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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Meditando a Bíblia: "A parábola dos vinhateiros homicidas"

Meditando a Bíblia: "A parábola dos vinhateiros homicidas" - Mateus 21:33-43 - Com a famosa parábola dos vinhateiros homicidas, Jesus anuncia a sua morte próxima pelas mãos dos doutores da lei e as consequências desse homicídio para o povo eleito que, em vez de dar bons frutos de justiça, produz 'injustiça e iniquidade.' (Is. 5, 7).    Cristo os adverte: 'O Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos' (v. 43). E, compreendendo que era deles que Jesus falava, procuram prendê-lo e matá-lo. De que modo podemos aplicar esse ensinamento de Jesus à nossa vida?

"33. Ouvi, aina, outra parábola: Houve um homem, pai de família, que plantou uma vinha, e circundou-a de um valado, e construiu nela um lagar, e edificou uma torre, e arrendou-a a uns lavradores, e ausentou-se para longe.

34. E, chegando o tempo dos frutos, enviou os seus servos aos lavradores, para receber os seus frutos.

35 E os lavradores, apoderando-se dos servos, feriram um, mataram outro, e apedrejaram outro.

36 Depois enviou outros servos, em maior número do que os primeiros; e eles fizeram-lhes o mesmo.

37. E, por último, enviou-lhes seu filho, dizendo: Terão respeito a meu filho.

38. Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança.

39. E, lançando mão dele, o arrastaram para fora da vinha, e o mataram.

40. Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?

41. Dizem-lhe eles: Dará afrontosa morte aos maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe dêem os frutos.

42. Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, E é maravilhoso aos nossos olhos?

43. Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos."

Mateus 21:33-43


Meditação da Palavra na parábola dos vinhateiros homicidas


Com a famosa parábola dos vinhateiros homicidas, Jesus anuncia a sua morte próxima pelas mãos dos doutores da lei e as consequências desse homicídio para o povo eleito que, em vez de dar bons frutos de justiça, produz 'injustiça e iniquidade.' (Is. 5, 7).


Cristo os adverte: 'O Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos' (v. 43). E, compreendendo que era deles que Jesus falava, procuram prendê-lo e matá-lo.


De que modo podemos aplicar esse ensinamento de Jesus à nossa vida?


A parábola dos vinhateiros homicidas foi inspirada no capítulo 5 do livro do profeta Isaías, como em Mateus 21: ambas falam da vinha de um amigo, cujos empregados não a cultivaram com o devido zelo e, por isso, foram punidos pelo dono.


O texto de Isaías é um cântico de amor onde Deus manifesta todo o seu carinho pela humanidade. Nele vemos a benevolência do Senhor para com o povo de Israel, bem como do seu amor não correspondido: 'Israel era ainda criança, e já eu o amava, e do Egito chamei meu filho. Mas, quanto mais os chamei, mais se afastaram; ofereceram sacrifícios aos Baal e queimaram ofertas aos ídolos.' (Os. 11, 1).


Esta parábola nos ensina justamente como é um relacionamento de amor. Uma pessoa que ama procura demonstrar o amor por meio de ações concretas e constantes. Deus agiu na história em favor dos homens. Ocorre, porém, que não acreditamos nesse amor, se não tivemos fé. E só pode ser amado quem acredita no amor, e sem fé não se pode receber amor de ninguém.


O povo de Israel, porém, via apenas as exigências da religião, apenas as leis. Deus, então, envia-lhe os profetas, a fim de recordar-lhe o significado de sua Palavra e o quanto Ele o amava.


Além disso, retira também parte de seu favor para que Israel perceba a própria debilidade; perceba que, sem o auxílio divino, não é capaz de nenhum bem: 'Vou desmanchar a cerca, e ela será devastada; vou derrubar o muro, e ela será pisoteada. Vou deixá-la inculta e selvagem: ela não será podada nem lavrada, espinhos e sarças tomarão conta dela; não deixarei as nuvens derramarem a chuva sobre ela.' (Is. 5, 5).


Então, Deus envia seu filho para ser o novo coração do homem, um coração capaz de entender sua Palavra e de receber o seu divino amor. Mas esse filho é não somente rejeitado, mas açoitado até a morte pelo povo escolhido e amado.


Com a parábola dos vinhateiros homicidas, Jesus interpreta o papel de Natã e, colocando os fariseus diante de uma história de vergonhosa injustiça, faz com eles o que o profeta fez com Davi, cujo comportamento pecaminoso era o mesmo do personagem iníquo da história que lhe fora contada. Assim como Davi, os fariseus se dão conta da perversidade de seus atos. Mas, ao contrário do rei, não se arrependem, pois são ingratos.


Os corações dos fariseus se endurecem pela falta de fé e não aceitam as palavras salvadoras de Jesus. O mesmo pode acontecer conosco se não pedirmos a Deus a graça de um novo coração, como cumprimento da promessa de Ezequiel: 'Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei um espírito novo; tirar-vos-ei do peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne' (Ez. 36, 26). Como recorda-nos o apóstolo São Paulo: 'O justo vive pela fé' (Rm. 1, 17).


Portanto devemos agradecer diariamente a Deus, imitando os passos de São Francisco, cuja memória é celebrada no dia 4 de outubro. Ele, que se lamentava pelo amor que não era amado, procurou viver esse amor em cada gesto, em cada ocasião. Peçamos também à Virgem Maria, o dom de amar seu Filho Jesus com todo o nosso coração, pois 'nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm a vós recorrido, fosse por vós abandonado'.


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