho certa vez de Olokun, contendo um misterioso preparado, a qual ela deveria quebrar jogando ao chão quando estivesse em perigo.

Iemanjá instalou-se em Abeokutá (seria uma alusão à migração da nação Egbá). O marido lança seu exército em busca de Iemanjá, com o objetivo de trazê-la de volta a Ifé. Quando se vê cercada, ela não se entrega, mas segue os conselhos de Olokum e quebra a garrafa.Imediatamente forma-se um rio, que a leva para Okun, o mar, morada de Olokum.

Deusa da foz dos rios e quebra-mares, a rainha dos mares, como é conhecida, é poderosa e atraente, e, quando invocada por quem realmente a conhece, propicia favores e ajudas inestimáveis. Tem a grande capacidade da mãe que sempre atende a um filho, que geralmente caracteriza-se por ser pessoa voluntariosa.


Candomblé


No candomblé, Iemanjá veste saia rodada, bata de rendão, estola e, na cabeça, um gorro de pêlo branco ou uma espécie de mitra. Do gorro ou da mitra pende uma franja de contas, sobre o rosto. Iemanjá dança com movimentos que imitam as ondas do mar.

O grande culto de Iemanjá, no entanto, não é celebrado dentro do Terreiro, mas ao ar livre. Rainha, sereia, mãe-d’água, ela é a deusa de "todas as águas" da Bahia de Todos os Santos, cultuada em Amaralina e Itapoã, no Dique e no Rio Vermelho, nos lados de Abaeté e nas pedras de Monte-Serrate, e do outro lado, na ilha de Itaparica.

No dia 2 de fevereiro, de Nossa Senhora das Candeias (apesar da santa ser identificada na Bahia como Oxum, a festa é de Iemanjá), sai para o largo a grande e festiva procissão marítima dos candomblés e do povo da Bahia. Tudo tem início na Casa do Peso, assim chamada por ser aonde os pescadores levam o peixe para ser pesado. A pequena edificação, num promontório do Rio Vermelho, amanhece enfeitada com um arco de folhas de coqueiro e bandeirinhas multicoloridas. 


Lá dentro, sob a atenta e respeitosa vigilância de uma mãe-de-santo e de um pai-de-santo, um grande balaio aguarda os presentes para Iemanjá. Os crentes formam longa filha e, um a um, vão colocando no balaio bilhetes para Janaína, pedindo ajuda em casos de amor e dinheiro, na realização de sonhos e ambições; e depositam os presentes do seu amor e da sua devoção – flores, perfumes, tecidos, rendas, fitas, dinheiro, espelhos, pentes, sabonetes... presentes que a deusa irá receber em alto mar. Inclusive animais vivos. Pois nada é demais para ser dado a Iemanjá. Ela é a senhora do mar – a que amaina a fúria das ondas, contorna os escolhos, impede que as redes de pesca voltem vazias.


Perto da Casa do Peso ressoam os atabaques, ritmando os cânticos sagrados. E há rodas de samba e de capoeira. E uma verdadeira multidão. Chega, enfim, o grande momento. A mãe e as filhas-de-santo saem com o grande balaio repleto de oferendas, rumo ao barco que vai levá-lo à Rainha do Mar. E logo parte a procissão dos saveiros e outras embarcações. Num determinado ponto, em lugar bem fundo, o balaio é depositado sobre as águas. Se o presente não afundar, é sinal de que não foi aceito por Iemanjá. Mas ela sempre aceita, bondosa e compassiva, sendo muito difícil que um presente para Janaína fique boiando sobre as ondas.

Ante a expectativa geral, os barcos regressam, com a alegre notícia de que a deusa recebeu de bom grado as oferendas. Os atabaques ressoam mais festivos. Os cânticos se elevam com mais exaltação e alegria. Iemanjá está em paz com seus filhos e propiciará sejam todos os desejos realizados.


Iemanjá na Umbanda - Oferendas - Festejo no Réveillon


A linha de Iemanjá governa a Calunga Grande, o Mar. Suas cores são o branco e o azul. Nas oferendas a Iemanjá não podem faltar flores de cor branca – rosas, cravos, lírios, palmas-de-santa-rita – perfumes, moedas de níquel, sabonete pequeno e outros agrados, que são deixados na praia, junto do mar, ou colocados num barquinho, que é solto nas ondas.

A comida é o manjar branco e a bebida é o champanhe, frequentemente democratizada como cidra espumante.

A festa de Iemanjá é celebrada a 15 de agosto, dia de Nossa Senhora da Glória, com quem está sincretizada. Entretanto é na passagem do ano que se realiza a gigantesca e impressionante comemoração popular em seu louvor. Os devotos, filhos e filhas de fé, com suas roupas brancas e colares de muitas cores, improvisam Terreiros nas praias – um círculo de flores fincadas na areia e velas acesas e garrafas de bebidas e as comidas dos santos... Entoam-se cânticos rituais, ao som dos atabaques. Baixam os Guias Espirituais que atendem as consultas. O povo traz presentes para Iemanjá, com braçadas de flores brancas. Soltam-se no mar barquinhos com oferendas. Jogam-se moedas nas ondas, pulam-se 7 ondas, propiciando um bom Ano Novo.

As velas acesas se multiplicavam nas praias urbanas da Zona Sul do Rio, e, vistas a uma certa distância, daõ impressão de que as estrela estão também espalhadas pela areia. A noite de Iemanjá transformou-se num show promovido pela TV e outros meios de comunicação, atraindo grandes multidões. Em Copacabana, a meia-noite, espetáculos pirotécnicos são realizados por grandes hotéis e firmas comerciais. Pessoas do Brasil, e do mundo inteiro, celebram Iemanjá durante a passagem de ano nas praias cariocas.

Ritual de Ano Novo - entrega


Para receber a benção da Rainha do Mar e atrair muito sucesso, vá até a praia na semana em que acontece a passagem de ano, ou mesmo no dia do Réveillon. 

Coloque nas águas um barquinho contendo algumas frutas, como: maçãs, uvas, mamão; sete rosas brancas, pergume de alfazema... Junto das oferendas, coloque um papel com todos seus pedidos por escrito e velas azuis, brancas ou bicolores azul e branca, sempre em número de 1, 3, 5, 7 ou múltiplo de 7. Depois, abra uma champanhe e despeje o líquido no mar repetindo seus pedidos em voz alta. 

Você também pode fazer esta oferenda na areia da praia, despejando o espumante em volta da mesma; mas não deixe de ao menos molhar os pés na água do mar. Este ritual certamente irá abrir seus caminhos para o ano que está nascendo, trazendo ótimas energias daquela que é Mãe d'água, Rainha das Ondas e Sereias do Mar.



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