Mausoléu de Kardec, no cemitério Père La Chaise, em Paris. |
Sanson era membro da Sociedade Espírita de Paris e desencarnou no dia 21 de abril de 1862, "após mais de um ano de sofrimentos cruéis", conforme nos informa o Codificador na Revista Espírita do mês de maio do mesmo ano.
Quase dois anos antes, o sr. Sanson dirigira a Kardec, na qualidade de Presidente da dita Sociedade, uma carta onde solicitava que, após a sua morte, fosse evocado e o mais imediatamente possível.
Isto fazia, reafirmando um desejo que expressara "há cerca de um ano".
O seu era o propósito de, através "dessa espécie de autópsia espiritual" servir no além-túmulo, "dando-lhe os meios de estudar fase por fase, nessas evocações, as diversas circunstâncias que se seguem ao que o vulgo chama a morte".
Recomendando-se às preces dos companheiros da Sociedade Espírita de Paris, discorre ainda, na mesma missiva, sobre sua preocupação com respeito à escolha e oportuno momento de sua próxima reencarnação.
Allan Kardec compareceu, com alguns membros da Sociedade ao local onde se encontrava o corpo do sr. Sanson e ali, uma hora antes do enterro, deu-se a sua primeira comunicação, onde demonstrou plena ciência de sua situação, afirmando que após 8 horas de sua morte, recobrara a lucidez das suas idéias.
O médium que serviu de intermediário foi o sr. Leymarie, que jamais tinha visto o sr. Sanson e desconhecia o seu caráter, os seus hábitos e muito menos sabia se ele tinha filhos, o que na mensagem é mencionado, provando a sua autenticidade, onde o espírito "se revela pelo seu lápis".
À beira do túmulo, Allan Kardec discursa, apresentando o sr. Sanson como um homem de bem em toda a extensão do vocábulo.
Diz ainda que ele era dotado de uma inteligência incomum, desenvolvida por uma instrução variada e profunda.
Simples nos seus modos de vida, aplicava a sua atividade intelectual em pesquisas e invenções muito engenhosas que, no entanto, não lhe trouxeram resultados.
"Era um desses homens que jamais se aborrecem, porque sempre estão pensando em algo de sério. Conquanto sua posição o tivesse privado daquilo que faz a doçura da vida, seu bom humor jamais se alterava."
A crença espírita o ajudou a suportar os "longos e cruéis padecimentos com uma paciência e uma resignação muito cristãs.
Não há um só dentre nós", prossegue o Codificador, "que o tendo visto em seu leito de dor não se tenha edificado com a sua calma e a sua inalterável serenidade. Desde muito tempo ele previa o seu fim; mas, longe de se apavorar, o esperava como a hora da libertação. Ah! é que a fé espírita dá, nesses momentos supremos, uma força da qual só se dá conta quem a possui. E o sr. Sanson a possuía em grau supremo."
Nos dias 25 de abril e a 2 de maio do mesmo ano de 1862, outras duas palestras ocorrem, em que, ainda servindo como médium o sr. Leymarie, o espírito Sanson responde as questões mais delicadas da situação do espírito após a morte física, dizendo-se "muito feliz por me tornar útil aos meus antigos colegas e ao seu digno presidente".
Nas observações do mestre lionês, as palestras propiciam "um elevado ensino na descrição que ele faz do próprio instante da transição" e salienta "que nem todos os Espíritos seriam aptos a descrever esse fenômeno com tanta lucidez quanto ele.
O sr. Sanson viu na sua morte o seu próprio renascimento, circunstância pouco comum e que devia à elevação de seu Espírito."
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Fonte: Kardec, Allan. O evangelho segundo o espiritismo, FEB, 1987. Kardec, Allan. Revista espírita, EDICEL. Maio e Junho de 1862. - http://www.espiritismogi.com.br/biografias/sanson.htm
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Fonte: Kardec, Allan. O evangelho segundo o espiritismo, FEB, 1987. Kardec, Allan. Revista espírita, EDICEL. Maio e Junho de 1862. - http://www.espiritismogi.com.br/biografias/sanson.htm
"Vocês que entendem a vida espiritual, escutem as batidas do seu coração chamando esses bem-amados; e se você orar a Deus para abençoá-lo, você vai sentir esses poderosos consoladores que secam as lágrimas dos que mostram as aspirações de prestígio ao futuro prometido pelo soberano Senhor." ~Sanson ANC. (Membro da Sociedade Espírita de Paris, 1863).
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