|
Imagem: NASA/Hubble |
Por mais dias nublados que existam, é certo que o Sol sempre volta a brilhar; que a Lua ainda há de iluminar incontáveis noites, e a Verdade, tanto de dia quanto de noite, sempre prevalecerá através dos séculos. Somos todos irmãos, de fato somos todos UM em ressonância com o Universo.
Se é a fé que move montanhas, a esperança nos fornece o campo fértil para que através da fé plantemos nossas sementes e tenhamos a paciência do cultivo, esperando o momento certo da colheita. Mas de nada adiantariam todas essas coisas se não tivéssemos amor.
A ilusão é o universo visível no qual vivemos, entretanto existe um Universo infinito em extensão, planos de existência e dimensões, muitas vezes inatingíveis e impenetráveis para nosso corpo físico, mas que podem ser acessados por nosso corpo etéreo, por nosso Espírito, quando ele está em sintonia, sincronicidade, perfeitamente conectado ao grande arquiteto cósmico que é Deus, único e indivisível, embora todos estejamos nele, Ele está em todos nós. Se tudo um dia é finito, verdade é que o infinito habita em todos e em tudo, no que podemos e no que não que não podemos ver.
"Três coisas não podem ser escondidas por muito tempo: o Sol, a Lua e a Verdade." (Buda)
Estados de espírito fazem parte da ilusão, criada por aquele que é infinito para que possamos progredir, nascer, crescer, viver e colher os frutos de nós mesmos de acordo com o que plantamos e a dedicação que tivermos durante o cultivo com a paciência para realizar a colheita no momento certo. Tudo é ilusório, à excessão do amor que é a verdadeira realidade. A vontade divina é puro amor, incriado, indestrutível e inesgotável. Nós somos os frutos deste amor.
Existem muitas religiões, mas Deus é um só, onipotente, onipresente e onisciente, está em tudo e tudo está nele. A voz de seu Espírito ecoa em toda religião que prega o amor. As divisões ideológicas são apenas ilusórias, colocadas como uma prova para que a humanidade veja além da ilusão e se reúna novamente numa religião cósmica, na qual, dentro da lei do amor, um só Deus reina do alfa ao ômega, através dos séculos, por toda a eternidade. A religião suprema é a Verdade e a única forma de praticá-la, de acordo com a vontade divina, é através do amor.
Amando a Deus sobre todas as coisas, aí se estabelece o amor próprio, desapegado do ego, da vaidade e da soberba, pois Deus habita o interior de todos, independente de raça, credo, ideologia ou classe social. Amando ao próximo estamos amando também a Deus e a nós mesmos, pois de fato somos todos um. Fazemos parte de um ecossistema frágil, porém resiliente, habitando um fino grão de poeira, coberto com uma delicada camada de vida, que flutua na vastidão imensurável do espaço sideral. Essa partícula do Universo conhecida por nós como Terra, gira, não está parada. Viaja dentro da atmosfera solar, seguindo a estrela por nós conhecida como Sol em movimento espiral e constante, afastando-se gradativamente do centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Lentamente, através dos éons intermináveis...
"Iludido pelos três modos (bondade, paixão e ignorância), o mundo inteiro não conhece a Mim, que estou acima dos modos e sou inesgotável." (Bhagavad-gītā 7.13)
Quem sai de ressonância com o amor, que é a mecânica cósmica regente da natureza, entra em um processo de provação, para poder novamente unir-se ao todo, ressoando harmonicamente com as vibratórias cósmicas originárias de todas as criações maravilhosas e milagrosas do Criador, Deus maior e único, presente em todas as religiões.
Conquistemos como um só povo, uma só raça, que é a raça humana, uma melhor sincronicidade e sintonia com o Criador e por conseguinte com todo objeto de suas maravilhosas criações, nos tornando um espelho que reflete claramente a divina imagem. Tornemo-nos, através do amor, um só coração; através da presença de Espírito, um só pensamento. Cumprindo assim com o objetivo do plano maior que é a religação da conexão estável e quântica entre todos os seres viventes e o Grande Arquiteto Do Universo, Deus, nosso Pai e criador. Estando Ele em nós e nós nEle, temos a certeza da vida eterna. A ilusão termina, o sofrimento desaparece e vivemos no amor que nos criou e que irá prevalecer para sempre.
"Portanto, agora existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor." (1 Coríntios 13:13)
Para que este grito de reconhecimento e de amor ecoe na Terra; favorecendo assim a ressonância que coloca a todos nós como um só povo, um único organismo vivo a ressoar com a vastidão cósmica infinita, precisamos primeiro nos perdoar pelas falhas do passado. O futuro será o resultado do que plantamos hoje, a semente de uma nova ordem de união entre os povos e amável diálogo interreligioso, no reconhecimento de que as religiões são muitas, mas Deus é um só. Perdoar-nos e perdoar. É um grande, mas prazeroso trabalho que a humidade tem pela frente.
"Pelo sol e pelo seu esplendor, pela lua, que o segue, pelo dia, que o revela, pela noite, que o encobre. Pelo firmamento e por Quem o construiu, pela terra e por Quem a dilatou, pela alma e por Quem aperfeiçoou, e lhe imprimiu o discernimento entre o que é certo e o que é errado, que será venturoso quem a purificar (a alma), e desventurado quem a corromper." (O Alcorão 'AX XAMS' - O SOL 1-10)
Que Deus nos perdoe e abençoe na reunião da raça humana em um só povo. Que em nosso pedido de perdão - pelos erros egoísticos do passado de divisão desigual e desarmoniosa entre e dentre os povos -, haja amor, pois como disse o Pai Maneco, um sábio preto-velho quando alguém lhe pediu perdão: "Perdão não se pede, conquista-se." Não existe conquista duradoura através da guerra, que é a encarnação do ódio humano, a conquista duradoura requer amor, como acontece quando da união de um casal, que forma uma família. Para que essa conquista logre êxito o único requisito necessário é o amor; pleno, ilimitado e acima de tudo colocado em prática como lei suprema, ao reconhecermos que Ele é a lei que rege todas as coisas, a vibração que tudo forma e a ressonância que tudo une.
"Em vez de esperar no Senhor por causa do seu amor. Coloquemos toda esperança nesse amor mesmo. Uma esperança assim é tão segura como o próprio Deus. Não pode ser jamais confundida. Ela é mais do que uma promessa de realização. Ela é já um efeito do amor mesmo pelo qual ela espera. Se busca a caridade. É porque já achou. E se busca a Deus, é sabendo que ja foi encontrada por Ele. Viaja para o céu, sentindo obscuramente que ali já aportou." (Thomas Merton)
Portanto, irmãos e irmãs de viajem, compartilhamos não só como passageiros nessa astronave chamada Terra, que em verdade é um organismo vivo, conhecido cosmicamente como Gaia. Somos convidados a fazer sua manutenção, a manter ordem e cordialidade entre os tripulantes, abastecer-la e colocá-la em marcha. Somos todos chamados a servir, para que possamos ao nosso tempo também estar servidos.
Vez por outra também nos revezarmos no controle do manche que direciona o destino comum da raça humana. Todos tem seu papel, sua oportunidade, sua relevância e igualdade na justiça da equanimidade, garantida por Deus, para que através da união fraterna alcemos vôo às camadas mais elevadas de evolução a bordo de nossa própria casa comum. Que Deus nos abençoe, para que possamos voltar a ser, de muitos UM.
Ronald Sanson 𓂀
Ronald Sanson Stresser, Jr (21/02/21)