E o lápis-relâmpago de Chico Xavier continua a deslizar, veloz, sobre o papel. E veio-nos mais este soneto inconfundível do poeta do “Eu”...
"Desolação. Terror e morticínio.
O homem sôfrego e bruto, de ânsia em ânsia,
Sofre agora a sinistra ressonância
De sua inclinação para o extermínio.
É o doloroso e trágico domínio
Do «homo homini lupus» da ignorância.¹
Exaltando a vaidade sem substância,
Ídolo podre sobre o esterquilínio.
Por toda a parte, escorre o sangue horrível,
Ao crepitar de rúbidos incêndios,
Sobre a ideia cristã medrando em germe.
Em quase tudo, o pântano terrível,
De lodo e lama, em sombra e vilipêndios,
Atestando as vitórias do homem-verme!"
Francisco Cândido Xavier e Augusto dos Anjos, em "Luz na Escola" (3)
Notas:
1- A expressão latina homo homini lupus, significa “o homem é um lobo para o homem”.
Essa mensagem foi também publicada pela FEB, é o 25º soneto do 15º capítulo do livro “Parnaso de Além-Túmulo”
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