"E lhe disseram: Mestre; esta mulher foi agora mesmo apanhada em adultério" (Jo. 8:4)
'Cristo e a mulher pega em adultério', O.S.T. de Peter Paul Rubens (1614) |
"Perante os tribunais divinos a conspurcação da mulher que malbarata os dons sublimes da vida, não é a única forma de prevaricação que reclama a bênção do reajuste.
À frente dos juízes celestes, comparecem igualmente:
Os sacerdotes que se venderam ao simonismo…
Os magistrados que perderam a boa consciência nos mercados do suborno…
Os cientistas que negociaram a riqueza inapreciável da inteligência, trocando preciosidades da vida por escuros troféus da morte…
Os generais que perverteram a ordem, permutando-a por facilidades econômicas…
Os políticos que traficam no altar da confiança do povo…
Os administradores que dilapidam os tesouros públicos na exaltação dos seus interesses particulares…
Os artistas que rebaixaram as próprias emoções, vendendo as imagens da beleza ao prazer dos sentidos, animalizando a existência, ao invés de sublimá-la…
Os trabalhadores que corromperam a paz da própria alma, enganando o tempo e a si mesmos…
Compadeçamo-nos da mulher nossa mãe e nossa irmã, nossa filha ou nossa companheira — que qual fonte cristalina sofreu a visitação dos monstros da natureza a lhes poluírem as águas vivas!
Há misericórdia no Céu para os vencidos que o Senhor, mais tarde, arrebatará das garras do mal que transitoriamente, os senhoreia!
Mas, examinemos a nós próprios! Inventariemos as nossas ações de cada dia e vejamos se o nosso coração não adulterou os mandamentos de amor que nos regem!
Estaremos usando a nossa fé para o bem?
De que modo utilizamos o conhecimento superior?
Que bênçãos extraímos do sofrimento e da luta?
Como agimos no círculo das próprias responsabilidades?
De que maneira gastamos os empréstimos e as possibilidades do Senhor?
Que fazemos do tempo que Deus nos concedeu?
Depois do balanço diário de nossos pensamentos, palavras e atos, pratiquemos a bondade com todos, entre a fé e o serviço incessantes e não nos faremos réus passíveis de severo julgamento à frente da Lei."
Chico Xavier e Emmanuel, em "Construção do Amor"
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