3. Nosso Instrutor valeu-se daquele minuto de simpatia e, alçando o pensamento ao Alto, deprecou, humilde: (prece, pelos perseguidores, pecadores, infiéis e injustos; para que não transformemos o amor em ódio, e sim transmutemos o ódio em amor...)
"Senhor Jesus! Nosso Divino amigo…
Há sempre quem peça pelos perseguidos, mas raros se lembram de auxiliar os perseguidores! Em toda parte, ouvimos rogativas em benefício dos que obedecem, entretanto, é difícil surpreendermos uma súplica em favor dos que administram.
Há muitos que rogam pelos fracos para que sejam, a tempo, socorridos; no entanto, raríssimos corações imploram concurso divino para os fortes, a fim de que sejam bem conduzidos.
Senhor, tua justiça não falha. Conheces aquele que fere e aquele que é ferido. Não julgas pelo padrão de nossos desejos caprichosos, porque o teu amor é perfeito e infinito…
Nunca te inclinas-te tão somente para os cegos, doentes e desalentados da sorte, porque amparas, na hora justa, os que causam a cegueira, a enfermidade e o desânimo…
Se salvas, em verdade, as vítimas do mal, buscas, igualmente, os pecadores, os infiéis e os injustos. Não menoscabaste a jactância dos doutores e conversaste amorosamente com eles no templo de Jerusalém. Não condenaste os afortunados e, sim, abençoaste-lhes as obras úteis.
Em casa de Simão, o fariseu orgulhoso, não desprezaste a mulher transviada, ajudaste-a com fraternas mãos. Não desamparaste os malfeitores, aceitaste a companhia de dois ladrões, no dia da cruz.
Se Tu, Mestre, o Mensageiro Imaculado, assim procedeste na Terra, quem somos nós, Espíritos endividados, para amaldiçoarmo-nos, uns aos outros?
Acende em nós a claridade dum entendimento novo! Auxilia-nos a interpretar as dores do próximo por nossas próprias dores. Quando atormentados, fazê-nos sentir as dificuldades daqueles que nos atormentam para que saibamos vencer os obstáculos em teu nome.
Misericordioso amigo, não nos deixes sem rumo, relegados à limitação dos nossos próprios sentimentos…
Acrescenta-nos a fé vacilante, descortina-nos as raízes comuns da vida, a fim de compreendermos, finalmente, que somos irmãos uns dos outros. Ensina-nos que não existe outra lei, fora do sacrifício, que nos possa facultar o anelado crescimento para os mundos divinos.
Impele-nos à compreensão do drama redentor a que nos achamos vinculados. Ajuda nos a converter o ódio em amor, porque não sabemos, em nossa condição de inferioridade, senão transformar o amor em ódio, quando os teus desígnios se modificam, a nosso respeito.
Temos o coração chagado e os pés feridos na longa marcha, através das incompreensões que nos são próprias, e nossa mente, por isto, aspira ao clima da verdadeira paz, com a mesma aflição por que o viajor extenuado no deserto anseia por água pura.
Senhor, infunde-nos o Dom de nos ampararmos mutuamente.
Beneficiaste os que não creram em Ti, protegeste os que te não compreenderam, ressurgiste para os discípulos que te fugiram, legaste o tesouro do conhecimento divino aos que te crucificaram e esqueceram…
Por que razão, nós outros, míseros vermes do lodo ante uma estrela celeste, quando comparados contigo, recearíamos estender dadivosas mãos aos que nos não entendem ainda!…"
(Capítulo 5: "Missão de amor": vv.3 "Prece de Gúbio")
Fonte: trecho do capítulo 5, do livro "À luz da oração", por Francisco Cândido Xavier e autores espirituais diversos: "3. A Prece de Gúbio" - citação parcial para propagação da fé, do amor, da fraternidade, do espiritismo, da obra de Chico Xavier e para estudo, de acordo com o artigo 46, item III, da Lei de Direitos Autorais - Imagem: pxhere (CC0)
Leia a versão gratuita (em .pdf): "À Luz da Oração; Antologia de Preces Mediúnicas"
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