1- os signos zodiacais
O Zodíaco é definido pelo movimento de translação da terra.
A linha da eclíptica é o centro desta cintura zodiacal, a
qual é dividida em 12 signos contendo cada um 30º de longitude. Como tal, só
por analogia é que podemos dizer que os signos correspondem às constelações com
o mesmo nome. O Zodíaco conta-se sempre a partir do ponto vernal, os 0º de
Carneiro o qual corresponde ao início da Primavera no Hemisfério Norte. Esta
divisão é imutável se levarmos em conta o trajeto do ciclo anual da Terra à
volta do Sol dando origem às estações do ano em alturas fixas e determinadas.
Outro aspecto é a relação do ponto vernal com as estrelas fixas e as
constelações devido ao movimento de nutação dos polos. Como a Terra gira em
forma de pião, o seu eixo vai-se deslocando uma média de 1º em cada 72 anos.
Este movimento refere-se ao ciclo processional
da Terra dando origem às Eras astrológicas. Daí que hoje se fale tanto
do ingresso do ponto vernal na designada Era de Aquário.
2- as casas astrológicas
As casas correspondem à divisão da terra ou do local de
nascimento em 12 fatias para uma determinada hora. Daqui extrai-se o signo Ascendente
(intersecção da linha do horizonte com a eclíptica) e as restantes casas, tendo
como base o movimento de rotação da terra
3- os planetas
Estes corpos celestes dividem-se em três categorias:
- Planetas pessoais — O Sol (para facilitar emprega-se o termo planeta), a Lua, Mercúrio, Vénus e Marte
- Planetas sociais — Júpiter e Saturno
- Planetas impessoais — Urano, Netuno e Plutão
Os planetas representam funções ou modos de comportamento.
Os signos representam qualidades de energia; as casas
astrológicas revelam os campos de experiência terrestre onde as influências
astrais se manifestam.
Os ângulos que os planetas formam entre si designam-se por
aspectos astrológicos. Os principais são:
- Conjunção — ângulo de 0 graus
- Oposição — ângulo de 180 graus
- Quadratura — ângulo de 90 graus
- Trígono — ângulo de 120 graus
- Sextil — ângulo de 60 graus
Os doze signos são o resultado da combinação das três cruzes
com os quatro elementos. Assim, cada signo pertence a uma combinação específica
de uma cruz ou energia primordial com um elemento que se apresenta como um
estado de diferenciação dessa mesma energia.
As Cruzes, os três modos de Ser
As quatro formas de energia básica no nível físico, são uma
expressão das três energias fundamentais: Cruz Cardinal, Cruz Fixa e Cruz
Mutável.
A Cruz Cardinal
corresponde às quatro estações do ano, os dois Solstícios
mais os dois Equinócios; liga-se às quatro direções do espaço (norte, sul, este
e oeste); compreende os signos de Carneiro, Balança, Caranguejo e Capricórnio.
Atributos da Cruz Cardinal: a vontade, o propósito, o
impulso, a direção, a energia centrífuga, a ação…
Nos quatros signos da Cruz Cardinal libertam-se as energias
dos quatro elementos. Assim, no Carneiro é libertada a energia de fogo, que
está relacionada com o processo de identidade, com o reconhecimento do sentido
do eu através da ação. Em Balança é liberada a energia do Ar, que se traduz em
termos de interação, isto é, ação focalizada na relação com os outros. A
relação da cruz cardinal com o elemento ar denota o nível de ação social e
intelectual.
No Caranguejo, a energia que é libertada é a energia da
água, ou seja, o poder das emoções e dos sentimentos. A ação traduz-se no
movimento interior, na vida emocional, na necessidade de integração numa
estrutura íntima, familiar.
Finalmente, em Capricórnio a libertação da energia do
elemento terra corresponde à capacidade de agir de uma forma concreta. A acção
desenvolve-se a nível material e social através do aprimoramento das formas.
A Cruz Fixa
corresponde aos quatro signos fixos (Touro, Leão, Escorpião
e Aquário), aos signos do meio de cada uma das estações do ano.
Atributos da Cruz Fixa: a interiorização, a estabilização, a
segurança, o poder, a concentração, a preservação, a valorização, a energia
centrípeta…
Nos quatro signos da Cruz Fixa são armazenadas e
interiorizadas as energias libertadas pelos signos cardinais. A cruz fixa
mantém e continua o processo iniciado pelos signos cardinais.
O signo de Touro concentra e dá solidez ao fogo libertado
pelo Carneiro. A terra de Touro é o campo fértil para o desenvolvimento do
sentido de posse, a identidade no ter. A aquisição de bens e valores dá suporte
à segurança existencial. O Leão estabiliza através de um forte sentido de
identidade pessoal a energia de emoção e sentimento libertada por Caranguejo. A
concentração no eu, a auto-importância, a segurança do ser — eu sou o que sou —
acentuam a preocupação com os valores pessoais.
No Escorpião concentram-se sob a forma de emoção os
relacionamentos iniciados pela Balança. Aqui, o nível de segurança advém da
necessidade de envolvimento emocional com os outros. O "eu", neste
caso, é confrontado pela sua necessidade de fusão emocional e pela
transformação consequente dos processos de interação com os valores dos outros.
Em Aquário concentram-se e substancializam-se sob a forma de
ideias as ações concretas libertadas por Capricórnio. Assim, Aquário é o signo
mais fixo no plano ideológico, procurando a sua segurança a nível social e
intelectual. Temos aqui a perseverança e a fidelidade a princípios e a conceitos
que procuram sustentar-se na base do coletivo e do universal.
A Cruz Mutável
corresponde aos quatro signos que fecham as estações
(Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes); como o seu próprio nome indica a cruz
mutável sintetiza e distribui as energias dos dois signos anteriores, ou seja,
uma energia cardinal e outra fixa.
Atributos da Cruz Mutável: a seleção, a distribuição, a
aprendizagem, o fazer ligações, o relacionar, a procura da síntese, a
multiplicidade de experiências.
Na Cruz Mutável dá-se o cruzamento da energia cardinal e
fixa, daí que esta energia não seja nem
uma nem outra, mas sim uma combinação das duas precedentes. O comportamento
mutável traduz-se pela capacidade de aprender a lidar com os opostos, o que
requer conciliação, síntese e transformação das energias envolvidas.
Em Gêmeos, a aprendizagem faz-se a nível social e
intelectual; é pela comunicação e pelo raciocínio dialético que Gêmeos procura
resolver a sua dualidade mental. O ar que corresponde ao pensamento é o
elemento que trabalha a dualidade para que a síntese da intuição do eu seja
alcançada neste primeiro quadrante.
Em Virgem, signo de terra, temos a aprendizagem no plano
material. Este signo seleciona e decompõe os factos para encontrar a sua razão
de ser. A funcionalidade de Virgem encontra a sua justificação no aprimoramento
das formas, no trabalho da mente concreta, na síntese e na depuração da
auto-expressão individual como resultado de todo o ciclo efetuado ao longo do
segundo quadrante.
No signo de Sagitário, aprendemos a partilhar os nossos
ideais com os outros; aqui encontramos a síntese relacional, a filosofia de
vida destilada das relações humanas. O fogo de Sagitário expressa-se na
identidade relacional, na apreciação e na difusão do conhecimento adquirido em
termos de valores sociais e coletivos. A mente abstrata sintetiza e relaciona a
multiplicidade de experiências do terceiro quadrante, dando-lhe sentido e
significado.
Finalmente, em Peixes temos a síntese e a retrospecção das
experiências sociais e coletivas sob a forma de sentimento. A aprendizagem
emocional derivada dos múltiplos contatos humanos é sintetizada pela construção
de um sentimento de unidade que englobe a multiplicidade das experiências. Aqui
encontra-se a síntese mental e emocional sob a forma de compreensão e
integração do eu face ao coletivo como expressão positiva do último dos quadrantes.
A Cruz como representação paradigmática do Mundo
Na cruz, temos representadas as quatro direções principais
do espaço, as quatro estações do ano com os respectivos solstícios e
equinócios, os quatro elementos — fogo, água, terra e ar, as quatro qualidades
primitivas — quente e frio, seco e húmido, o Tetragamaton da Tradição Judaica,
constituído pelas quatro letras sagradas, os Quatro Evangelistas, as Quatro
Idades da Tradição Hindu, os Quatro Mundos da Cabala, os Quatros Temperamentos
ou Tipos Fisiológicos da Medicina Tradicional (sanguíneo, linfático, bilioso e
nervoso), os Quatro Quadrantes do Espaço, os Quatro Guardiães dos Pontos
Cardeais...
Os 4 Elementos
Os Quatro modos de Ser, a Estrutura Quaternária da Realidade
Desde os tempos mais remotos que se ouve falar da
importância do número quatro, seja como símbolo de estrutura, de medida, de
disposição espacial, etc. As suas principais figuras representativas são o
quadrado e a cruz, simbolizando respectivamente, a matéria com os seus quatro
estados ou elementos, assim como o processo de descenso do espírito na matéria
pela crucificação, processo este simbolizado no problema da quadratura do
círculo.
As Quatro Funções Básicas ou os Quatro Modos de Ser
Como acabamos de ver, este número simboliza o universo
criado, formal e material. Ao nível do número três temos o ideal, a síntese, a
harmonia; no número quatro a realização, a concretização e a estabilidade
(relativa) das coisas concretas e materiais. Este é o número que simboliza a
estrutura e a substância, a energia que permite a concretização das ideias, a
ordem, o rigor, o limite, a estabilidade e a proporção que se refletem no mundo
físico.
Partindo agora da análise dos quatro elementos, irei
estabelecer um paralelismo entre estes e os quatro tipos psicológicos descritos
por Jung.
Os Quatro Elementos
(as quatro formas de percepção da realidade, os quatro
temperamentos)
Elemento Fogo
Signos de Fogo: Carneiro, Leão e Sagitário
Função correspondente: intuição
Características:
Ativo, dominante, voluntarioso, masculino, positivo,
extrovertido, pessoal, individual, irracional, intuitivo.
Na Antiguidade, cada elemento era constituído por duas
qualidades primárias: no caso do elemento fogo, eram-lhe atribuídos o Quente e
o Seco, as duas qualidades yang por excelência.
O fogo é dos quatro elementos o que tende a elevar-se
verticalmente, daí estar associado ao espírito, ao dom divino que Prometeu
subtraiu aos deuses para dar à humanidade. Representa, assim, a centelha
divina, símbolo da identidade pessoal, da vontade de ser, da liberdade
criativa. O tipo intuitivo de fogo expressa o querer e o entusiasmo de uma
forma aberta e expansiva. Revela o empreendedor, o optimista, o exuberante, o
visionário, o inventivo, o extrovertido procurando o palco das suas realizações
no mundo exterior. No entanto, a sua direção é sempre pessoal e autocentrada;
mesmo o ardor e o calor das suas paixões denotam uma grande parte de
individualismo. O "elan" vital do fogo confere qualidades dramáticas,
estimulando os feitos heroicos, as ações desmedidas, o interesse por tudo o que
possa ultrapassar a banalidade da natureza humana. A coragem, o valor próprio,
a automotivação e o idealismo encontram-se bastante acentuados neste elemento.
A energia psíquica flui espontaneamente, provocando estados de arrebatamento e
de inspiração. De uma forma geral, a ação do fogo é motivada por fortes ideais,
por visões ou intuições daquilo que possa vir a ser o futuro. Daí que estes
indivíduos estejam sempre a ver as possibilidades de desenvolvimento, do
potencial inerente neles próprios e nos outros. A vida é sempre animada e cheia
de expectativas.
Quando o exterior já não corresponde aos seus ideais, em
norma desenvolvem uma intuição mais interiorizada que se reflete na capacidade
de visualizarem e de anteciparem o movimento e o fluxo das coisas.
Excesso ou desequilíbrio de Fogo:
Neste caso podemos encontrar no sujeito estados como a
impetuosidade, a falta de controlo, a impaciência exagerada, o espírito
conflituoso e a pouca sensibilidade
perante os outros. O fogo é o elemento que provoca o convencimento de que ele é
o detentor de uma verdade inquestionável. Pretenciosismo e arrogância.
Carência do elemento Fogo:
Quando há falta de fogo, não é raro deparar com estados de
espírito que demonstram desânimo, pouco alento, quebras no espírito de
iniciativa, apatia e falta de entusiasmo para enfrentar os problemas da vida.
Elemento Ar
Signos de Ar: Gêmeos, Balança e Aquário
Função correspondente: Pensamento
Características:
Pensativo, reflexivo, teórico, intelectual, racional,
abstracto, lógico, objectivo, comunicativo, social, masculino, positivo.
Logo a seguir ao Fogo, o Ar é o elemento mais Yang. Partilha
tal como o fogo da qualidade Quente, fator de exteriorização e expansão e da
qualidade Húmida, receptiva e condutora. Temos assim um lado que se afirma ao
nível da mente e das ideias e outro que é receptivo às correntes do pensamento coletivo.
O Ar é o elemento de ligação; enquanto o fogo se eleva, o ar move-se na
horizontal: ele é a ponte e o elo que estabelece as correlações de todas as
coisas. Ele mede, avalia e analisa, partindo dos princípios lógicos de
identidade e de diferença, na fundamentação das suas premissas e conclusões. O
Ar procura destacar-se das situações para analisá-las de fora; nesse sentido
ele é imparcial nos seus juízos, tendo em conta os fatores inerentes ao meio
ambiente em que se move. Deste modo, relaciona-se com o plano mental,
nomeadamente com o campo das abstrações que levam à formulação de princípios,
conceitos e teorias. Encontra-se em estreita relação com o campo da ciência,
particularmente no domínio das hipóteses e das premissas filosóficas ou
matemáticas que incidem sobre a verdade e a coerência formal dos seus
pressupostos. A este nível, o conhecimento assenta mais no saber académico e
enciclopédico, nas verdades do pensamento coletivo, do que na vivência subjetiva
e pessoal.
Idealista, social e menos individual que o fogo, o Ar
interessa-se mais pela realidade externa e pelas concepções sobre o mundo do
que o plano vivencial no qual assenta a realidade do Ser. A força do Ar reside
na visão clara e objetiva, na sua impessoalidade e a sua fraqueza está na
dificuldade em lidar com o mundo sensível dos sentimentos e emoções.
Desequilíbrio ou excesso de Ar:
Mente excêntrica, instabilidade, flutuações e indecisões a
nível mental; superficialidade, fanatismo ou necessidade compulsiva de se ter
sempre razão. Desconfiança, pessimismo, crítica constante.
Carência do elemento Ar:
Dificuldade em se destacar das situações, julgamentos
parciais, falta de comunicação ou dificuldade em ouvir e de prestar atenção aos
outros.
Elemento Terra
Signos de Terra: Touro, Virgem e Capricórnio
Função correspondente: Sensação
Características:
Prático, Perceptivo, Sensual, Sensitivo, Conceptual,
Estruturado, Factual, Concreto, Objetivo, Receptivo.
As qualidades que se associam à Terra são o Frio e o Seco: a
primeira expressa o princípio da interiorização e contração (feminino), a
segunda expressa a constância e a identificação (positivo). Assim, pela
predominância da qualidade fria, o elemento Terra foi associado ao princípio feminino,
mas ao participar do seco encontramos também aí certas características
masculinas. Poder-se-ia mesmo dizer que a Terra é Yin exteriormente e Yang no
seu aspecto interior.
O elemento Terra está relacionado com a realidade física,
com o mundo dos sentidos e por extensão com os assuntos práticos do quotidiano.
A função da Terra é a de organizar e selecionar os dados fornecidos pelos
sentidos. Deste modo, ela confere estrutura e substância aos factos e à
realidade. A experiência direta com o mundo material é feita numa primeira
instância sem ideais ou crenças. A percepção da realidade faz-se de uma forma
essencialmente objetiva, isto é, a Terra valoriza as coisas tal como estas se
apresentam. Este elemento simboliza a qualidade de ser substancial e material.
Como princípio de suporte e gestação, representa o aspecto da Mãe-Terra com as
suas qualidades de fertilidade e substancialidade. É o mais estável de todos os
elementos; de tónica passiva mas com um alto grau de praticabilidade, a Terra
procura avaliar o mundo das formas por meio da razão prática. Esta, ao lidar
com a informação proveniente dos sentidos, organiza e seleciona os factos
concretos, isto é conceptualiza e concretiza os dados da experiência dando-lhe
uma forma/conceito. O elemento terra tende a confiar mais nos sentidos e na
razão prática, do que em inspirações ou nas considerações teóricas dos demais
elementos.
Verificam-se os seguintes aspectos psicológicos ligados a
este elemento: paciência, autodisciplina, persistência, eficiência, densidade,
gravidade, seriedade, praticabilidade, prudência, busca de identidade na
substância.
Desequilíbrio ou excesso de Terra:
Receio, pessimismo, conservadorismo, demasiada ênfase nos
sentidos, descrença, pode acentuar o lado redutor e primário do elemento,
excesso de materialismo, teimosia, rigidez.
Carência do elemento Terra:
Falta de sentido prático, irrealismo, dificuldade em lidar
com os assuntos mundanos, pouca perseverança; as outras funções tornam-se um
obstáculo para a realização e concretização das coisas...
Elemento Água
Signos de água: Caranguejo, Escorpião e Peixes
Função correspondente: Sentimento
Características:
Sensível, sentimental, emotivo, inspirado, receptivo,
empático, impressionável, místico, feminino, subjetivo, introvertido,
irracional....
A água é o mais sensível e feminino dos quatro elementos. As
suas qualidades são o Frio e o Húmido, onde se combinam aspectos como a
mutabilidade e a receptividade, com a interiorização e a contração. De todos os
elementos, é o mais psíquico: a água provoca uma ação interior que desencadeia
todo o tipo de emoções e sentimentos relacionados com as experiências vividas.
A água muda de forma e adapta-se às circunstâncias externas. No entanto,
mantendo ou não a sua individualidade, ela procura a união e a ligação com os
outros. O sentimento de pertencer a uma unidade psíquica está-lhe no sangue,
advém-lhe das memórias de um tempo com um forte sentido comunitário. Para o
elemento água, os vínculos são importantes, sejam estes a família, a raça, a
pátria, a humanidade e numa escala mais vasta, a galáxia. O seu misticismo está
relacionado com este processo, ou seja, trata-se da busca de um estado de fusão
entre o ser pessoal e o ser universal. A água liga-se ao plano emocional, às
percepções instintivas, às captações energéticas do ambiente, dos fluidos que
emanam das coisas, à recepção dos campos vibratórios, às inspirações e em
última análise à vida da alma. A valorização das coisas e das situações é feita
por intermédio do sentimento. A verdade do mundo psíquico enraíza-se na
capacidade de sentir e de dar significado à experiência vivida. A primazia
reside no sujeito, na vivência interior subjetiva que, embora sob uma forma
pessoal, deixa transparecer todos os sonhos e anseios de envolvimento no grande
oceano do coletivo. A água é o elemento que tende a descer mais baixo; tal como
a terra, está sujeita à força da gravidade, porém, devido à sua permeabilidade,
infiltra-se fertilizando o solo, permitindo assim o desabrochar para uma nova
vida. A fertilidade da água liga-se aos aspectos interiores e ocultos do
inconsciente. O nível inconsciente, se bem que irracional, é a sede da
criatividade, da vida oculta por descobrir. O desvelar da água expressa-se
essencialmente no sentir. Os seus aspectos primários e subtis assumem a forma
de instintos, pressentimentos, emoções profundas, que vão desde as paixões
compulsivas aos medos abissais, passando pela fantasia, pelos estados de
mediunidade, pela imaginação criativa, pelos dons psíquicos, pela
hiper-sensitividade, até se alcançarem os níveis de inspiração e captação dos
planos superiores, tal como o amor universal.
O sentimento maternal é também um dos atributos deste
elemento: a água necessita de uma relação empática com os outros, gosta de
cuidar, proteger ou ser protegida. Conservadora, busca a segurança no que é
familiar e conhecido. Precisa de um clima de intimidade e privacidade para
explorar o seu mundo interior. A água compreende as emoções e os sentimentos
melhor do que qualquer outro elemento. A sua profundidade emocional leva-a a
sentir de tal maneira o próximo que é capaz de exprimir os mais variados
sentimentos, tal como o de uma profunda compaixão. A água é símbolo de
alimento, proteção e ajuda; nutre grandes ligações com o passado, lugares,
pessoas e situações.
Desequilíbrio ou excesso do elemento Água:
Demasiada acentuação na imaginação sem bases de sustentação.
Desejos e medos compulsivos ou caóticos. Hipersensibilidade à mais ligeira
ameaça. Fantasias e devaneios, como forma de fuga à realidade. Retraimento
exagerado, mediunidade negativa, dependências e prisões emocionais. Demasiado
apego ao passado. Instabilidade psíquica; limitação pelo peso das ilusões e dos
desejos frustrados.
Carência do elemento Água:
Falta de sensibilidade perante os demais. Pouca capacidade
para entender o outro. Desconexão com o mundo das emoções e dos sentimentos.
Precisa de desenvolver a imaginação e a atitude receptiva.
ACENTUAÇÕES POR CRUZES E ELEMENTOS
Diz-se que uma cruz está acentuada quando o Sol, a Lua, o
Ascendente, o Meio-do-Céu ou um aglomerado de planetas se encontra posicionado
numa das três cruzes.
CRUZ CARDINAL (FORTE)
Quando a cruz cardinal está acentuada, você mostra-se
empreendedor e activo, explorando ao máximo as oportunidades que vão surgindo à
sua volta. Desde que haja um objetivo a ser alcançado, esse ideal dar-lhe-á
dinamismo, quer no plano mental ou físico, para a consecução das suas metas.
CRUZ FIXA (FORTE)
Quando a cruz fixa está acentuada, você é persistente e
determinado nas suas ideias e nos seus valores. Como gosta de manter e
preservar certos padrões de segurança, nem sempre é fácil, para si‚ lançar-se
em novas experiências e empreendimentos. Ser-lhe-ia mais acessível
concentrar-se nos domínios do conhecido, para poder tirar o máximo de proveito
das situações. No entanto, corre o risco de se tornar dogmático e inflexível
sempre que as coisas não correm a seu favor.
CRUZ MUTÁVEL (FORTE)
Quando a cruz mutável está acentuada, você pode ter uma vida
bastante diversificada, com bastantes mudanças de ambiente e de contacto
humano. As sucessivas transformações e adaptações a que está sujeito ao longo
da existência, fazem de si um ser flexível com uma enorme necessidade de
experimentar os mais diversos aspectos da vida. A sua aprendizagem é feita
através das relações humanas e do conhecimento que consegue extrair das
múltiplas situações à sua volta. A sua maior fraqueza é a dispersão e a
qualidade a ser desenvolvida é o poder de síntese.
Acentuação por Elementos
ELEMENTO FOGO (FORTE)
A predominância do elemento fogo dá-lhe uma natureza viva e
entusiástica. A vontade e o idealismo caminham lado a lado, fazendo de si uma
pessoa em constante busca de novos ideais e projectos. De facto, o seu modo de
acção é essencialmente extrovertido e, geralmente, você combina o seu optimismo
com o calor das emoções, o que lhe dá sentido de valor e coragem perante a
vida. Muitas vezes você deixa-se guiar pela intuição e, como coloca muito do
seu ser em tudo o que faz, acaba por viver a vida de uma forma bastante
intensa.
Como possui qualidades activas e dominantes, existe também o
risco de se deixar inflamar demasiado pelos seus desejos, perdendo, assim, o
controlo e demonstrando alguma insensibilidade perante os outros.
ELEMENTO FOGO (FRACO)
Quando há pouco fogo na carta astral, você pode ter quebras
de entusiasmo e, de uma forma geral, irá necessitar de estímulos externos para
tomar iniciativas e levar a cabo os seus empreendimentos. Você corre o risco de
ficar passivo perante as adversidades. Assim, deverá envolver-se e viver cada
vez mais perante as situações, de modo a tornar-se um elemento ativo e
participante.
ELEMENTO TERRA (FORTE)
A predominância do elemento terra faz de si um ser
preocupado essencialmente com as experiências do aqui e do agora. O seu sentido
prático diz-lhe que o mundo concreto pode ser avaliado, experimentado e medido.
Logo, a sua relação com o mundo físico é predominantemente vivida através das
sensações e concepções que tenham qualquer tipo de aplicação útil. Você tende a
confiar mais na sua razão prática do que em inspirações. A sua paciência e
determinação geralmente traduzem-se na concretização de projetos e no
desenvolvimento de métodos de trabalho cada vez mais eficientes.
Quando este elemento está em desequilíbrio, você pode
demonstrar receio e pessimismo, valorizando apenas aquilo que consegue
demonstrar pela razão ou pelos sentidos, e esquecendo-se que o plano do
inconsciente dá acesso a outros tipos de realidade mais abrangentes.
ELEMENTO TERRA (FRACO)
Quando há carência deste elemento na carta astral, você pode
ser mais idealista e sonhador, do que viver com os pés assentes na terra. Como
lhe é difícil ser prático e objetivo, deverá desenvolver um determinado tipo de
disciplina, para poder concentrar-se e aplicar a sua energia de uma forma
eficiente. De outro modo, você corre o risco de se dispersar nos seus afazeres
quotidianos.
ELEMENTO AR (FORTE)
A predominância do elemento ar faz de si uma pessoa
sociável, dando-lhe bastante vivacidade no plano intelectual. As ideias e os
conceitos acabam por ser muito importantes para si, visto que estas estabelecem
o seu ponto de ligação com o mundo. A sua maneira de pensar assenta
essencialmente na lógica, tomando em conta os padrões do pensamento coletivo.
A necessidade que tem de se relacionar com os outros faz de
si um interlocutor nato, sempre à procura de novas formas de expressão e
compreensão de tudo aquilo que se passa à sua volta. A sua força reside na
capacidade de alcançar uma visão clara e objetiva dos factos, mas, por outro
lado, você poderá ter grande dificuldade em lidar com o plano das emoções e dos
sentimentos.
ELEMENTO AR (FRACO)
Quando há pouco ar na carta astral, você pode ter maior
dificuldade em perceber e entender o ponto de vista dos outros. A sua tendência
será para funcionar mais com as emoções do que com o lado racional da mente.
Procure desenvolver o espírito de associativismo e de cooperação.
ELEMENTO ÁGUA (FORTE)
A predominância do elemento água faz de si um ser sensível,
imaginativo e receptivo. A sua ação está mais focalizada na área das emoções e
dos sentimentos, o que acentua aspectos de vida interior profunda, cujo
potencial está latente ao nível do inconsciente. Quando está harmonizado com as
dimensões mais subtis da vida, você pode ser bastante intuitivo e sensitivo. No
entanto, se não conseguir entrar em empatia com os ambientes e as pessoas que
lhe estão mais próximas, você poderá ficar instável e susceptível perante as
mais pequenas coisas.
Em determinadas alturas, terá necessidade de ajudar e de se
fundir emocionalmente com os outros; noutras, poderá vir a recolher-se no seu
próprio mundo interior, devido à hipersensibilidade ou a medos irracionais
despoletados a partir da mais ligeira ameaça externa.
ELEMENTO ÁGUA (FRACO)
Quando há carência do elemento água na carta astral, você
pode ser pouco receptivo e perceptivo relativamente às necessidades dos outros.
Pode também ser demasiado racional, o que lhe traz alguns problemas quando lida
com o plano das emoções e dos sentimentos. Procure estar mais atento aos sinais
do inconsciente para poder sentir, quer a sua voz interior, quer as correntes
emocionais que constantemente giram à sua volta.
Os signos podem ainda ser divididos em quadrantes:
1º quadrante que corresponde à Primavera no Hemisfério Norte
— Carneiro, Touro e Gêmeos
2º quadrante que corresponde ao Verão no Hemisfério
Norte — Caranguejo, Leão e Virgem
3º quadrante que corresponde ao Outono no Hemisfério
Norte — Balança, Escorpião e Sagitário
4º quadrante que corresponde ao Inverno no Hemisfério Norte
— Capricórnio, Aquário e Peixes
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ResponderExcluirDesde já agradeço.