Nosso conteúdo é vasto! Faça sua busca personalizada e encontre o que está procurando...

Translate

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Senhor, a luta é árdua e difícil


Era uma noite calma e estrelada, mas dentro do coração de Antônio, uma tempestade silenciosa se desenrolava. Ele estava sentado em sua pequena varanda, olhando para o horizonte distante, refletindo sobre a vida. As palavras que ressoavam em sua mente eram um eco de uma prece antiga, transmitida por gerações na sua família: "Senhor, a luta é árdua e difícil."

Antônio sabia bem o peso dessas palavras. Todos os dias ele enfrentava as tentações e distrações do mundo, e muitas vezes sentia que não estava à altura da batalha. "Devido ao nosso grau de desenvolvimento espiritual ser tão pequeno," continuava a prece, "sofremos influências, que para nós são gigantescas."

Essas influências, pensava ele, se manifestavam de tantas formas — orgulho, vaidade, e o desejo incessante pelos prazeres efêmeros da vida. Quantas vezes havia se deixado levar por essas tentações, esquecendo-se das verdades simples e profundas que sua avó sempre lhe ensinara?

Mas, por mais que caísse, uma luz persistente sempre surgia em seu caminho, guiando-o de volta. "Por sua infinita misericórdia, o Senhor nos tem enviado seus emissários de luz." Antônio acreditava nisso com todo o seu ser. Ele via esses emissários nas pessoas simples e sábias que cruzavam seu caminho, nos momentos inesperados de paz, e até nos desafios que o fortaleciam.

Ele sabia que a vinda de Cristo, aquele a quem chamavam Jesus, era o maior presente de todos. "Já nos deu todo o suporte que precisávamos para vencermos mais essa etapa em nossa caminhada." E ainda assim, ele sentia sua própria teimosia, sua resistência em abraçar plenamente esse caminho. "Nossa teimosia, nossa displicência... têm nos dificultado bastante."

Antônio suspirou, sentindo o peso de suas falhas, mas também a força de sua determinação. Ele sabia que a resposta não viria de fora. "Precisamos do esforço próprio, da perseverança." A luta para vencer os instintos e as tentações da carne era sua para travar. Mas ele também sabia que não estava sozinho. O suporte estava ali, sempre presente, esperando que ele tomasse a decisão de seguir na estrada do amor.

Agora, estava em suas mãos. Ele olhou para o céu, onde as estrelas pareciam brilhar mais intensamente, como uma lembrança de que ele já possuía o entendimento do bem e do mal. A escolha era dele: seguir adiante, mesmo que tropeçando, na estrada do amor e da luz, ou ficar parado, estagnado, esperando que a vida o empurrasse através do sofrimento.

"Que Deus nos abençoe," murmurou Antônio, levantando-se. Ele sabia que o caminho não seria fácil, mas, com cada passo, ele se aproximava mais do que realmente importava.

Stresser

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

O monge e o peregrino

Conta um conhecido peregrino, que várias vezes já fez o Caminho de Santiago ...

 
Um "Caminho de Outono", no trajeto para a cidade de Castrojeriz, Espanha. Foto: Lais Castro Trajano
 

Num dia de sol suave, um peregrino caminhava pela longa trilha do Caminho de São Tiago de Compostela. Seus passos ressoavam no chão de terra batida, e o murmúrio distante dos riachos e o sussurrar do vento nas folhas traziam uma tranquilidade incomum à sua alma. O peregrino seguia em silêncio, refletindo sobre as voltas da vida, quando avistou, ao longe, um monge franciscano sentado à sombra de uma árvore. Ao se aproximar, o monge sorriu com serenidade e fez um sinal para que ele se sentasse ao seu lado.

— Paz e bem, irmão — saudou o monge, com voz suave. — Como vão seus passos?

— Vão bem, Frei Ludovico — respondeu o peregrino, já conhecendo de histórias anteriores a fama do sábio monge que vivia em retiro naquelas paragens. — Mas meu coração, às vezes, se agita, como se algo dentro de mim buscasse despertar, mas eu não soubesse bem como fazê-lo.

Frei Ludovico olhou para o horizonte e disse, quase como se estivesse conversando com a brisa:

— Há um grande presente que Cristo nos oferece, um presente feito de compaixão e amor. É como uma chuva de bênçãos que nos alcança, mas nem sempre estamos atentos. No silêncio do nosso caminhar, precisamos abrir nossos olhos e corações, intensificar a busca pelo conhecimento e liberar os sentimentos mais puros que mantemos escondidos.

O peregrino franziu o cenho, atento às palavras.

— E como posso abrir esse caminho, Frei?

— Cada um de nós — continuou o monge — é um semeador. A terra da nossa alma está pronta, mas depende de nós ará-la. Espalhe nela o amor, a fraternidade, a benevolência e o perdão. São esses os adubos que farão suas sementes crescerem e florescerem. E os frutos, meu amigo, são aqueles dos quais todos poderão se alimentar.

O peregrino baixou os olhos, meditando sobre o que ouvira.

— Mas como saberei se estou plantando corretamente? — perguntou ele.

Frei Ludovico sorriu, seus olhos brilhando com uma sabedoria antiga.

— Todas as nossas necessidades verdadeiras são atendidas pelo Pai — respondeu. — Ele nos envia lições, oportunidades para aprender, crescer e evoluir como espíritos. Mas cabe a nós, com esforço, perseverança e vontade, assimilá-las e colocá-las em prática. A dádiva de participar desse processo de regeneração, não apenas em nós, mas no mundo ao nosso redor, é algo que Cristo nos concedeu. Ele nos dá tudo o que precisamos para vencer nossa resistência e permitir que o bem e o amor desabrochem em nossos corações.

O peregrino sentiu uma paz profunda invadindo seu peito e, por um momento, tudo pareceu claro como a luz do sol que banhava a estrada.

— Façamos, então, a nossa parte — concluiu Frei Ludovico, levantando-se lentamente.

Antes de partir, o monge colocou a mão no ombro do peregrino e disse:

— Deixe-me ensinar-lhe uma oração que lhe trará força em sua jornada.

O peregrino, reverente, baixou a cabeça e ouviu as palavras que Frei Ludovico lhe transmitia com suavidade:

“Senhor, guia meus passos no caminho da Tua paz.
Que eu semeie o amor onde houver desamor,
Que eu espalhe a fraternidade onde houver solidão,
Que eu leve o perdão onde houver mágoa.
Dá-me força para arar a terra do meu coração,
E coragem para acolher os frutos que virão.
Que o Teu bem floresça em mim,
E que o Teu amor me transforme.
Amém.”

Com o coração renovado, o peregrino continuou seu caminho, agora com a certeza de que cada passo era um plantio, e cada plantio, uma colheita para a alma.

O conto é uma ficção, mas a mensagem é verdadeira,
Ronald Stresser, 23 de setembro de 2024. Com a luz do Padre Pio.



Quero poder dedicar mais tempo a este meu meu trabalho autoral, que disponibilizo aqui de forma gratuita e democrática. Pelo número de visitas que tem o meu blog estou certo que você também quer ter acesso a mais material inédito, de minha autoria. Para isso seu apoio é essencial. Envie PIX de qualquer valor para: sulpost@outlook.com.br ou QR abaixo. Assim posso dedicar mais tempo à escrita.


DEUS TE ABENÇOE!


quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Um em Cristo - Teosofia Revelada, de Jakob Böhme

 

ESTUDANTE: Amado mestre, peço-te que me indique por que Cristo disse: "O que fizeste ao menor destes, a mim o fizeste; e o que não lhes fizeste a eles, também não o fizeste a mim".

MESTRE: Cristo reside real e essencialmente na fé daqueles que se entregam inteiramente a ele, e lhes dá sua carne como alimento e seu sangue para beber; possui assim o fundamento da sua fé, segundo o homem interior. Um cristão diz-se que é um ramo da videira de Cristo, e diz-se que é cristão porque Cristo habita espiritualmente nele; portanto, qualquer bem que alguém faça a esse cristão em suas necessidades corporais é feito também ao próprio Cristo que reside nele.

Pois tal cristão já não é o mesmo, mas está completamente resignado a Cristo e tornou-se sua possessão peculiar; portanto, a boa ação se faz a Cristo mesmo. Portanto, também quem retire sua ajuda desse cristão necessitado, jogue também Cristo longe de si, desprezando-o em seus membros.

Quando uma pessoa pobre, que pertence assim a Cristo, te pede algo, e você o nega na sua necessidade, você o nega a Cristo mesmo. Quando alguém goza e zomba de um cristão, ou o rejeita, tudo isto o faz com Cristo; mas aquele que o recebe, que lhe dá comida e bebida, ou que lhe dá abrigo e que o ajuda nas suas necessidades, fá-lo igualmente com Cristo. Mais ainda, ele faz isso a si mesmo se for cristão, pois todos nós somos um Cristo, como uma árvore e seus ramos.

Extraído do Livro: Teosofia Revelada - Jakob Böhme

De acordo com a teologia luterana, Böhme pregava que a humanidade tinha caído do estado de divina graça para um estado de pecado e sofrimento, que as forças do Mal incluíam os anjos caídos que tinham se rebelado contra Deus e que o objetivo de Deus era restaurar o mundo ao seu estado natural de graça.

Stresser

Doe para continuarmos nossa obra:

Gostou?
Então contribua com qualquer valor
Use a chave PIX ou o QR Code abaixo
(Stresser Mídias Digitais - CNPJ: 49.755.235/0001-82)

Sulpost é um veículo de mídia independente e nossas publicações podem ser reproduzidas desde que citando a fonte com o link do site: https://sulpost.blogspot.com/. Sua contribuição é essencial para a continuidade do nosso trabalho.