"Pelo bem da roupa limpa
Não se esqueça a criatura
Dos serviços que custou
O esforço da lavadura.
Raramente se recorda
Na tarefa rotineira,
O trabalho, o sacrifício
Do campo da lavadeira.
Porque em verdade, a tarefa
Inclue disciplina e dores,
Não se lava roupa suja
Usando perfume e flores.
Por limpar-se no caminho
Necessário a experiencia,
Não foge a imersão completa
Nas aguas da Providência.
Não dispensa o gosto amargo
Do curso do sabão,
Alijando-se a bagagem
De sujidade ou carvão.
Passado o atrito da esfrega,
Que impõe cansaço e aspereza,
Transporta-se ao coradouro,
Apurando-se a limpeza.
Depois é a volta bendita
A agua cariciosa,
Que atende a saúde humana,
Com bençãos de mãe bondosa.
Qualquer recurso ao lavar
Com sabão ou corrosivo,
Requisita paciência,
Vigilancia e esforço ativo.
O serviço dessa ordem
Faz lembrar ao pensamento
A lavadura precisa
Às roupas do sentimento.
Vivamos Tranquilamente,
Sem olvidar, entretanto,
Que nossa alma necessita
Lavar-se em suor e pranto."
Ditado pelo Espírito de Casimiro Cunha
1944 Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira - Rio de Janeiro
A Lavadura: pgs.95 e 96
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