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domingo, 12 de fevereiro de 2012

12 de Fevereiro :: Dia do Orgulho Ateu

A palavra grega "atheoi" αθεοι, "[aqueles que são] sem Deus",  como ela aparece na Epístola aos Efésios 2:12, no início do século III, Papiro 46

12 de fevereiro é o dia de Diana, na Mitologia Romana a deusa da caça e dos bosques. Também foi o dia escolhido, por uma comunidade de São Paulo, como o dia do orgulho ateu.

O blog FloresEmCasa.blogspot.com é ecumênico, e por respeitar o princípio de crença livre e desatada do conceito hierárquico pastor/rebanho, não podia deixar passar em branco a data de hoje. Se você é religioso é opção sua, se seu irmão ou irmã de jornada optou pelo ateísmo, também é questão de escolha individual, e deve ser respeitada. Viva a diversidade, viva o livre pensar, viva a diferença! 

Respeitar a liberdade de culto e crença é fundamental para o convívio pacífico entre os povos e, no Brasil, essa liberdade é assegurada no Artigo 5º da C.F. (VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;). Aí está também assegurado o direito do ateu, a não ter crença e a não ser obrigado ou compelido a participar de culto de espécie alguma; da mesma forma que o ateu também deve respeitar seu direito de crença e culto, seja ele da natureza que for. É a lei!

"Há uma coisa ainda mais difícil do que seguir um regime; é não o impor aos outros" ~Marcel Proust

Ateísmo é a rejeição ou ausência da crença na existência de divindades e outros seres sobrenaturais. Num sentido mais restrito, o ateísmo é precisamente a posição de que não existem divindades. O termo ateísmo é proveniente do grego clássico ἄθεος (transl.: atheos), que significa "sem Deus", foi aplicado com uma conotação negativa àqueles que se pensava rejeitarem os deuses adorados pela maioria da sociedade. Com a difusão do pensamento livre, do ceticismo científico e do consequente aumento do criticismo à religião, a aplicação do termo foi reduzida em seu escopo. Apesar do termo ateísmo ter origem na França do século XVI, ideias que seriam hoje reconhecidas como ateístas estão documentadas desde a antiguidade clássica e o período védico.


Associação quer reconhecimento e planeja Dia do Orgulho Ateu
Portal Terra  22 de janeiro de 2009  17h06

Se Deus não existe, tudo é permitido? Não se você quiser anunciar a inexistência Dele no espaço para publicidade do Metrô de São Paulo. Ao menos, é o que diz a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea), que teve a idéia inspirada em iniciativa semelhante feita nos ônibus da Europa.

"O Metrô proíbe anúncios como o nosso", explica o engenheiro Daniel Sottomaior, 37 anos, presidente da Atea. O item 20-a do capítulo VI do regulmento de publicidade no Metrô veta propagandas "que possuam assuntos polêmicos, temas de cunho religioso (...) que possam prejudicar a imagem da companhia e suscitar comportamentos inadequados". Além da restrição publicitária, ter que pôr a mão no bolso para abrir os olhos dos religiosos também pesa, diz Sottomaior. "Aqui no Brasil, o custo do anúncio só é minúsculo se você comparar nossos recursos com os dos nossos concorrentes, a Igreja", brinca o engenheiro.

Se o Metrô for descartado, a Atea verá a possibilidade de anunciar em ônibus, como foi feito na Europa - e saiu "extremamente caro", destaca o dirigente da associação atéia no Brasil.

Enquanto isso, os ateus já traçam outros planos. Um deles é o Dia do Orgulho Ateu, a ser comemorado em 12 de fevereiro, data do nascimento do naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882), que invalidou parte do discurso religioso com sua teoria da evolução por meio de seleção natural, no livro "A origem das espécies", de 1859. O Dia de Darwin é um exemplo até inofensivo comparado à outra alteração proposta pela Atea: o Natal ateu seria comemorado dia 25 de dezembro, com o nome Newtal - referência à possível data de nascimento do cientista inglês Isaac Newton (1643-1727).

Acredite se quiser

Segundo Sottomaior, a idéia de juntar ateus em um sindicato da categoria, por assim dizer, é antiga. "O Brasil tem de 1% a 2% de ateus, mais que judeus e adeptos da umbanda e candomblé juntos. Se a gente conseguir reunir 10% desse 1%, seriam 190 mil ateus", afirma ele. A estimativa é baseada em números 'escanteados' pelo IBGE na hora de mapear a religião dos brasileiros.

Se alguém botar fé no que diz o dirigente ateu, a associação ainda tem uma longa via-crúcis a percorrer. Atualmente, a Atea tem 155 membros, e outros 30 no aguardo de aprovação. O cadastro é feito no site da associação, www.atea.org.br. Segundo o presidente, o associado pode escolher se contribui com dinheiro.

A nova minoria

Um dos motes da campanha da Atea é "saindo do armário". Qualquer coincidência com a bandeira do movimento LGBT é 100% intencional.

"Usamos muitas analogias do movimento gay porque muitos deles acham que são a última minoria, mas somos nós. Os homossexuais já conseguiram seu lugar ao sol", explica Sottomaior. Ainda hoje, ele se enfurece ao ouvir o comentário-padrão "isso é coisa de quem não tem Deus no coração" quando alguém comete uma monstruosidade. "Já tentei fazer representação contra isso no Ministério Público, mas não me deram bola", lastima.

Por isso, o objetivo-mor da Atea é conseguir espaço na sociedade. Pode ser até um representante no Congresso. "Ele poderia propor projetos relativos ao ateísmo. Seria difícil ser aprovado, mas pelo menos traria a discussão", acredita Sottomaior.


O Ateísmo na Antiguidade

O atomista e materialista Epicuro (c. 341-270 aC) disputou muitas doutrinas religiosas, incluindo a existência de vida após a morte ou uma divindade pessoal; ele considerava a alma puramente material e mortal. Embora o epicurismo não tenha descartado a existência de deuses, ele acreditava que, se existissem, eles estavam despreocupados com a humanidade.

Epicuro é creditado como sendo o primeiro a expor o problema do mal. David Hume, em seus Diálogos sobre a Religião Natural (1779), citou Epicuro ao afirmar o argumento como uma série de perguntas: "[Deus] quer impedir o mal, mas não é capaz? Então ele é impotente. Ele é capaz, mas não está disposto? Então, ele é malévolo. Ele é capaz e disposto? Donde vem então o mal?"

O poeta romano Lucrécio (c. 99-55 aC), concordou que, se houvesse deuses, estavam despreocupados com a humanidade e eram incapazes de afetar o mundo natural. Por esta razão, ele acreditava que a humanidade não devia ter medo do sobrenatural. Ele expõe seus pontos de vista epicuristas sobre o cosmos, átomos, alma, mortalidade e religião em De rerum natura (em português: "Sobre a natureza das coisas"), que popularizou a filosofia de Epicuro em Roma.

O filósofo romano Sexto Empírico defendia que se deve suspender o julgamento sobre praticamente todas as crenças - uma forma de ceticismo conhecida como pirronismo - que nada era inerentemente mau e que a ataraxia ("paz de espírito") é atingível se nos refrearmos de julgar. O volume relativamente grande de obras suas que sobreviveram, teve uma influência duradoura sobre filósofos posteriores.

O significado do termo "ateu" mudou ao longo da antiguidade clássica. Os primeiros cristãos eram rotulados como ateus pelos não-cristãos por causa da sua descrença nos deuses pagãos. Durante o Império Romano, os cristãos foram executados por sua rejeição aos deuses romanos em geral e ao culto imperial em particular. Quando o cristianismo se tornou a religião estatal de Roma sob o governo de Teodósio I em 381, a heresia tornou-se um delito punível.


Somos todos irmãos e irmãs de jornada, e o Deus, acredite você nele, ou não, é um só

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