"Entre um ano que se vai
E outro que se inicia,
Há sempre nova esperança,
Promessas de Novo Dia…
Considera, meu amigo,
Nesse pequeno intervalo,
Todo o tempo que perdeste
Sem saber aproveitá-lo.
Se o ano que se passou
Foi de amargura sombria,
Nosso Pai nunca está pobre
Do pão de luz da alegria.
Pensa que o Céu não esquece
A mais ínfima criatura,
E espera resignado
O teu quinhão de ventura.
Considera, sobretudo
Que precisas, doravante,
Encher de luz todo o tempo
Da bênção de cada instante.
Sê na oficina do mundo
O mais perfeito aprendiz,
Pois somente no trabalho
Teu ano será feliz.
Não esperes recompensas
Dos bens da vida terrestre,
Mas, volve toda a esperança
À paz do Divino Mestre.
Nas lutas, nunca te esqueças
Deste conceito profundo:
O reino da luz de Cristo
Não reside neste mundo.
Não olhes faltas alheias,
Não julgues o teu irmão,
Vive apenas no trabalho
De tua renovação.
Quem se esforça de verdade
Sabe a prática do bem,
Conhece os próprios deveres
Sem censurar a ninguém.
Ano Novo!… Pede ao Céu
Que te proteja o trabalho,
Que te conceda na fé
O mais sublime agasalho.
Ano Bom!… Deus te abençoe
No esforço que te conduz
Das sombras tristes da Terra
Para as bênçãos de Jesus."
Chico Xavier e Casimiro Cunha, em "Cartas do Evangelho e outros poemas"
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