Vida Eterna e Luz como Alimento
O Quinto Evangelho - por Huberto Rohden |
11- Disse Jesus: Este céu passará, e passará também aquele que está por cima deste. Os mortos não vivem, e os vivos não morrerão.
Quando comíeis o que era morto, vós o tornáveis vivo. Quando estiverdes na luz, que fareis? Quando éreis um, vos tornastes dois; mas, quando fordes dois, que fareis?
Quando comíeis o que era morto, vós o tornáveis vivo. Quando estiverdes na luz, que fareis? Quando éreis um, vos tornastes dois; mas, quando fordes dois, que fareis?
"Essas palavras do Evangelho de Tomé são de imensa profundidade, e dificilmente encontrarão paralelo em outros livros sacros. O céu físico passará, e mesmo os outros céus - astral, etéreo, mental, ou que outro nome tenham - são estágios evolutivos não definitivos.
Todos os seres que não integrarem a sua individualidade viva na Vida Universal são mortos, porque mortais, embora se considerem fisicamente vivos. O que não é metafisicamente vivo não é realmente vivo. Somente o vivo que se integra na Vida é que é real e definitivamente vivo. Os vivos não integrados na Vida são mortos, pseudo-vivos, mas realmente mortos. Imortal é somente a Vida, a Divindade, o Infinito, o Eterno, o Absoluto; todas, as creaturas são mortais, ou então imortalizáveis; nenhuma creatura é realmente imortal; imortal é somente o Creador.
A Sagrada Escritura chama "morto" o homem que vive na ego-consciência, porque não integrou o seu ego, pseudo-vivo, na Vida; - o homem da ego - consciência não é realmente vivo. Realmente vivo é somente o homem da cosmo-consciência, que integrou o seu vivo individual na Vida Universal.
Os verdadeiramente vivos não podem morrer jamais, porque integraram o seu indivíduo potencialmente imortal na Realidade atualmente imortal. O homem ainda não realmente imortal come coisas mortas, como são todos os alimentos assimiláveis, mesmo os que ciência chama vivos, como vegetais crus. O homem definitivamente imortalizado não se nutre e nada que seja morto ou mortal.
Quem digere e assimila o morto ou mortal torna-o imortal. Assimilar quer dizer tornar o assimilado semelhante ao assimilados. A Filosofia Oriental manda "comer o mundo". O profano, porém, é comido pelo mundo, e por isto é mundanizado ou profanizado. O místico isolacionista recusa comer o mundo e se isola longe do mundo; não é mundano nem mundanizado.
Somente o homem cósmico, o místico dinâmico, não é comido pelo mundo, nem recusa comer o mundo, mas come o mundo e o digere devidamente; e, neste caso, o mundo, devidamente digerido e assimilado, ajuda o homem a crescer e realizar-se cada vez mais. O homem cósmico é o homem realmente vivo e imortalizado.
Somente o homem cósmico, o místico dinâmico, não é comido pelo mundo, nem recusa comer o mundo, mas come o mundo e o digere devidamente; e, neste caso, o mundo, devidamente digerido e assimilado, ajuda o homem a crescer e realizar-se cada vez mais. O homem cósmico é o homem realmente vivo e imortalizado.
Só o homem quando definitiva e realmente vivo, não necessita de comer, a não ser luz, que é a última fronteira do mundo material; a luz cósmica é energia descondensada, a substância mais sutil que existe no mundo creado. O homem, lucigênito e lucificado, é também lucífago.
No princípio, todo o Verso era Uno. O Uno creador manifestou-se no Verso criado, em infinitos graus de diversidade e diversificação. Agora o Universo existe como Realidade Uno e Facticidades Verso.
Quando o Verso morre, volta ao Uno, o Vivo se dilui na Vida; ou então, como no homem, o Verso do Vivo se integra no Uno da Vida. As criaturas infra-humanas se diluem no Criador e deixam de existir como criaturas distintas. Somente o homem, em vez de se diluir, pode integrar-se na Vida do Criador."
Quando o Verso morre, volta ao Uno, o Vivo se dilui na Vida; ou então, como no homem, o Verso do Vivo se integra no Uno da Vida. As criaturas infra-humanas se diluem no Criador e deixam de existir como criaturas distintas. Somente o homem, em vez de se diluir, pode integrar-se na Vida do Criador."
Fonte: “O QUINTO EVANGELHO, A Mensagem do Cristo Segundo Tomé”, Huberto Rohden ¹, Editora Martin Claret
1- Huberto Rohden nasceu em São Ludgero, no dia 31 de dezembro de 1893 e fez sua passagem ao mundo espiritual em São Paulo, no dia 7 de outubro de 1981. Rohden foi um filósofo, educador e teólogo catarinense, radicado em São Paulo. Filho de Johannes Rohden e de Anna Locks.
Precursor do espiritualismo universalista, escreveu mais de 100 obras (ao final da vida, condensadas em 65 livros), onde franqueou leitura ecumênica de temáticas espirituais e abordagem espiritualista de questões pertinentes à Pedagogia, Ciência e Filosofia, enfatizando o autoconhecimento, auto-educação e a auto-realização.
Propositor da filosofia univérsica, por meio da qual defendia a harmonia cósmica e a cosmocracia: autogoverno pelas leis éticas universais, conexão do ser humano com a consciência coletiva do universo e florescimento da essência divina do indivíduo, reconhecendo que deve assumir as conseqüências dos atos e buscar a reforma íntima, sem atribuir à autoridade eclesiástica o poder de eliminar os débitos morais do fiel.
Precursor do espiritualismo universalista, escreveu mais de 100 obras (ao final da vida, condensadas em 65 livros), onde franqueou leitura ecumênica de temáticas espirituais e abordagem espiritualista de questões pertinentes à Pedagogia, Ciência e Filosofia, enfatizando o autoconhecimento, auto-educação e a auto-realização.
Propositor da filosofia univérsica, por meio da qual defendia a harmonia cósmica e a cosmocracia: autogoverno pelas leis éticas universais, conexão do ser humano com a consciência coletiva do universo e florescimento da essência divina do indivíduo, reconhecendo que deve assumir as conseqüências dos atos e buscar a reforma íntima, sem atribuir à autoridade eclesiástica o poder de eliminar os débitos morais do fiel.
Maravilhoso, nem sabia que o Rohden tinha um livro sobre o Evangelho de Tomé... Tem um ótimo também que é do Hermínio Miranda. Continue o ótimo trabalho, muita paz e força a você!
ResponderExcluirForte abraço, Hugo.