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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Se o santo não é onisciente, como ouve nossas orações?




Em tempos de crise financeira, aumenta – e muito – o trabalho celestial de Santa Edwiges, a padroeira dos endividados! Neste exato momento, não é difícil imaginar a santa recebendo orações de várias cidades do país, e tudo ao mesmo tempo. Mas como uma simples serva de Deus, que não é onisciente, pode escutar todas essas súplicas?

Os santos no Céu podem ouvir nossas súplicas porque Deus permite e o quer. Deus basta a Si mesmo, e não precisa de criatura alguma para nada, mas ELE QUER PRECISAR. Assim, é bastante razoável que os membros do Corpo de Cristo participem de Seus divinos dons, especialmente aqueles membros que alcançaram elevado grau de santidade, e por isso estão mais perfeitamente unidos a Deus.

Jesus mesmo garantiu isso:
“Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas…” (João 14,12)
Só Deus é onisciente. Portanto, os santos falecidos não possuem o conhecimento pleno sobre todas as coisas do Universo, nem ouvem tudo o que as pessoas pensam ou falam. Mas, conforme a vontade e os planos de Deus, aos santos é dada a permissão de ouvir o clamor dos fiéis que invocam seus nomes, seja este clamor elevado com a voz ou com o simples pensamento.
“Convenhamos que os mortos ignoram o que acontece na terra, pelo menos no momento em que ocorrem. (…) Certamente, não ficam sabendo de tudo, mas apenas aquilo que lhe for autorizado saber e que têm necessidade de saber. (…) 
“As almas dos mortos também podem conhecer alguns acontecimentos aqui da terra por revelação do Espírito Santo, acontecimentos estes cujo conhecimento seja necessário. E isto não se restringe somente a fatos passados ou presentes, mas também futuros. É assim que os homens – não todos, mas apenas os profetas – conheceram durante sua vida mortal, não todas as coisas, mas apenas aquelas que a Providência Divina julgava bom lhes revelar.” 
- Santo Agostinho, “O cuidado devido aos mortos”
Esse dom, é bom lembrar, não é exclusivo dos santos falecidos: até mesmo na terra alguns cristãos tiveram o dom da visão dado por Deus, o dom de ver a necessidade de outras pessoas, mesmo pessoas desconhecidas e que estavam em lugares muito distantes. Por exemplo: a visão que Paulo teve do macedônio pedindo ajuda, suplicando o anúncio do Evangelho em sua terra (Atos 16).

Viver a devoção aos santos de forma verdadeiramente católica, sem superstições perniciosas, é importantíssimo em nossa caminhada de santidade. É a vivência do grande mistério da comunhão dos fiéis com Deus e uns com os outros! Por meio dessa intercessão fraterna, todos os membros do Corpo de Cristo participam da mediação do único mediador, Jesus Cristo.

Fonte: Aleteia / O Catequista

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