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terça-feira, 31 de março de 2020

O Livro dos Espíritos: Das esperanças e consolações

O Livro dos Espíritos:

Parte Quarta - Das esperanças e consolações » Conclusão » V


Capa da obra 'O Livro dos Espíritos', de Allan Kardec (FEB Editora): Parte Quarta - Das esperanças e consolações » Conclusão » V
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"Os que dizem que as crenças espíritas ameaçam invadir o mundo, proclamam, ipso facto, a força do Espiritismo, porque jamais poderia tornar-se universal uma idéia sem fundamento e destituída de lógica. Assim, se o Espiritismo se implanta por toda parte, se, principalmente nas classes cultas, recruta adeptos, como todos facilmente reconhecerão, é que tem um fundo de verdade. Baldados, contra essa tendência, serão todos os esforços dos seus detratores, e a prova é que o próprio ridículo, de que procuram cobri-lo, longe de lhe amortecer o ímpeto, parece ter-lhe dado novo vigor, resultado que plenamente justifica o que repetidas vezes os Espíritos têm dito:

“Não vos inquieteis com a oposição; tudo o que contra vós fizerem se tornará a vosso favor e os vossos maiores adversários, sem o quererem, servirão à vossa causa. Contra a vontade de Deus não poderá prevalecer a má-vontade dos homens.”

Por meio do Espiritismo, a Humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é conseqüência inevitável. Não mais, pois, vos espanteis da rapidez com que as idéias espíritas se propagam. A causa dessa celeridade reside na satisfação que trazem a todos os que as aprofundam e que nelas vêem alguma coisa mais do que fútil passatempo. Ora, como o que cada um quer é, acima de tudo, a sua felicidade, nada há de surpreendente em que se apegue a uma idéia que faz ditosos os que a esposam.

Três períodos distintos apresenta o desenvolvimento dessas idéias: primeiro, o da curiosidade, que a singularidade dos fenômenos produzidos desperta; segundo, o do raciocínio e da filosofia; terceiro, o da aplicação e das conseqüências. O período da curiosidade passou; a curiosidade dura pouco. Uma vez satisfeita, muda de objeto. O mesmo não acontece com aquilo que se dirige à razão e evoca reflexões sérias. Começou o segundo período, o terceiro virá inevitavelmente.

O Espiritismo progrediu principalmente depois que foi sendo mais bem compreendido na sua essência íntima, depois que lhe perceberam o alcance, porque tange a corda mais sensível do homem: a da sua felicidade, mesmo neste mundo. Aí a causa da sua propagação, o segredo da força que o fará triunfar. Vai tornando felizes os que o compreendem, enquanto aguarda que a sua influência atinja as massas.

Mesmo quem não testemunhou nenhum fenômeno material relativo às manifestações dos Espíritos diz para si próprio: à parte esses fenômenos, há a filosofia, que me explica o que nenhuma outra havia explicado. Nela encontro, por meio unicamente do raciocínio, uma solução racional para os problemas que no mais alto grau interessam ao meu futuro. Ela me dá calma, segurança, confiança; livra-me do tormento da incerteza. Em comparação com tudo isso, secundária se torna a questão dos fatos materiais.

Quereis, vós todos que o atacais, um meio de combatê-lo com êxito? Aqui o tendes. Substituí-o por alguma coisa melhor; indicai solução mais filosófica para todas as questões que ele resolveu; dai ao homem outra certeza que o faça mais feliz; porém compreendei bem o alcance da palavra certeza, porquanto o homem não aceita como certo senão o que lhe parece lógico. Não vos contenteis com dizer: isto não é assim; demasiado fácil é semelhante afirmativa. 

Provai, não por negação, mas por fatos, que isto não é real, nunca o foi e não pode ser. Se não é, dizei o que o é, em seu lugar. Provai, finalmente, que as conseqüências do Espiritismo não são tornar melhor o homem e, portanto, mais feliz, pela prática da mais pura moral evangélica, moral a que se tecem muitos louvores, mas que muito pouco se pratica. Quando houverdes feito isso, tereis o direito de o atacar.

O Espiritismo é forte porque assenta sobre as próprias bases da religião: Deus, a alma, as penas e as recompensas futuras; sobretudo, porque mostra que essas penas e recompensas são corolários naturais da vida terrestre e, ainda, porque, no quadro que apresenta do futuro, nada há que a razão mais exigente possa recusar. Que compensação ofereceis aos sofrimentos deste mundo, vós cuja doutrina consiste unicamente na negação do futuro? 

Enquanto vos apoiais na incredulidade, ele se apóia na confiança em Deus; ao passo que convida os homens à felicidade, à esperança, à verdadeira fraternidade, vós lhes ofereceis o nada por perspectiva e o egoísmo por consolação. Ele tudo explica, vós nada explicais. Ele prova pelos fatos, vós nada provais. Como quereis que se hesite entre as duas doutrinas?"

Allan Kardec, in "O Livro dos Espíritos"


quinta-feira, 26 de março de 2020

Mensagem Espírita: "Perante a Enfermidade"


"Sustentar inalteráveis a fé e a confiança, sem temor, queixa ou revolta, sempre que enfermidades conhecidas ou inesperadas lhe visitem o corpo ou lhe assediem o lar.
Cada prova tem uma razão de ser.
Com o necessário discernimento, abster-se do uso exagerado de medicamentos capazes de intoxicar a vida orgânica.
Para o serviço da cura, todo medicamento exige dosagem.
Desfazer ideias de temor ante as moléstias contagiosas ou mutilantes, usando a disciplina mental e os recursos da prece.
A força poderosa do pensamento tanto elabora quanto extingue muitos distúrbios orgânicos e psíquicos.
Sabendo que todo sofrimento orgânico é uma prova espiritual, dentro das leis cármicas, jamais recear a dor, mas aceitá-la e compreendê-la com desassombro e conformação.
A intensidade do sofrimento varia segundo a confiança na Lei Divina.
Aceitar o auxílio dos missionários e obreiros da medicina terrena, não exigindo proteção e responsabilidade exclusivas dos médicos desencarnados.
A Eterna Sabedoria tudo dispõe em nosso proveito.
Afirmar-se mentalmente em segurança, acima das enfermidades insidiosas que lhe possam assaltar o organismo, repelindo os pensamentos e as palavras de desespero ou cansaço, na fortaleza de sua fé.
A doença pertinaz leva à purificação mais profunda.
Aproveitar a moléstia como período de lições, sobretudo como tempo de aplicação dos valores alusivos à convicção religiosa. A enfermidade pode ser considerada por termômetro da fé."

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” — Jesus, em Mateus, 11:28
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Fonte: Espírito André Luiz – psicografia de Chico Xavier (Conduta Espírita – cap. 35) - Imagem: do filme 'Nosso Lar'



segunda-feira, 23 de março de 2020

Perdoe não sete vezes, mas até setenta vezes sete!

O perdão dos pecados na visão Espírita


"Em resposta a Pedro, o velho pescador galileu, informa o Divino Amigo que devemos perdoar não sete vezes, mas até setenta vezes sete.

Em outra oportunidade, aconselha conciliação com o adversário “enquanto estivermos a caminho com ele”, isto é, enquanto estivermos reencarnados. O perdão, no conceito das religiões não-reencarnacionistas, significa “apagar faltas”.

Limpar a alma do pecado, ou seja, do mal praticado.

Eximir de responsabilidade.

Nos termos do perdão teológico, aquele que ofendeu alguém e recebe absolvições humanas, fica com a estrada livre para novos desatinos.

Há, como se vê, nesse tipo de perdão, visível estímulo a novos erros, novos enganos, novas ilusões.

O homem sente-se, inevitavelmente, estimulado a novas quedas, novas reincidências, com fatais prejuízos ao processo evolutivo, que se retarda, no tempo.

A conceituação doutrinária do Espiritismo, em torno do tema “perdão”, é bem outra.

Muito diversa, menos fácil, porém, inegavelmente, mais sensata, mais lógica.

O perdão, segundo a Doutrina Espírita, não alarga as portas do erro; pelo contrário, restringe-as, sobremaneira, por apontar responsabilidades para quem estima a leviandade e a injúria, a crueldade e o desapreço à integridade, moral ou física, dos companheiros de luta, na paisagem terrestre.

De acordo com os preceitos espíritas, não há perdão sem reparação consequente, embora os próprios Instrutores de Mais Alto lembrem a palavra evangélica, que nos incentiva à integração com o Bem, no apostolado da fraternidade, através do ensinamento “o amor cobre a multidão dos pecados”, que representa a única força “que anula as exigências da Lei de Talião, dentro do Universo Infinito”"

Emmanuel

"O perdão que o Espiritismo e os amigos espirituais preconizam em verdade não é de fácil execução.

Requer muito boa-vontade.

Demanda esforço — esforço continuado, persistente.

Reclama perseverança.

Pede tenacidade.

É bem diferente do perdão teológico, que deve ter tido, em algum tempo, sua utilidade.

Não se veste de roupagem fantasiosa, não se emoldura de expressões simplesmente verbais.

Os postulados espíritas indicam-no por concessão de nova ou novas oportunidades de resgate e reparação dos erros praticados e dos males que deles resultaram.

Elevados Mensageiros do Pai, respondendo ao Mestre lionês, afirmaram que “o arrependimento concorre para a melhoria do Espírito, mas ele tem que expiar o seu passado”.

Emmanuel assevera, desenvolvendo a tese doutrinária, que “a concessão paternal de Deus, no que se refere à reencarnação para a sagrada oportunidade de uma nova experiência, já significa, em si, o perdão ou a magnanimidade da Lei” (“O Consolador”).

André Luiz esclarece que Deus “não castiga e nem perdoa, mas o ser consciente profere para si as sentenças de absolvição ou culpa ante as Leis Divinas” (“O Espírito da Verdade”).

Para a alma realmente interessada no perdão que não seja, apenas, um enunciado verbal, sem repercussões íntimas nas fontes augustas do sentimento, o ato de perdoar significa alguma coisa de grandioso e sublime, por isso mesmo difícil de executar.

Não se constitui da vã afirmativa: “eu perdoo”, permanecendo o coração fechado a qualquer entendimento conciliador e a mente cristalizada nas vibrações menos fraternas.

Não há perdão real, legítimo, definitivo, evangélico, doutrinário, quando o ofendido não se inclina a ajudar o ofensor, a servi-lo cristãmente, a socorrê-lo nas necessidades de qualquer natureza, se preciso.

As verdadeiras características do perdão com Jesus, apregoadas pelo Espiritismo, são, realmente, singulares e difíceis:

— esquecimento do mal recebido,

— não nos regozijarmos com os insucessos do ofensor,

— auxiliarmos, discretamente, sempre que possível, ao adversário,

— usarmos a delicadeza sincera, no trato com os que nos magoaram o coração ou feriram a sensibilidade, — vibrarmos, fraternalmente, em favor dos que nos desestimam.

Como se observa, perdoar, segundo o Espiritismo, não é problema a resolver por meio de afirmativas apressadas, sem vivência interior.

O maior beneficiário do perdão não é, como parece, aquele que o recebe, mas o que o concede.

O que é perdoado, se reconforta, se reanima.

O que perdoa, sinceramente, recolhe, dos Céus, as mais profusas bênçãos — bênçãos que nenhum tesouro do mundo pode substituir ou suplantar, tais como,

— conservação da paz interior,

— preservação da saúde,

— alegria de transformar o adversário em amigo, pelo reconhecimento que o perdão desperta e suscita,

— exercitação, cultivo dos mais belos sentimentos da alma humana, tais sejam, por exemplo, a humildade, o altruísmo, a nobreza moral.

Quem não perdoa, permanece ligado ao adversário, encarnado ou desencarnado, pelas faixas escuras do pensamento hostil.

Quem não perdoa, insistindo na mágoa raivosa, permite se estabeleça, entre a sua e a mente do adversário, uma ponte magnética, através da qual circulam, em regime de vaivém, de idas-e-voltas consecutivas, as vibrações do ódio e da vingança.

Quem perdoa, liberta o coração para as mais sublimes manifestações do amor que eleva e santifica.

“A alma que não perdoa, retendo o mal consigo, assemelha-se a um vaso cheio de lama e fel.”

“Jesus aconselhava-nos a perdoar infinitamente, para que o Amor seja em nosso Espírito como Sol brilhando em casa limpa.”

Maravilhosos conceitos, extraídos das obras de André Luiz!

Aquele que perdoa dissolve, ainda hoje, e aqui mesmo, os antagonismos, nas águas puras e doces da compreensão.

Quem não perdoa transfere para amanhã, noutras existências, em qualquer parte do Universo Ilimitado, os dolorosos reajustes, que bem se poderiam extinguir na presente reencarnação.

Aquele que perdoa, transpõe os pórticos da Espiritualidade, na morte do corpo físico, com a paz na consciência, a luz no Espírito, o consolo no coração.

Quem não perdoa, carrega consigo, no mundo extra- corpóreo, a sombra e o remorso."

José Martins Peralva, in "O Pensamento de Emmanuel"

QUESTÃO 661 - O LIVRO DOS ESPÍRITOS


A Prece

661. Poderemos utilmente pedir a Deus que perdoe as nossas faltas?

“Deus sabe discernir o bem do mal; a prece não esconde as faltas. Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas só o obtém mudando de proceder. As boas ações são a melhor prece, por isso que os atos valem mais que as palavras.”

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"A concessão paternal de Deus, no que se refere à reencarnação para a sagrada oportunidade de uma nova experiência, já significa, em si, o perdão ou a magnanimidade da Lei."
Emmanuel


sexta-feira, 20 de março de 2020

Emmanuel: "Estás Doente?"

"A oração da fé salvará o doente e o Senhor o levantará." 

(Tiago 5:15)

"Todas as criaturas humanas adoecem, todavia, são raros aqueles que cogitam de cura real.

Se te encontras enfermo, não acredites que a ação medicamentosa, através da boca ou dos poros, te possa restaurar integralmente.

O comprimido ajuda, a injeção melhora, entretanto nunca te esqueças de que os verdadeiros males procedem do coração.

A mente é fonte criadora. A vida, pouco a pouco, plasma em torno de teus passos aquilo que desejas. De que vale a medicação exterior, se prossegues tristes, acabrunhado ou insubmisso?

De outras vezes, pedes o socorro de médicos humanos ou benfeitores espirituais, mas, ao surgirem as primeiras melhoras, abandonas o remédio ou o conselho salutar e voltas aos mesmos abusos que te conduziram à enfermidade.

Como regenerar a saúde, se perdes longas horas na posição da cólera ou do desânimo?

A indignação rara, quando justa e construtiva no interesse geral, é sempre um bem, quando sabemos orientá-la em serviços de elevação: contudo, a indignação diária, a propósito de tudo, de todos e de nós mesmos, é um hábito pernicioso, de consequências imprevisíveis.

O desalento, por sua vez, é clima anestesiante, que entorpece e destrói.

E que falar da maledicência ou da inutilidade, com as quais despendes tempo valioso e longo em conversação infrutífera  extinguindo as tuas forças?

Que gênio milagroso te doará o equilíbrio orgânico, se não sabes calar, nem desculpar, se não ajudas, nem compreendes, se não te humilhas para os desígnios superiores, nem procuras harmonia com os homens?

Por mais que apressem socorristas da Terra e do plano Espiritual em teu favor, devoras as próprias energias, vítima imprevidente do suicídio indireto.

Se estás doente, meu amigo, acima de qualquer medicação, aprende a orar e a entender, a auxiliar e a preparar o coração para a Grande Mudança.

Desapega-te de bens transitórios que te foram emprestados pelo Poder Divino, de acordo com a Lei do uso, e lembra-te que serás, agora ou depois, reconduzido à Vida Maior, onde encontramos sempre a própria consciência.

Foge à brutalidade. Enriquece os teus fatores de simpatia pessoal, pela prática do amor fraterno. Busca a intimidade com a sabedoria pelo estudo e pela meditação. 

Não manches teu caminho. Serve sempre. Trabalha na extensão do bem. Guarda lealdade do ideal que te ilumina o coração, permanece convicto de que, se cultivas a oração da fé viva em todos os teus passos, aqui ou além, o Senhor te levantará."

Texto ditado pelo Espírito Emmanuel, psicografou Chico Xavier
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Fonte: "Evangelho por Emmanuel - Cartas universais e Apocalipse" (Fonte viva, FEB Editora. Cap. 86.)


quarta-feira, 18 de março de 2020

Mensagem de Emmanuel às pessoas enfermas

Lembrança Fraternal aos Enfermos, por Emmanuel



"Queres o restabelecimento da saúde do corpo e isso é justo. Mas, atende ao que te lembra um amigo que já se vestiu de vários corpos e compreendeu, depois de longas lutas, a necessidade da saúde espiritual.

A tarefa humana já representa, por si, uma oportunidade de reerguimento aos espíritos enfermos. Lembra-te, pois, de que tua alma está doente e precisa curar-se sob os cuidados de Jesus, o nosso Grande Médico.

Nunca pensaste que o Evangelho é uma Receita Geral para a humanidade sofredora?

É muito importante combater as moléstias do corpo; mas, ninguém conseguirá eliminar efeitos quando as causas permanecem. Usa os remédios humanos, porém, inclina-te para Jesus e renova-te, espiritualmente, nas lições de seu amor.

Recorda que Lázaro, não obstante voltar do sepulcro, em sua carne, pela poderosa influência do Cristo, teve de entregar seu corpo ao túmulo, mais tarde. O Mestre chamava-o a novo ensejo de iluminação da alma imperecível, mas não ao absurdo privilégio da carne imutável.

Não somos as células orgânicas que se agrupam, a nosso serviço, quando necessitamos da experiência terrestre. Somos espíritos imortais e esses microrganismos são naturalmente intoxicados, quando os viciamos ou aviltamos, em nossa condição de rebeldia ou de inferioridade.

Os estados mórbidos são reflexos ou resultantes de nossas vibrações mais íntimas. Não trates as doenças com pavor e desequilíbrio das emoções. Cada uma tem sua linguagem silenciosa e se faz acompanhar de finalidades específicas. A hepatite, a indigestão, a gastralgia, o resfriado são ótimos avisos contra o abuso e a indiferença.

Por que preferes bebidas excitantes, quando sabes que a água é a boa companheira, que lava os piores detritos humanos?

Por que o excesso dos frios no verão e a demasia de calor nos tempos de inverno?

Acaso ignoras que o equilíbrio é filho da sobriedade?

O próprio irracional tem uma lição de simples impulso, satisfazendo-se com a sombra das árvores na secura do estio e com a benção do sol nas manhãs hibernais. Pela tua inconformação e indisciplina, desordenas o fígado, estragas os órgãos respiratórios, aborreces o estômago.

Observamos, assim, que essas doenças-avisos se verificam por causas de ordem moral. Quando as advertências não prevalecem, surgem as úlceras, as congestões, as nefrites, os reumatismos, as obstruções, as enxaquecas.

Por não se conformar o homem, com os Desígnios do Pai que criou as Leis da Natureza como regulamentos naturais para a sua casa terrestre, submete as células que o servem ao desregramento, velha causa de nossas ruínas.

E que dizermos da sífilis e do alcoolismo procurados além do próprio abuso?

Entretanto, no capítulo das enfermidades que buscam a criatura, necessitamos considerar que cada uma tem sua função justa e definida...

A epidemia é uma provação coletiva, sem que essa afirmativa, no entanto, dispense o homem do esforço para o saneamento e higiene de sua habitação.

Há dores íntimas, ocultas ao público, que são aguilhões salvadores para a existência inteira. As enfermidades oriundas dos acidentes imprevistos são resgates justos. Os aleijões são parte integrante das tabelas expiatórias. A moléstia hereditária assinala a luta merecida.

Vemos, portanto, que a doença, quando não seja a advertência das células queixosas do tirânico senhor que as domina, é a mensageira amiga convidando a meditações necessárias.

Desejas a cura; é natural. Mas, precisas tratar-te a ti mesmo para que possas remediar ao teu corpo. Nos pensamentos ansiosos, recorre ao exemplo de Jesus. Não nos consta que o Mestre estivesse algum dia de cama; todavia, sabemos que ele esteve na cruz.

Obedece, pois, a Deus e não te rebeles contra os aguilhões.

Socorre-te do médico do mundo ou de teu irmão do plano espiritual, mas, não exijas milagres, que esses benfeitores da terra e do céu não podem fazer. Só Deus te pode dar acréscimo de misericórdia, quando te esforçares por compreendê-lo.

Não deixes de atender às necessidades de teus órgãos materiais que constituem a tua vestimenta no mundo; mas, lembra-te do problema fundamental que é a posse da saúde para a vida eterna.

Cumpre teus deveres, repara como te alimentas, busca prever antes de remediar e, pelas muitas experiências dolorosas que já vivi no mundo terrestre, recorda comigo aquelas sábias palavras do Senhor ao paralítico de Jerusalém:

“Eis que já estás são, não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior.”"

Pelo Espírito Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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Fonte: Do livro "Coletânea do Além", lição nº 56, página 125.


segunda-feira, 16 de março de 2020

Oração: "Olhar-me desde Ti" - Evangelho de João 9, 1-41

Antes de orar recomenda-se a leitura do Evangelho de São João 9, 1- 41

(Correspondente ao Quarto Domingo de Quaresma ciclo A do Ano Litúrgico)

Olhar-me desde Ti
(Oremos)

"Olha-me tu, Jesus de Nazaré 
que eu sinta pousar-se sobre mim
teu olhar livre,
sem escravidão de sinagoga,
sem exigência que me ignorem,
sem a distância que congela,
sem a cobiça que me compre.

Que teu olhar se pouse
em meus sentidos,
e se filtre até os desvãos
inacessíveis onde te espera
meu eu desconhecido
semeado por ti desde meu início
e germine meu futuro
rompendo em silêncio
com o verde de suas folhas
a terra machucada que me sepulta
e que me nutre.

Deixa-me entrar dentro de ti,
para olhar-me desde ti,
e sentir que se dissolvem
tantos olhares
próprios e alheios
que me deformam e me rompem."

Amém!
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Fonte: Instituto Humanistas Unisinos - IHU: "Evangelho de João 9, 1-41" (publicado em 24 de março de 2014) - Imagem: Pintura de El Greco "Cristo Curando o Cego", OST, (c.1570)  Museu Metropolitano de Arte de NY - CC0


sábado, 14 de março de 2020

André Luiz: "Apontamentos cristãos"


O Espírito André Luiz, autor da obra Nosso lar, escreveu uma mensagem intitulada "Apontamentos cristãos", e nos adverte:

"Não te encolerizes.

O punhal da nossa ira alcança-nos a própria saúde, impondo-nos o vírus da enfermidade.

Não critiques.

A lâmina de nossa reprovação volta-se, invariavelmente, contra nós, expondo-nos as próprias deficiências.

Não comentes o mal do próximo.

O lodo da maledicência vai se derramar sobre os nossos passos, enodoando-nos o caminho.

Não apedrejes.

Os calhaus da nossa violência de hoje tomarão amanhã, por alvo, a nossa própria cabeça.

Não desesperes.

O raio de nossa inconformação aniquilará a sementeira de nossos melhores sonhos.

Não perturbes.

O ruído de nossa dissensão irá desorientar nosso próprio raciocínio.

Não escarneças.

O fel de nosso sarcasmo azedará o vinho da alegria no vaso de nosso coração, envenenando-nos a existência.

Não escravizes.

As algemas do nosso egoísmo irá nos aprisionar no cárcere da loucura.

Não odeies.

A labareda de nosso ódio irá incendiar nosso próprio destino.

Não firas.

O golpe da nossa crueldade, brandido na direção dos outros, retornará a nós mesmos, inevitavelmente, fazendo chagas de dor e aflição no corpo de nossa vida.

*   *   *

A Lei de Causa e Efeito rege o Universo todo.

Tanto o mundo material como o espiritual estão sujeitos ao seu funcionamento perfeito e constante.

Sabendo disso, o homem inteligente descobre a possibilidade de gerar causas positivas, através de escolhas, de ações e de pensamentos.

Todas elas, inevitavelmente, irão gerar consequências ou efeitos, igualmente felizes.

O Universo, por ser bom em sua essência, possui esses mecanismos de incentivo ao bem, trazendo sempre uma porção de felicidade a quem semeia felicidade.

Por isso, possui mecanismos de alerta e correção. Quando um caminho infeliz é escolhido, reconduz, de outra forma, cada um de nós, à trilha mais segura e mais certa.

Aquele que descobre o quanto faz bem semear o amor, a fraternidade, dificilmente volta a escolher caminhos desacertados.

Aquele que consegue ouvir a voz da consciência a dizer: Muito bem! É este o caminho! Jamais esquece esta alegria, jamais se sente o mesmo.

Semear amor para colher felicidade. É esta a semeadura da nova era. Eis como a Lei de Causa e Efeito ajudará na conquista de nossa ventura maior.

Experimente isso em sua vida agora, e perceba os resultados valorosos imediatamente."

____
Fonte: Reprodução de redação do site Momento Espírita com base no cap. 34, do livro "Vozes do grande Além", por diversos Espíritos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. (Em 12.04.2011) - Imagem: PH/Pxhere (Domínio Público com atribuição não requerida/CC0)

quarta-feira, 11 de março de 2020

Fénelon: "Revolução moral, a Lei do progresso"

Evangelho segundo o Espiritismo: Capítulo I 
(Instruções do Espíritos. A Nova Era.)


"10. Um dia, Deus, em sua inesgotável caridade, permitiu que o homem visse a verdade varar as trevas. Esse dia foi o do advento do Cristo. Depois da luz viva, voltaram as trevas.

Após alternativas de verdade e obscuridade, o mundo novamente se perdia. Então, semelhantemente aos profetas do Antigo Testamento, os Espíritos se puseram a falar e a vos advertir.

O mundo está abalado em seus fundamentos; reboará o trovão. Sede firmes!

O Espiritismo é de ordem divina, pois que se assenta nas próprias leis da Natureza, e estai certos de que tudo o que é de ordem divina tem grande e útil objetivo.

O vosso mundo se perdia; a Ciência, desenvolvida à custa do que é de ordem moral, mas conduzindo-vos ao bem-estar material, redundava em proveito do espírito das trevas.

Como sabeis, cristãos, o coração e o amor têm de caminhar unidos à Ciência.

O reino do Cristo, ah! passados que são dezoito séculos e apesar do sangue de tantos mártires, ainda não veio. Cristãos, voltai para o Mestre, que vos quer salvar. Tudo é fácil àquele que crê e ama; o amor o enche de inefável alegria.

Sim, meus filhos, o mundo está abalado; os bons Espíritos vo-lo dizem sobejamente; dobrai-vos à rajada que anuncia a tempestade, a fim de não serdes derribados, isto é, preparai-vos e não imiteis as virgens loucas, que foram apanhadas desprevenidas à chegada do esposo.

A revolução que se apresta é antes moral do que material.

Os grandes Espíritos, mensageiros divinos, sopram a fé, para que todos vós, obreiros esclarecidos e ardorosos, façais ouvir a vossa voz humilde, porquanto sois o grão de areia; mas, sem grãos de areia, não existiriam as montanhas.

Assim, pois, que estas palavras – “Somos pequenos” – careçam para vós de significação. A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes?

Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e marchai para frente; a lei dos mundos é a do progresso. – Fénelon. (Poitiers, 1861.)"





segunda-feira, 9 de março de 2020

Ponto de Cura de Iemanjá


"Maré cheia
Salve a mamãe sereia

Como é lindo ouvir 
Ela cantar
O lindo canto
Da Mãe Iemanjá

Já chegou com as
Ondas do mar
A força de cura
Da Mãe Iemanjá

É tão lindo ouvir
Ela cantar
Trazendo a cura
Com as ondas do mar"

Recebido por Ronald, em  mar/2020

sábado, 7 de março de 2020

Oração a São Roque contra doenças contagiosas

Oração a São Roque para proteção contra as doenças infecciosas

São Roque (1295/1327), é um santo da Igreja Católica Romana, protetor contra a peste e padroeiro dos inválidos e cirurgiões. 
É também considerado por algumas comunidades católicas como protetor do gado contra doenças contagiosas.

A sua popularidade, devido à intercessão contra a peste é grande, sendo padroeiro de múltiplas comunidades em todo o mundo católico e padroeiro de diversas profissões ligadas à medicina, ao tratamento de animais e dos seus produtos e aos cães. 

A sua festa celebra-se a 16 de agosto. É sincretizado nas religiões afro-brasileiras com o Orixá Omolu juntamente com São Lázaro.

Oração a São Roque para proteção contra as doenças infecciosas


“São Roque, vós que não tomando em conta o perigo do contágio da peste, vos dedicastes, de corpo e alma, ao cuidado dos doentes e Deus, para provar vossa fé e confiança, permitiu que contraísseis a doença, mas que este mesmo Deus, no abandono de vossa cabana, no bosque, por meio de um cão, vos alimentou de um modo milagroso e também milagrosamente vos curou, protegei-me contra as doenças infecciosas, livrai-me do contágio dos bacilos e vírus, defendei-me da poluição do ar, da água e dos alimentos.

Enquanto eu tiver saúde, vos prometo rezar pelos doentes dos hospitais e fazer o possível para aliviar as dores e os sofrimentos dos enfermos, par imitar a grande caridade que vós tivestes para com os vossos semelhantes.

São Roque, abençoai os médicos, fortalecei os enfermeiros e atendentes dos hospitais, curai os doentes, defendei os que têm saúde contra o contágio da peste e da poluição. 

São Roque, rogai por nós!”

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Fonte: História do Santo
Imagem: Santinho de São Roque/Internet.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Emmanuel: "O Mestre e o Apóstolo"


"Luminosa, a coerência entre o Cristo e o Apóstolo que lhe restaurou a palavra.

Jesus, o Mestre.

Kardec, o professor.

Jesus refere-se a Deus, junto da fé sem obras.

Kardec fala de Deus, rente às obras sem fé.

Jesus é combatido, desde a primeira hora do Evangelho, pelos que se acomodam na sombra.

Kardec é impugnado desde o primeiro dia do Espiritismo, pelos que fogem da luz.

Jesus caminha sem convenções.

Kardec age sem preconceitos.

Jesus exige coragem de atitudes.

Kardec reclama independência mental.

Jesus convida ao amor.

Kardec impele à caridade.

Jesus consola a multidão.

Kardec esclarece o povo.

Jesus acorda o sentimento.

Kardec desperta a razão.

Jesus constrói.

Kardec consolida.

Jesus revela.

Kardec descortina.

Jesus propõe.

Kardec expõe.

Jesus lança as bases do Cristianismo, entre fenômenos mediúnicos.

Kardec recebe os princípios da Doutrina Espírita, através da mediunidade.

Jesus afirma que é preciso nascer de novo.

Kardec explica a reencarnação.

Jesus reporta-se a outras moradas.

Kardec menciona outros mundos.

Jesus espera que a verdade emancipe os homens; ensina que a justiça atribui a cada um pela próprias obras e anuncia que o Criador será adorado, na Terra, em espírito.

Kardec esculpe na consciência as leis do Universo.

Em suma, diante do acesso aos mais altos valores da vida, Jesus e Kardec estão perfeitamente conjugados pela Sabedoria Divina.

Jesus, a porta.

Kardec, a chave."
Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier, in "Opinião Espírita" pág. 25 (CEC, 1973)

segunda-feira, 2 de março de 2020

Bezerra de Menezes: "Diante de Tudo"


"Diante de tudo, estabelece Jesus para nós todos uma conduta básica, de que todas as providências exatas se derivam para a solução dos problemas no caminho da vida.

Sombra – Caridade da luz.
Ignorância – Caridade do ensino.
Penúria – Caridade do socorro.
Doença – Caridade do remédio.
Injúria – Caridade do silêncio.
Tristeza – Caridade do consolo.
Azedume – Caridade do sorriso.
Cólera – Caridade da brandura.
Ofensa – Caridade da tolerância.
Insulto – Caridade da prece.
Desequilíbrio – Caridade do reajuste.
Ingratidão – Caridade do esquecimento.

Diante de cada criatura, exerçamos a caridade do serviço e da bênção.

Todos somos viajores na direção da Vida Maior.

Doemos amor à Deus, na pessoa do próximo, e Deus, através do próximo, dar-nos-á mais amor."

Bezerra de Menezes, psicografado por Chico Xavier, in "Caminho Espírita"

Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1831/1900), mais conhecido apenas como Bezerra de Menezes, foi um médico, militar, escritor, jornalista, político, filantropo e expoente da Doutrina Espírita. Conhecido também como "O Médico dos Pobres".

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