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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Discutindo a Doutrina Espírita - O Porvir e o nada - Thelema e a Iluminação

Depois de muito interogar e pouco afirmar, Kardec coloca em dúvida o panteísmo, além de ligar o hedonismo ao niilismo. Hoje, com a evolução e entrada da humanidade na Era da Informação e do Conhecimento, podemos questionar estas sugestões, afinal sabemos que Deus não é apenas este Universo, é um organismo supremo e inatingível do qual faz parte, também o Multiverso.

Kardec não podia ver pelos olhos do telescópio Hubble, imaginar quarks, neutrinos, a existência de partículas subatômicas, dobras espaciais ou muito menos a pesquisa do bosão de Higgs.

Se o decodificador da Doutrina Espírita podia prever as descobertas futuras, a evolução tecnológica e a libertação através do conhecimento, na época se ateve aos rígidos conceitos morais imperantes e isto pode o ter bitolado na redação de sua obra. Progredimos muito em 200 anos, hoje muita coisa que Kardec tentava explicar, tentando decodificar o que não pode na verdade ser codificado ou compreendido, integralmente, pela capacidade intelectual humana da época.

O célebre médium francês questionou: Se Deus é tudo, está em tudo e em todos, então Ele não teria vontade própria? Ora, mas é claro que sim, inclusive nós mesmos e nossos atos, sejam eles positivos ou negativos, fazem parte da vontade de Deus, bem como do Próprio. 

Parece ter passado desapercebido a Kardec que a maioria dos Espíritos, antes tidos como 'inferiores', nas sessões em que promovia, na verdade eram encarnações anteriores dos próprios Espíritos de Luz com quem se comunicava. Qual Espírito, na época, não havia tido encarnação como índio ou indivíduo de raça africana? Por mais estranho que possa parecer, apesar de não haver nada de estranho nisso, a lógica responde a esta e a muitas outras perguntas.

Um século após a revelação Espírita surgiu no Brasil a Umbanda. Foi então que uma compreensão maior, pode ser obtida através das entidades que se apresentaram como índios e negros escravizados. Apresentando-se nesta roupagem humilde estão Espíritos de alto grau de iluminação e uma sabedoria que permitiu a popularização da antes elitista Doutrina Espírita.

Hoje diversos centros Espírita aceitam a participação destas Entidades em seus trabalhos, muitas vezes inclusive lhes entregando a direção das sessões. A prova é que um Exu, por exemplo, pode usar o cascão de uma encarnação anterior sua como médico, para coordenar trabalhos de cura em em uma sessão de mesa branca.

Bom, o próprio Kardec, após discursar de forma moralista, logo no capítulo 1 da primeira parte de 'O Céu e o Inferno', concluí que a tolerância é o caminho para a futura fusão das religiões:

"14. - Instintivamente tem o homem a crença no futuro, mas não possuindo até agora nenhuma base certa para defini-lo, a sua imaginação fantasiou os sistemas que originaram a diversidade de crenças. A Doutrina Espírita sobre o futuro - não sendo uma obra de imaginação mais ou menos arquitetada engenhosamente, porém o resultado da observação de fatos materiais que se desdobram hoje à nossa vista -congraçará, como já está acontecendo, as opiniões divergentes ou flutuantes e trará gradualmente, pela força das coisas, a unidade de crenças sobre esse ponto, não já baseada em simples hipótese, mas na certeza. 

A unificação feita relativamente à sorte futura das almas será o primeiro ponto de contato dos diversos cultos, um passo imenso para a tolerância religiosa em primeiro lugar e, mais tarde, para a completa fusão."

É importante lembrar que para todas as religiões de unirem precisaremos unir todo conhecimento, este não será o ditado pela doutrina Espírita, pela Umbanda, pela Igreja, ou qualquer outra crença. Será a união! Acredito que teremos o melhor de cada, a verdade que segundo Buda é uma, pois não existe segunda. Com o escopo na criação desta futura 'Araca da Religiões', creio ser indispensável a interpretação correta dos dois preceitos da 'Lei de Thelema': "Faze o que tu queres será o todo da Lei." - "Amor é a lei, amor sob vontade

É comum que a Lei de Thelema seja mal interpretada. Alguns vêem nela uma licença para o gozo pleno de todos os seus desejos e caprichos, sem que haja responsabilidade ou consequências por seus atos. Entretanto, é assaz informar aos incautos que esta filosofia prega justamente o oposto. Partindo do princípio de que cada ser humano, por possuir livre arbítrio, é inteiramente responsável por sua existência e por suas ações, sem ser absolvido ou culpado por nenhum Deus ou Diabo, no que tange o destino de sua própria vida.

A liberdade de todo homem e toda mulher é assim cultuada, uma vez que, como consta no Liber AL vel Legis, livro que apresenta a teoria, "todo homem e toda mulher é uma estrela". O resultado da compreensão disto é um profundo respeito a si próprio, a cada indivíduo e a cada forma de vida, como sendo expressões particulares do Divino. Segundo a mesma filosofia, cada um de nós tem por obrigação descobrir e cumprir sua Verdadeira Vontade, deixando de lado todo capricho e distração que possa nos afastar deste objetivo máximo; entretanto, como saber o que é dispensável e inócuo evolutivamente sem antes o experimentarmos?

Ao realizar nossa Verdadeira Vontade, estamos nos integrando perfeitamente a nossa Natureza, que reflete a ordem do Universo. Portanto, realizar a Verdadeira Vontade é despertar para a Vontade do Universo, para o que Deus realmente espera de nós. Afinal, "Crescei-vos, Multiplicai-vos", Ele ordenou! A filosofia nos ensina o perdoai-vos, pois como podemos esperar um perdão Divino se nós mesmos não nos perdoarmos pelos nossos atos?

O maior, se não único ser, prejudicado pelos seus atos, que venham a interferir na Ordem Natural das Coisas, é o próprio autor do ato falho, vil, que terá de pagar pelo praticado, nesta ou em outra vida. É lógico que há de prevalecer o bem, pois também o recebemos de volta. Colocar a culpa por atos indignos, insensatos e inconsequentes, cometidos ou não, em uma entidade poderosa, do mal, que combate a Vontade Divina, não é só comodo, é também desculpa, fraqueza de espírito, Vontade e caráter.

Em Thelema, considera-se a Divindade como algo imanente: isto é, que vive dentro de tudo. Logo, conhecer sua Vontade mais íntima também é conhecer a Vontade de Deus. Esse processo de descoberta da Vontade além dos desejos do Ego constitui um método de realização espiritual baseado principalmente no autoconhecimento. Infelizmente, os escritos de Crowley são mal interpretados, e incrivelmente tomados no sentido oposto ao original, dando origem a comportamentos anti-sociais que nada têm a ver com a filosofia da Lei de Thelema.

Na esfera sociopolítica, Thelema pode ser entendida como a luta pela vivência da Liberdade de cada indivíduo, de modo que ele possa se realizar de acordo com sua órbita particular, isto é, dentro de suas vivências e escolhas específicas. Considerar a importância essencial do indivíduo para o mundo pode ser uma postura menos pragmática do que a tradição política adotada por sociedades opressoras e massificantes.

Ao nos aprofundar na filosofia contemporânea, fica claro e cristalino, como a tirania e regimes tirânicos nada têm a ver com Thelema. Estudando, antes de ouvir a voz da ignorância, podemos perceber  que Aleister Crowley nada tem a ver com o Diabo; pintado de vermelho, com rabo e chifres, que infelizmente, ainda muitos tentam continuar nos impondo. Está na hora de serem retiradas as vendas colocadas nas pessoas através dos tempos, numa clara estratégia usada por instituiões seculares com o único objetivo em perpetuar o domínio exercido sobre os crentes, através do medo e do terror.

Eis que nesta Era da Informação e do Conhecimento vem a verdade, única, que nos prepara para o que previu Kardec, a fusão das religiões em uma só. É chegado o momento do esclarecimento da humanidade, um iluminação jamais antes vista. Para isto Deus permitiu ao homem criar a Internet, como um laboratório, preparando sua ciação para a queda de todas as barreiras.
Ronald
____
Referências: Capítulo 1 da 1ª Parte da Obra Espírita - O Céu e o Inferno - escrita por Allan Kardec. / Livro da Lei (Liber AL vel Legis), de Aleister Crowley / http://pt.wikipedia.org/wiki/Thelema / http://pt.wikipedia.org/wiki/Liber_al_vel_legis / http://pt.wikipedia.org/wiki/Aleister_Crowley

sexta-feira, 23 de abril de 2010

23 de Abril ⚔️ São Jorge ⚔️ Ogum

Defensor dos desamparados, segundo a lenda do Candomblé, Ogum andava pelo mundo comprando a causa dos indefesos, sempre muito justo e benevolente. Ele era o ferreiro dos Orixás, senhor das armas e dono das estradas.  Irreverente, pois é um Orixá valente, corajoso, traz na espada tudo o que busca. É o protetor dos policiais, ferreiros, escultores, caminhoneiros e todos os guerreiros.  Santo correspondente na Igreja Católica: São Jorge no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Santo António de Pádua na Bahia.  Cores predominantes de ogum nas guias: Azul marinho no Candomblé. Vermelho na Umbanda, sendo que na Umbanda do Rio Grande do Sul muitos terreiros utilizam o verde, vermelho e branco. Entretanto as cores são determinadas pelo guia e conforme o reino em que trabalham e para qual Orixá.  Na Umbanda há diversos falangeiros seus como Ogum Beira-Mar, Ogum Marinho, Ogum 7 Ondas, Ogum 7 Cachoeiras, Ogum Megê, Ogum Timbiri, Ogum Yara, Ogum Dilê, Ogum Matinata, Ogum Rompe Mato, Ogum 7 Espadas, Ogum de Malê das Matas, Ogum 7 Escudos, Ogum 7 Lanças entre outros.

Ogum na Umbanda correspondendo a São Jorge, na Igreja Católica no sincretismo religioso. Seu dia é o 23 de abril. Ogum é o guerreiro, general destemido e estratégico, é aquele que veio para ser o vencedor das grandes batalhas, o desbravador que busca a evolução.

Defensor dos desamparados, segundo a lenda do Candomblé, Ogum andava pelo mundo comprando a causa dos indefesos, sempre muito justo e benevolente. Ele era o ferreiro dos Orixás, senhor das armas e dono das estradas.

Irreverente, pois é um Orixá valente, corajoso, traz na espada tudo o que busca. É o protetor dos policiais, ferreiros, escultores, caminhoneiros e todos os guerreiros.

Santo correspondente na Igreja Católica: São Jorge no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Santo António de Pádua na Bahia.

Cores predominantes de ogum nas guias: Azul marinho no Candomblé. Vermelho na Umbanda, sendo que na Umbanda do Rio Grande do Sul muitos terreiros utilizam o verde, vermelho e branco. Entretanto as cores são determinadas pelo guia e conforme o reino em que trabalham e para qual Orixá.

Na Umbanda há diversos falangeiros seus como Ogum Beira-Mar, Ogum Marinho, Ogum 7 Ondas, Ogum 7 Cachoeiras, Ogum Megê, Ogum Timbiri, Ogum Yara, Ogum Dilê, Ogum Matinata, Ogum Rompe Mato, Ogum 7 Espadas, Ogum de Malê das Matas, Ogum 7 Escudos, Ogum 7 Lanças entre outros.

Fonte: "http://pt.wikipedia.org/wiki/Ogum_na_Umbanda"
 



quinta-feira, 22 de abril de 2010

Santo Adalberto de Praga, 23 de abril

Todo ano, quando o dia 23 de abril vai se aproximando, mentalizo o Santo Guerreiro, Ogum (nome de São Jorge na Umbanda). Ele é meu pai, é meu guia, é meu protetor e amigo. Acontece que no meio deste trabalho, em divulgar e compartilhar informação, orações e magia, para o Glorioso, me veio uma intuição.

Quando corri os olhos em um site e vi que dia 23 também é Santo Adalberto, foi quando Ogum soprou. Entendi o recado na hora. Como Ogum é reverenciado e sincretizado com São Jorge, dia 23 de abril, nada mais justo que seja conhecido também outro filho de Ogum, Santo Alberto de Praga, padroeiro da Boêmia, Polônia, Hungria e Prússia.

Onde encontrar informação sobre este santo? Na hora, sem nem precisar do Google, lembrei logo da Wikipédia. A Wiki disponibiliza rico acervo de conhecimento a respeito dos Santos e da Igreja Católica. A seguir compartilho com os irmão as informações que considerei mais interessantes para o momento. Quem quiser se aprofundar mais sobre a vida deste Santo, reverenciado pela Igreja no mesmo dia que São Jorge, recomendo um visita a Wikipédia.

Santo Adalberto nasceu no ano de 956 e desencarnou dia 23 de abril de 997, ele foi um bispo de Praga, capital da República Tcheca. Segundo conta a história, Adalberto foi martirizado em quando concentrava esforços na conversão dos prussianos bálticos. Teve origem terrena de uma família nobre tcheca, do príncipe Slavník e sua esposa Střezislava, em Libice nad Cidlinou, Boêmia.

Em 980 Adalberto concluiu seus estudos na escola de Magdeburgo e retornou a Praga, onde se tornou um sacerdote. Em 981 morreram, seu pai, príncipe Slavník, e o seu mentor, Santo Adalberto de Magdeburgo. Em 982, ainda sem ter completado trinta anos de idade, Adalberto tornou-se bispo de Praga. Embora Adalberto descendesse de família rica e pudesse ter conforto e luxo, alegadamente, "viveu de maneira pobre por sua própria vontade". Era conhecido por "praticar a caridade", pela austeridade e serviço à Igreja.

Ele se ressentia muito da participação dos cristãos batizados no comércio de escravos, então, em 989, renunciou ao seu cargo de bispo e deixou Praga. Foi para Roma e viveu como um eremita no mosteiro de Santo Alexis beneditino. Quatro anos depois, em 993, o Papa João XV mandou-o de volta para a Boêmia. Adalberto tornou-se bispo novamente. Nessa época, ele fundou o mosteiro de Břevnov, perto de Praga, o primeiro em terras tchecas.

Adalberto de Praga, já em 977, tinha a ideia de se tornar um missionário na Prússia. Depois de ter convertido a Hungria, ele foi enviado pelo Papa para converter, na base da violência, os "pagãos" prussianos. Bolesław, o Bravo, duque da Polônia (mais tarde rei), enviou soldados com Adalberto para garantir a conversão a força. O bispo e seus seguidores, entraram em território da Prússia e passaram ao longo da costa do Mar Báltico em direção a Gdańsk.

Era um lamentável procedimento padrão de fanáticos missionários cristãos da época tentar derrubar árvores de carvalho sagrado, como já haviam feito em muitos outros lugares, inclusive na Saxônia, sem nenhum respeito pela cultura local. As árvores eram adoradas e os espíritos, que se acreditava habitar nelas, eram temidos por seus poderes, então isto era feito para tentar provar aos não-cristãos que nenhuma força sobrenatural protegia as árvores da fé dos cristãos.

Como eles não atenderam aos avisos para ficar longe das matas de carvalhos sagrados, Adalberto pagou por seu atrevimento e desrespeito, e foi executado por sacrilégio, seus correligionários interpretaram o fato como sendo um "martírio". Sua passagem sofrida ao mundo espiritual ocorreu em 23 de abril de 997, na costa do mar Báltico, a leste de Truso (atualmente Elbląg, Elbing), ou perto de Tenkitten e Fischhausen. Há registros de que seu corpo foi comprado por seu peso em ouro por Bolesław, o Bravo.

Alguns anos mais tarde Adalberto foi canonizado como Santo Adalberto de Praga. Sua biografia foi escrita por vários autores em Vita Sancti Adalberti Pragensis, sendo o relato mais antigo atribuído ao bispo Notger von Lüttich, da imperial Aachen e Liège/Lüttich, embora tenha sido assumida por muitos anos que o monge romano João Canapário escreveu a primeira Vita em 999. Outro famoso biógrafo de Adalberto foi São Bruno de Querfurt, que escreveu em sua hagiografia em 1001-1004.

Diz-se que em 1039, o duque da Boêmia Břetislav I recuperou os ossos de Santo Adalberto de Gniezno e transferiu-os para Praga. Segundo outra versão, ele levou apenas uma parte dos ossos, enquanto que o resto das relíquias de Santo Adalberto (incluindo o crânio) foi escondido pelos poloneses (de acordo com Roczniki Polskie) e encontrado em 1127. Em 1928, um dos braços de Santo Adalberto, que Bolesław I tinha dado a Oto III no ano 1000, foi acrescentado aos ossos preservados em Gniezno. Hoje, Santo Adalberto tem duas sepulturas, sendo que ainda não se sabe em qual delas os ossos são autênticos. Por exemplo, o santo tem dois crânios - um em Praga, um segundo em Gniezno (roubado em 1923).

Em abril de 1997, o milésimo aniversário do martírio de Santo Adalberto foi comemorado na República Tcheca, Polônia, Alemanha, Rússia e em outros países. Representantes das Igrejas católica, ortodoxa grega e evangélica estiveram na ocasião em Gniezno, junto ao túmulo do santo. O Papa João Paulo II visitou Gniezno e realizou um serviço cerimonial divino, do qual participaram dirigentes de sete países europeus e cerca de um milhão de fiéis. Na Óblast de Kaliningrado, perto da vila de Beregovoe (antiga Tenkitten), onde a morte de Adalberto hipoteticamente teria ocorrido, uma cruz de dez metros foi erguida.

Oração a Santo Adalberto de Praga

Ó glorioso Santo Adalberto, padroeiro da Boêmia, Polônia, Hungria e Prússia, que em vida corajosamente proclamou Cristo como Deus na Terra; Rogai por nós! Oremos por intercessão de Santo Adalberto, verdadeira e fiel testemunha de Jesus Cristo, para que interceda por nós junto a Cristo nosso senhor.

Ó Deus, Tu reforçou as nações para que professam Teu Nome através da instrução e martírio de Santo Adalberto, nós vos suplicamos, tende piedade de nós. Adalberto, aquele que anunciou a fé de nossos ancestrais, intercedais agora por nós no Céu. Ó Glorioso Santo Adalberto, honrado pela Virgem Maria, a portadora de Deus, que possamos aprender através de seu ensinamento e exemplo.

Que esta oração por nós ora oferecida, a vossa Divina Majestade e memória; em sua honra, nosso querido Santo Adalberto, nos ajude a ter a força moral necessária para professar a nossa fé com coragem. Que possamos através de Cristo prosseguir no caminho, sem desvios, à nossa recompensa eterna. Nós vos pedimos por Cristo nosso Senhor. Que assim seja!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Dia da Terra, uma questão de atitude



por Marina Silva

Neste ano, o terceiro do milênio no qual depositamos tantas esperanças, comemorar o Dia da Terra exige reflexão e compromisso. O planeta não vive seus melhores dias e nós, a assim chamada "espécie superior", andamos inseguros a respeito de nossa própria capacidade de fazer deste um mundo melhor. O signo é de guerra, unilateralidade na resolução de conflitos, arreganhos do crime organizado, sensação de anomia e de abandono dos valores que costumavam ser nossas balizas, construtores de sentido existencial e códigos para ajudar a decifrar a essência da condição humana. Nesse clima, falar de paz virou coisa séria. Não basta a estética, nem mesmo a ética, ou a inocência, ou o devaneio. É preciso militância. E não só a das ruas, circunstanciais e emotivas. Agora é também questão de escolha racional, com as conseqüências que isso envolve. É preciso que a paz seja uma opção política.

Ainda temos nos olhos as cenas terríveis do Iraque, pessoas sendo despedaçadas pela morte ou mutilação física e psicológica, pela destruição de suas referências. Mas, na contabilidade da guerra, são apenas danos colaterais, assim como o cerceamento da liberdade de imprensa e a perda de bens do patrimônio histórico da humanidade. Mesmo aqui, a salvo deste horror, sentados no sofá diante da TV, somos atingidos pela perda de valores, sentimos que nossa vida também ficou pior. E sabemos que temos que fazer alguma coisa. Não lá no Iraque. Aqui. Dentro da nossa casa, na nossa vizinhança, na nossa cidade, no nosso país. No Dia da Terra, ou pensamos nisso tudo ou será uma data lamentavelmente vazia. Ela pode ser um símbolo forte do que parece estar-se perdendo: os valores humanos, espirituais e os naturais, entendidos, esses últimos, como aqueles que remetem à ligação essencial de cada um com o habitat planetário, obscurecida pela aparente auto-suficiência da tecnologia e dos "poderes" humanos.

Há certo consenso a respeito da proteção ambiental. Todos são a favor, mas, boa parte, só se for no "meio ambiente" alheio. Quer-se o bem da floresta amazônica, já as obrigações ambientais da empresa... Salvem-se as tartarugas e baleias, já reduzir o próprio lixo...Combata-se a poluição, mas não o uso intensivo do carro particular. As unanimidades em prol da paz, do meio ambiente, do combate à pobreza, às vezes esquecem que é preciso construir na prática a solução para aquilo que incomoda a consciência. E que a construção começa no indivíduo e no que ele está disposto a fazer - ou a deixar de fazer - para a vida melhorar. Esta sim é uma questão de atitude. Continuamos a produzir desastres ambientais e humanos. Eles lembram que ainda estamos na barbárie. A civilização de fato avançada ainda está a caminho e é tarefa para muitas gerações. Agride-se a Terra porque ela é vista apenas como fonte e suporte de bens para o mercado; destroem-se pessoas porque são vistas apenas como consumidoras e contingentes geopolíticos. Não sem razão o petróleo é um personagem tão destacado nas guerras presentes e passadas no Oriente Médio.

Também não sem razão as causas ambientais cada vez mais se confundem com seu espelho social e ético. Hoje procuramos soluções socioambientais, não só ambientais. Falamos em justiça ambiental como parte intrínseca da justiça social. A qualidade de vida é direito humano, assim como a saúde, a educação, a habitação. E acumulam-se evidências de que a atividade econômica não precisa ser predadora. É desejável, viável e factível o caminho do desenvolvimento sustentável. Nada foi e nada será fácil na trajetória dessas idéias, mas elas se impuseram como alternativa e conquistaram adesões - ou, no mínimo, provocaram constrangimentos - em todos os segmentos da sociedade. Mexeram naquele recanto da mente e das emoções no qual está intacta a necessidade de ideais comuns e a crença de que um mundo melhor e sustentável é possível. Nós procriamos e criamos; é inevitável ter amor pelo futuro e compaixão pelo presente. O Dia da Terra exige uma atitude.

fonte: http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./educacao/index.php3&conteudo=./educacao/diaterra.html

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terça-feira, 20 de abril de 2010

A única, e verdadeira, Nova Ordem Mundial



Não tenha medo! Para haver luz são precisos dois pólos, um positivo e um negativo. Aí está o segredo do equilíbrio. A esquerda, Quimbanda, nada tem a ver com o mal. Para o mal existir precisa de agente, este por sua vez possuí inteligência, livre arbítrio.

Um terremoto, tempestade ou qualquer tipo de desastre natural é obra divina. A própria morte, apesar de negativa, em sua origem enquanto energia, é inevitável, desfecho natural à vida corpórea.

Temos o vício, que nada mais é que programação mental, como negativo; entretanto quem não é viciado? Jogo, chocolate (pantagruelismo), drogas ilícitas ou lícitas, contato sexual por prazer, bens materiais... qualquer um dos 'pecados' capitais e até mesmo a fé cega... isso tudo não é vício também? Claro que é, e certo também é que se trata de energia negativa, pois consome.

O pólo positivo, carregado com sentimentos e atitudes como: amor, pacificação, compreensão, tolerância, auto-controle, razão, dentre outros adjetivos, é que alimenta, ilumina.

Agora me diga: Existe propósito em alimentar quando não existe fome? Em doar quando não existe carência? Em curar quando não existe doença? Em abster-se quando não existe abuso?

A lista de qualidades é infindável, tanto positivas quanto negativas. Fato é que para tudo existe remédio, e mesmo este que muitas vezes é amargo, promove a cura.

Você deve estar se perguntando -> então o mal não existe? Utopias apartadas, sim! É liquído e certo que existe o mal, porém trata-se de criação da psiquê humana.

Acredite! Vivemos em uma esfera que até pouco tempo era apenas sítio destinado a expiação. O famoso purgatório, descrito nos textos católicos, foi aqui mesmo na Terra. Espíritos impuros e com déficit evolutivo, encarnados e desencarnados, mantiveram-se atados ao Planeta Terra por mais de 10 mil anos.

Acontece que em 2002 o Planeta X, astro interdimensional deveras semelhante ao que habitamos, iniciou um cruzamento com a órbita de nosso Planeta. Esta esfera também conhecida como Nibiru, faz parte de um sistema solar quase idêntico ao nosso, porém existe em outra dimensão, em um Universo paralelo.

Seria massante, neste momento, descrever, detalhadamente, fenômeno de tal grandeza. O fato, na síntese, é que esta congruência acarretou resultado ainda inexato.

Nosso Universo, veja bem, Universo e não Sistema Solar ou Galáxia, acaba de cruzar com um Macrossomo outrora paralelo. Acontece que estamos transcendendo esta realidade antes superior, enquanto a única esfera habitável pela vida, tal qual a conhecemos, cruza com outra Esfera semelhante.

O desfecho deste grande acontecimento é evolucional. Espíritos involuídos, degradados irrecuperavelmente, estão deixando a Terra. Este exôdo é ambivalente, tendo em vista que enquanto grande número de almas deixam a Terra, outras tantas aqui chegam para fazer sua morada.

No momento, os seres que deixam nossa esfera, dão lugar a outros de Esfera imediatamente superior. Estes que se vão nunca mais hão de voltar, exceto exceção rara da vontade divina.

Antes do final desta década a Terra deixa de ser local de expiação. Nossa Esfera, o sistema através do qual viajamos pelo tempo e espaço, ascende neste exato momento a um patamar cósmico, vibratório, de neutralidade. Esta entropia é total, irreversível, indo além das leis da física conhecidas, isto pois, o Planeta que cruza a nossa Esfera ocupa o mesmo lugar no tempo e no espaço.


Por fim, a Galáxia 'fantasma', da qual o Planeta X faz parte, está trocando de lugar com o Universo; no qual o círculo terrestre por nós conhecido é membro indelével. Em nosso Universo inexiste a involução. Materialmente expandimo-nos inexorávelmente, no Astral Superior.

No Plano que compreende toda criação, seja ela material, imaterial, ou da espécie compreensível ou incompreensível que for, chegamos ao tempo por vezes profetizado.

A dualidade, que por milênios afligiu aos seres humanos, está prestes a findar. Dentro de um curto espaço de tempo, ilusório no Multiverso, entretanto por nós contado, ingressaremos num período apolar, trasnscendente.

Estamos acostumados a medir atos de nossos semelhantes através de princípios, descritos por povos, dos quais muitos de nós fizeram parte em outra vida. Hoje ainda julga-se o próximo por atos inexoráveis. A Lei das leis não julga, retribuí. Arrebatadora é a imutável Lei do Carma, sabia a voz popular que conclama: "Quem com ferro fere, com ferro será ferido".

Oremos pelas milhões de almas que partem de nosso Globo para nunca mais voltar. Rendamos graças ao novo tempo que se inicia. Compartilhemos conhecimento a fim de esclarecer aos que não estão sendo arrebatados, mas carecem de discernimento quanto a coletividade.

Sem medo, com fé; amor e compaixão, livres da paixão que vicia e destrói, aceitemos pois este círculo de confiança que se materializa na Terra. O mal não é, e nem nunca foi; apesar de inoculado na coletividade, pelos fracos, durante a passagem dos séculos dos séculos, parte da natureza deste mundo.

A vida carnal resulta na morte, pela falência do sistema orgânico de cada ser posto na carne. Uma atitude beligerante para com o meio ambiente reverte-se em sofrimento. O prazer carnal aplaca a dor por momentos, entretanto nada mais é que embuste à vida real, reles hedonismo. Levando-se em conta a eternidade do espírito, aí sim, é com esta ciência que encaminhamos nossas almas na senda da perfeição. O verdadeiro e puro gozo de prazer é de natureza espiritual!

Não existe fim para o espírito, como não existe começo. Todos somos na verdade incriados e indestrutíveis. Não o ego, a passagem corpórea momentânea, este serve somente a um projeto maior. Nossa encarnação é etapa pela qual interagimos com a matéria, com o meio ambiente temporário e ilusório, findável e destrutível.

Acredite, somos todos um. Toda criação, baseada no átomo, faz parte de uma mesma cepa veicular. Fazemos parte de um organismo único, fadado a um destino comum.

Chegou o tempo profetizado que irá compreender mil de nossos anos contados, no qual reinará a paz através da aceitação, a igualidade por meio da fraternidade e caridade, a liberdade advinda do bom senso no exercício do livre arbítrio.

Aos que teimam na ardilosa programação social; manipulação de sentimentos visando ganho, arquitetura da maldade, da vingança, ganância, inveja e cobiça desmedida, digo adeus, até nunca mais ver. Os arrebatados jamais integrarão o círculo no qual habitamos e jamais serão vistos em carne ou espírito.

Eis que, finalmente, após milhares de anos de escravidão; nos quais muitos serviram a poucos, chega o momento da igualidade. Não existe ninguém melhor, ou, ninguém pior que ninguém. A Terra oferece recursos suficientes para que vivamos todos bem, felizes e com dignidade. Se existiu, ou ainda é imposta uma pirâmide, esta é obra do homem e de nada serve realmente. Não tenha medo, nenhuma pirâmide pode ser sustentada sem base firme, muito menos erguida sem o árduo trabalho dos herdeiros da Terra.

A Terra, com sua nova organização social, é um farol do saber, que semeia, cultiva, e logo irá distribuir conhecimento e sabedoria por todo Multiverso. Da união dos pólos positivo e negativo é que nasce a Luz. A maldade é pura invenção da mente humana deturpada; resultante da desilusão gerada por atos equivocados.

A subserviência aos detentores do falso capital; pregada e defendida por oportunistas, que se utilizam de recursos humanos para mera obtenção de meio, através do qual possam satisfazer sentimentos impertinentes ao mundo espiritual, justo, perfeito e real, em breve terá fim. Nada pode deter o eminente advento da Conciência Coletiva, resultante da Inteligência Coletiva, na qual inexiste espaço para a dualidade, dúvida ou temor.

Acorde! Hoje você vive em um novo mundo. Nenhum ser humano pode mais sobrepujar seu semelhante. Somos todos iguais, irmãos e irmãs, e o Deus é um só. Axé!

Com amor,

Seu irmão.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Todo poder emana de Deus




(...)Estou junto nessa barca de começar a mudança por dentro. Só assim os problemas externos, comuns, terão solução definitiva.

A perfeição é impossível não só neste mundo, mas em muitos outros também. O mais nobre dos predicados é exclusivo de Zambi!

No terreiro tenho este título de Pai-de-santo, entretanto fora dele, seja no mundo físico ou no virtual, sou seu irmão, e irmão também de todo mundo que quer um mundo novo.

Este mundo novo não é o da utopia, é apenas aquele no qual a maioria está livre da programação que vem nos sendo imposta através dos séculos.

Todos devem ter a liberdade plena de exercerem seu livre arbítrio e o dever de arcar com as consequências, positivas ou negativas de seus atos.

O mundo novo é de crença livre, respeitada por todos que compreendem a beleza única da diversidade. O fato inegável a todas as religiões é que o Deus é um só.

O que estamos aprendendo neste momento pelo qual passa a humanidade peregrina é que nós também somos um!

Estejamos todos dentro deste círculo, a nova ordem tem a ver com o universo e não com a pirâmide. A linha reta é obra do homem e não encontra paralelo na Geometria Sagrada.

Confiemos em Deus e não no dinheiro, isto pois nada há de faltar aos que tem Fé. Basta crer para ter e crer é saber que dispomos exatamente daquilo de que precisamos. Materializemos pois!

Que Yansã beba em seu cálice e nos empreste a espada. Com este sabre de luz iremos juntos, homens, mulheres e crianças construir um mundo livre da programação e propagação da ignorância.

O espírito é livre, se somos imagem dEle somos livres também! Todo poder emana de Zambi e para Zambi deve voltar.

Axé!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O poder das pedras negras

As pedras pretas são muito poderosas, mas é importante, é necessário saber usá-las, porque, tal como o aspirador de pó, elas absorvem as impurezas, isto é, as energias negativas; e assim como o aspirador precisa ser limpo para uma nova e eficaz limpeza, elas também precisam.

A limpeza das pedras pretas precisa e deve ser feita com maior regularidade do que as pedras comuns; afinal, elas fazem a "limpeza pesada".

Algumas coisas são importantes frisar e mesmo repetir. Para usar pedras pretas e cristais, você precisa limpá-los, energizá-los, programá-los, conversar com eles, pedir-lhes ajuda, dizer que os ama, orar por eles e ainda fazer algum pedido específico ou especial. Geralmente é o cristal que escolhe você, mas pode haver reciprocidade. Há um cristal para cada finalidade, mas o quartzo branco é uma espécie de "clínico geral", assim como o é a rosa branca, o Anjo Gabriel, o banho de alecrim...

Estar "astralmente empoeirado" é pior do que estar fisicamente sujo. A "poeira astral" entristece, deprime, dificulta. Os cristais, como os banhos, incensos, entre outros recursos, ajudam você na limpeza e na energização do seu ambiente, da sua aura, de todos os seus corpos, enfim.

O preto simboliza a ausência de cores e o seu poder está ligado à capacidade de absorver as energias negativas ou de as repelir. Há uma grande variedade de pedras pretas. Eis algumas, as mais procuradas:


Turmalina - pedra de cura, de limpeza, de polarização de energias e de meditação em casos extremos.

Turmalina Preta: é coberta de linhas verticais, também chamada linha condutora, porque fazem com que a energia circule. Serve também para meditação quando as pessoas estão em estado de choque. Pode ser colocada na base da coluna, tendo um quartzo branco na outra extremidade, o qual pode ser também colocado na nuca. A Turmalina limpa os canais sutis da coluna e trabalha na polarização das energias. Como escudo protetor, repele as energias; por isso, é preciso usar um cristal auxiliar, porque ela, se foi programada para proteger, protege mesmo! Mas é uma pedra bloqueadora; expulsa todo o mal, em compensação não deixa que nenhuma outra energia entre, ainda que boa. Assim acontece também em relação ao banho de sal grosso que faz a limpeza geral, mas precisa de outro banho ou de outro recurso para desbloquear ou reenergizar. Quando você deixar uma pedra preta para limpar o ambiente, deve cercá-la com quartzos rosa,branco e verde. Os minerais do grupo da turmalina constituem um dos mais complexos grupos de minerais de silicato quanto à sua composição química, sendo todos eles ciclossilicatos. Trata-se de um conjunto de minerais de silicato de boro e alumínio, cuja composição é muito variável devido às substituições isomórficas (em solução sólida) que podem ocorrer na sua estrutura. Os elementos que mais comumente participam nestas substituições são o ferro, o magnésio, o sódio, o cálcio e o lítio existindo outros elementos que podem também ocorrer. A palavra turmalina é uma corruptela da palavra turamali do cingalês para pedra que atrai a cinza (uma referência às suas propriedades piroeléctricas).



Ônix - pedra própria para psicometria, porque conta com facilidade a história de quem a usava. Em tudo há psicometria.

Ônix: estabilizador de energias. Muitos têm medo de usá-la, porque é uma pedra de Saturno e tem fama de ser negativa. Todavia, as pedras são todas positivas, porque são partes integrantes da Natureza e a Natureza é generosa, e no dizer dos celtas, "o lado visível de Deus"; logo as pedras, os cristais atuam sempre em nosso benefício. É importante dizer que as pedras, em geral, devem ser usadas de forma correta, no momento certo, conforme a circunstância. Por exemplo: se estiver deprimido, triste, só, não use Ônix. Contudo, se quiser desenvolver a disciplina e a persistência, aí poderá usá-la. Ónix (português europeu) ou Ônix (português brasileiro) é uma variedade de calcedônia, uma forma de quartzo. As cores de suas faixas são brancas e pretas. Estes minerais são muito produzidos para manchar a ágata. O ônix é uma pedra mais nobre que o mármore, e é um dos símbolos da Medicina Veterinária.



Obsidiana: é um tipo de vidro vulcânico, formado quando a lava esfria rapidamente, por exemplo, fluindo sobre água. Consiste em 70% ou mais de sílica (SiO2 - dióxido de silício). A obsidiana não é um mineral verdadeiro por não ser cristalino e, além disso, é muito similar na composição ao granito e riolito. É classificada às vezes como um mineralóide. É a pedra da revelação. Muito usada por Bruxos, Magos, Profetas e até por "Feiticeiros". Para esta pedra, nada é oculto. Tem a luz de Haziel e a força de Cipriano; as adivinhações de Ifá... Só não diz a verdade quando as pessoas não estão preparadas para recebê-la ou entendê-la. Os rituais feitos com a pedra não podem ser repetidos e é preciso haver muita concentração. Para esta pedra, nada é invisível.



Cianita Preta ou "Vassourinha": Este nome popular se deve à sua aparência de espanador e ainda porque realmente ela é a pedra por excelência da "limpeza pesada". A cianite ou cianita ou ainda distena, cujo nome (cianite) deriva do grego kyanos, que significa azul.O nome "distena" deriva do grego "stenos" que significa "dureza", apontando para um mineral com 2 medidas de dureza. A cianite é um mineral de silicato tipicamente azul. É geralmente encontrado em pegmatitos metamórficos ou rochas sedimentares ricos em alumínio. A cianite é um membro da família dos aluminossilicatos, que inclui minerais polimórficos como a andaluzite e a silimanite. A cianite é um mineral fortemente anisotrópico. Na escala de Mohs, a sua dureza varia, dependendo da direção cristalográfica. Este é uma característica de quase todos os minerais, mas o anisotropismo da cianite pode considerar-se um traço identificativo.


Como limpar e energizar sua pedra:

I. Deixar a pedra em recipiente de vidro transparente, por 24 horas, com 2 centímetros de sal marinho (sal grosso) - o período ideal para isto é o compreendido entre a Lua crescente e a Lua cheia;
II. Passar em água corrente durante 5 minutos ou mais;
III. Colocar no sol por 2 horas ou mais, também pode ser na chuva, na chama de uma vela, ou à luz da Lua;
IV. Fazer um pedido 3 vezes com as mesmas palavras;
V. Usar a pedra ou guardá-la em um lugar que seja só dela.

Obs.: Quando fizer o pedido, peça coisas pessoais, e principalmente coisas boas. Lembre-se que as pedras negras servem para proteção e afastamento de energias negativas. Este procedimento pode ser adotado para energização e limpeza de qualquer pedra, gema ou cristal.

Fonte: Wikipédia / Bruxas Angelicais, de Clara Luz / Google images / Acervo próprio



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'A Bíblia dos Cristais' descreve todas as pedras mais importantes encontradas no mercado hoje em dia e muitos cristais não tão conhecidos, descobertos mais recentemente. 

Ilustrado, este é um guia sobre os cristais, seus formatos, cores e aplicações. A sua lista de cristais permite que o leitor encontre um cristal conhecido instantaneamente ou identifique sem dificuldade outros que ainda não conhece. Adquira agora mesmo clicando aqui...

Nessa lista, pode-se também encontrar as propriedades práticas e esotéricas de cada um deles, incluindo os seus efeitos espirituais, mentais, psicológicos, emocionais e físicos e como usá-los para a cura.




quarta-feira, 14 de abril de 2010

Orixás que regem os dias da semana e seus arquétipos



Cada Orixá é regente de um determinado dia da semana. Estas divindades, com nomes de Matriz Africana podem influenciar a essência dos que nascem sob sua proteção, ou seja, no dia da semana respectivo ao Orixá regente. Existem outras vesões para o dia da semana correspondente a cada Orixá, este fato se deve a diversidade do culto aos mesmos nos cultos de Umbanda, Candomblé e demais Religiões de Matriz Africana.

Digo que a influência é apenas na essência porque cada qual constrói uma identidade própria. Além da influência do Orixá regente no dia do nascimento, existem outras influencias determinantes na formação de personalidade do ser, como as astrológicas e principalmente a do Orixá pai, ou mãe, de cabeça, que independe do dia do nascimento, pois Pai-de-cabeça é pai de nosso espírito. Sempre reencarnaremos nesta vibratória cósmica original, determinada pelo Orixá Pai-de-cabeça.

Além destas influências existem os caracteres ambientais, genéticos e as impressões deixadas na alma através das subseqüentes encarnações pelas quais todos nós passamos.

Para saber o dia da semana em que você nasceu, consulte o site: http://kalender-365.de/calendario-pt.php , informe o ano de seu nascimento e obtenha o calendário respectivo.

Este relacionamento entre Orixá, dia da semana e arquétipo, faço apenas a título de propagar a fé nestes 7 Guerreiros de Deus. No bem da verdade só podemos saber, com precisão, qual nosso Orixá Pai ou Mãe-de-cabeça através de consulta a Ifá, búzios ou jogo de obí. O arquétipo e o dia de nascimento é apenas uma pista que precisa ser confirmada por um Pai ou Mãe-de-santo competente.



O orixá de cada dia da semana

Domingo

As pessoas nascidas nesse dia regido por Oxalá são audaciosas, revolucionárias e incansáveis. Estão sempre querendo criar coisas novas ou melhorar o que já existe. Mas também herdam desse orixá o equilíbrio, a serenidade e o desejo de levar uma vida tranqüila.

Segunda-feira

Oxum. As principais características do arquétipo de Oxum são a docilidade, sensibilidade (choram com facilidade), e grande facilidade em absorver ensinamentos provenientes de estudos místicos. As filhas e filhos de Oxum são místicos por natureza. A vaidade é outra característica marcante das pessoas regidas por esta Orixá.

A segunda-feira também é regida por Exu, o mensageiro de Zambi. Geralmente as pessoas nascidas neste dia são alegres, boêmias e sensuais. Donas de um caráter nobre costumam se mostrar amigáveis. Mas, caso sofram uma injustiça, não conseguem deixar de pensar em vingança.

Terça-feira

As pessoas nascidas nesse dia regido por Ogum, o Orixá da guerra e do progresso tecnológico, detestam a rotina e são irrequietas. Estão sempre lutando por mudanças no ambiente de trabalho, na política e na vida pessoal. Geralmente, conseguem grandes conquistas. Mas precisam combater a tendência de impor suas opiniões aos outros.

Quarta-feira

A influência de Xangô é acompanhada pela rigidez de pensamento e intransigência, qualidades pouco amigáveis, mas, entretanto sempre acompanhadas de grande senso de justiça. Os filhos deste Orixá são pessoas metódicas, equilibradas e com grande facilidade para assimilar e transmitir conhecimento.

As pessoas nascidas nesse dia (horas pares até às 16:00h) regido por Iansã, a senhora dos raios, adoram curtir as mais loucas paixões. Vivem num clima de sedução e conquista, seguindo seus próprio desejos, sem medo das consequências. Ousadas, correm todos os riscos e enfrentam todos os perigos para realizar suas tarefas e alcançar os objetivos a que se propõem.

Quinta-feira

As pessoas nascidas nesse dia regido por Oxóssi, a divindade das matas, são introvertidas e discretas. Sabem exprimir suas opiniões, mas jamais tentam impô-las. Simplesmente esperam que as outras pessoas reconheçam que elas tinham razão. Isso tudo lhes conferem muito charme e um ar de nobreza.

Sexta-feira

As pessoas nascidas nesse dia regido por Oxalá, são influenciadas em especial por Oxaguiã, a manifestação jovem de Oxalá, são orgulhosas e não gostam de meio-termo. Para elas, é sempre tudo ou nada. Por isso, oscilam entre uma tristeza profunda e uma alegria sem limites, entre o ódio e o amor. Mas, à medida que amadurecem, ganham características do equilibrado Oxalá. (ver domingo)

Sábado

As pessoas nascidas nesse dia regido por Iemanjá, a rainha do mar e mãe de vários Orixás, ficam furiosas quando sentem ciúme ou se julgam vitimas de uma ingratidão. O mais comum, porém, é estarem sempre em boa maré, protegendo os amigos e, se for o caso, os filhos. Seus sábios conselhos são frutos de grande.

O sabático é um dia de grande força espiritual, propício a atividade esotérica de qualquer gênero, pois também vibra neste dia da semana o Sr. Omolú. As características emprestadas por este Orixá, maioral na Quimbanda, faz de seus filhos pessoas fechadas, introvertidas, que passam por grandes transformações na vida, normalmente ligadas a perdas. São protegidos contra qualquer tipo de magia. A mediunidade é aguçada desde muito jovem.

Fonte: https://web.archive.org/web/20080213004044/http://www.ruadasflores.com:80/ 

 


segunda-feira, 12 de abril de 2010

Blog do Pai Maneco: CARTA ABERTA AO SEO ZÉ



Blog do Pai Maneco: CARTA ABERTA AO SEO ZÉ

Transcrição do original publicado em 09 de abril de 2010 no Blog do Pai Maneco:

"Saravá meu nego amado, querido amigo e protetor,

Sabido é que ando lhe devendo lá umas oferendas e uns agradecimentos. Mas aí me pergunto, meu pai, quem de nós não está? Sei que meu nego não se faz de rogado pela pequena demora não. Não o senhor, grande entendedor do mundo de antes e de agora. Entende das ervas, da costura, da dor dos escravos, da beleza da miscigenação das raças, da dificuldade dos homens nas cidades pequenas e grandes. E que entende também dos meus esquecimentos despropositados! 

Então, apesar do atraso dos meus agrados, não tenho vergonha de ainda lhe fazer mais um grande pedido. O senhor, conhecedor das dificuldades da civilização de hoje, podia muito bem nos dar mais uma força bruta nesse momento tão incauto. Não podia?

É, meu pai, por aqui a coisa anda feia. Muito feia. É terremoto pro lado, ventania pra baixo, uma tal de gripe suína voltando pra cima e um alagado do tamanho da vista aqui, pro nosso lado. Agora pra andar no Rio precisa até de pedalinho – o senhor não vê?

“- Uma ajudinha, pelamor, o senhor não manda não, doutor?
- O branco estraga e nego tem que trabalhar?
- É sim, senhor.”

Pois falta ainda muito pra gente aprender, meu pai. Reforça, aqui, então, essa lida da educação dos filhos. Ensina a gente a viver de novo, a amar, respeitar o próximo e a cuidar do planeta em que vive. A ter alegria na alegria do outro, a ter felicidade na felicidade de alguém. Ajuda a tirar as vistas da ganância e a colocar os olhos de ver com amor a obra de Zambi.

Vem e traz, nego querido, essa sua imensa falange, essa família de homens e mulheres de luta. E com eles traz a gente de volta pro trilho, traz a gente pro caminho certo – que de errado a gente já foi bem longe e fez até desvio. Mostra o retorno, meu pai. O senhor e toda essa família de Zés que é quase infinita em tamanho – e eterna em fundamento.

Ajuda a gente a enxergar e entender o que é honestidade e o que é malandragem. Vem mostrar de novo o que é o jeitinho brasileiro – que não engana, não mente, mas que é versátil em toda sua destreza e maestria. Porque malandragem é fazer o difícil com um sorriso na boca, como o senhor mesmo já ensinou.

Chega aqui, ajuda a virar essa mesa cheia de corrupção, violência e estupidez. Bora botar ordem na cozinha! Jogar fora esse rango insosso, botar a nossa feijuca no fogo, preparar o pandeiro do samba bom. Traz essa força e a sabedoria, meu pai, pra gente colocar fora tudo que não presta nessa vida. Desde o falso amigo até o político corrupto, o policial cruel. 

Que é pra tentar evitar, meu pai, que mais se matem ou morram assim, com tiro no peito, em deslizamento, num infarto de estresse, numa depressão ou overdose qualquer.

Vem mais perto pra tirar seu povo dessa condição de menor abandonado, desse sentimento de rejeição.

Eu sei que é pedir demais, mas abre esse seu sorriso e seus braços um pouquinho mais, meu pai! Porque a gente é criança e precisa, sim, de luz no caminho - e de um bom colo, pra deitar e sonhar um futuro melhor pra nossa gente.

Com todo o carinho e respeito do mundo.
Sua fia branquela, 

Caroline Lipca"
___
Fonte: web:http://paimaneco.blogspot.com/2010/04/carta-aberta-ao-seu-ze.html


Saravá seo Zé Pilintra!



O Arquétipo do Malandro:
Zé Pelintra como Imagem do Trickster Nacional
por Igor Fernandes

RESUMO

Este trabalho tem como proposta fazer uma aproximação entre o personagem Zé Pelintra, Exu do panteão umbandista, e o arquétipo do trickster. A partir de pesquisas bibliográficas foi feito um resgate da história do Malandro Divino, sua origem nordestina e sua chegada à capital federal, na época, o Rio de Janeiro. Conta como se deu sua incorporação à Umbanda. Por fim, vê-se que Zé Pelintra é mais do que simplesmente um trickster e que sua vida acaba servindo de exemplo para milhares de pessoas de origem humilde do nosso país. Entretanto, sua vida foi marcada pelo arquétipo do trickster e por essa razão é feita a proposta de que tenhamos essa figura tipicamente brasileira como símbolo de um trickster nacional.

Palavras chave: Zé Pelintra, Religiões afro-brasileiras, arquétipos, trickster.

ABSTRACT

The objective of this paper is to link the character Zé Pelintra, Exu from the Umbanda pantheon, and the trickster archetype. The author tries to make a conection between the Jung theory of archetypes and the Orixas’ religion to present the resemblences and differences without reducing one for another. To reach such objective, makes use of book researches, remake the history of Zé Pelintra and at last suggests the use of this character as a symbol of a brazilian trickster.

Keywords: Zé Pelintra, afro-brazilian religion, archetypes, trickster

Zé Pelintra: origem e história

Personagem bastante conhecido seja por freqüentadores das religiões onde atua como entidade, seja por sua notável malandragem, Seu Zé tem sua imagem reconhecida como um ícone, um representante, o verdadeiro estereótipo do malandro, ou porque não dizer, da malandragem brasileira e mais especificamente, carioca. Não raro, encontra-se pessoas que o conhecem de nome e pela malandragem, mas não sabem que este é uma entidade do Catimbó e da Umbanda; outras já o viram retratado inúmeras vezes, mas não sabiam que se tratava de “alguém” e também encontraremos os que o conhecem apenas como entidade e desconhecem sua origem e história, estes porém, menos freqüentes. O fato é que a figura de Zé Pelintra, de uma forma ou de outra, permeia o imaginário popular da cultura brasileira e é retratada de diversas maneiras. Por exemplo, como nos explica Ligiéro,

Na década de 1970 Chico Buarque cria sua Ópera do Malandro. Para o cartaz do espetáculo teatral o artista Maurício Arraes utiliza a figura de Zé Pelintra mesclada aos traços faciais de Chico Buarque em um número típico de minstrelsy norte-americano, tal como protagonizado no teatro de revista e no cinema por Al Johnson [...] (LIGIÉRO, 2004, p. 142).

No início da década de 1990, o cineasta Roberto Moura lança Katharsis: histórias dos anos 80, “com Grande Othelo no papel de Zé Pelintra, e este seria o último longa-metragem desse emblemático ator negro”, lembra Ligiéro (2004). Até mesmo a figura de Zé carioca, personagem de Walt Disney teria sido inspirado em Seu Zé. Ligiéro conta a história:

Em 1940, Walt Disney fez uma viagem ao Brasil como parte do programa “política da boa vizinhança” criado pelo governo norte-americano – para pesquisar um novo personagem tipicamente brasileiro. Na ocasião, foi levado com sua equipe de desenhistas para conhecer a Escola de Samba da Portela. Naquela noite, a nata do samba reuniu-se, como fizera alguns anos antes com a visita de Josephine Baker ao Rio de janeiro. Lá estavam as figuras mais importantes do mundo do samba – Cartola, Paulo da Portela, Heitor dos Prazeres... Conta-se que foi Paulo – falante e elegante – quem realmente impressionou Walt Disney e o inspirou a criar o personagem Zé carioca. Na ocasião o sambista não estava todo de branco, tinha apenas o paletó nessa cor, mas foi o suficiente, pois essa peça passou a ser a marca de Zé Carioca [...] (Ibidem, p. 108).

E mais adiante:

O Zé Carioca do Disney, que passou a ser um símbolo do Rio de janeiro e do próprio Brasil no exterior, fuma charuto e tem um guarda-chuva que ele maneja como uma bengala. Parece que quem esteve na Macumba da Mãe Adedé foi Walt Disney, e não Josephine Baker, e que lá viu o Zé Pelintra incorporado, pois a maneira gingada de andar e o jeito irônico de seu personagem foram realmente captados da alma do nosso malandro. É difícil acreditar que ele não soubesse também que o papagaio é um dos animais consagrados a Exu (Ibidem, p.109).

Seu Zé está sempre representado seja em figuras desenhadas, seja em estatuetas, de terno branco - de linho e, veremos que provavelmente para a malandragem não era à toa, segundo Ligiéro (2004) - chapéu de palhinha com uma faixa vermelha contornando-o, gravata vermelha e sapato bicolor. Essa é sua representação na Umbanda, o típico malandro – figura que possivelmente ganhou esse estereótipo à partir da figura de Zé Pelintra.

O terno de linho branco tornou-se o símbolo do malandro por ser vistoso, de caimento perfeito, largo e próprio para a capoeiragem. Para o malandro, lutar sem sujá-lo era uma forma de mostrar habilidade e superioridade no jogo de corpo. Ao contrário dos executivos de sua época, que tentavam imitar os ingleses, o malandro não usava casimira, tecido pouco apropriado para o clima úmido dos trópicos. Seu Zé destacava-se pela elegância e competência como negro [...]. Numa época em que os negros e brancos viviam praticamente isolados, apesar da existência de uma numerosa população mestiça nas grandes cidades brasileiras, vamos observar que a figura do malandro torna-se representativa da dignidade do negro deixando para trás a idéia de um negro “arrasta-pé”, maltrapilho ou simples trabalhador braçal (Ibidem, p. 101-2).

Mas afinal, qual a origem de nosso personagem?

Seu Zé torna-se famoso primeiramente no Nordeste seja como freqüentador dos catimbós ou já como entidade dessa religião. O Catimbó está inserido no quadro das religiões populares do Norte e Nordeste e traz consigo a relação com a pajelança indígena e os candomblés de caboclo muito difundidos na Bahia.

Conta-se que ainda jovem era um caboclo violento que brigava por qualquer coisa mesmo sem ter razão. Sua fama de “erveiro” vem também do Nordeste. Seria capaz de receitar chás medicinais para a cura de qualquer male, benzer e quebrar feitiços dos seus consulentes.

Já no Nordeste a figura de Zé Pelintra é identificada também pela sua preocupação com a elegância. No Catimbó, usa chapéu de palha e um lenço vermelho no pescoço. Fuma cachimbo, ao invés do charuto ou cigarro, como viria a ser na Umbanda, e gosta de trabalhar com os pés descalços no chão.

De acordo com Ligiéro (2004), Seu Zé migra para o Rio de janeiro onde se torna nas primeiras três décadas do século XX um famoso malandro na zona boêmia carioca, a região da Lapa, Estácio, Gamboa e zona portuária. Nessa época, período de desenvolvimento urbano e industrial, a vida da população afrodescendente foi profundamente transformada. Havia um fluxo migratório intenso de sertanejos em direção a capital nacional em busca de melhores condições de vida. Nascem as primeiras favelas empurrando para os morros os migrantes dos antigos cortiços derrubados para a Reforma Passos.

Nesse contexto, Seu Zé poderia ter conseguido fama como muitos outros, pela sua coragem e ousadia obtendo aceitação pelos que se encontravam em situação como a sua. Segundo relatos históricos Seu Zé era grande jogador, amante das prostitutas e inveterado boêmio.

Quanto a sua morte, autores descordam sobre como esta teria acontecido. Afirma-se que ele poderia ter sido assassinado por uma mulher, um antigo desafeto, ou por outro malandro igualmente perigoso. Porém, o consenso entre todas essas hipóteses é de que fora atacado pelas costas, uma vez que pela frente, afirmam, o homem era imbatível.

Acontece com Zé Pelintra um processo inverso ao que aconteceu com outros famosos malandros. Muitos destes foram esquecidos ou enterrados como indigentes. Foram lendários para uma geração. Entretanto, com o passar do tempo acabaram sendo esquecidos. “Para Zé Pelintra a morte representou um momento de transição e de continuidade”, afirma Ligiéro, e passa a ser assim, incorporado à Umbanda e ao Catimbó como entidade “baixando” em médiuns em cidades diversas que nem mesmo teriam sido visitadas pelo malandro em vida como Porto Alegre ou Nova York, por exemplo.

Todo esse relato em última instância não tem comprovação histórica garantida e o importante para nós nesse momento é o mito contado a respeito dessa figura.


Incorporação na Umbanda como Exu

Seu Zé é a única entidade da Umbanda que é aceita em dois rituais diferentes e opostos: a “Linha das Almas” (caboclos e pretos-velhos) e o ritual do “Povo de Rua” (Exus e Pombas-Giras), definitivamente um outro tipo de freguesia.

Enquanto em um existe

[...] uma ética cristã com propósitos de cura dos males do corpo e proteção espiritual pela invocação tanto dos guias espirituais afro-ameríndios quanto das entidades máximas do catolicismo, incluindo o Espírito Santo, Jesus Cristo, a Virgem Maria e muitos outros santos desse populoso panteão, [...] no outro [...] a chamada moral cristã é deixada de lado permitindo que se dê vazão aos instintos primordiais na procura de soluções para os problemas terrenos oriundos de pequenezas cotidianas (LIGIÉRO, 2004, p. 37-38).

Como afirma Birman (1985), “povo de rua lembra facilmente a massa anônima que circula pela cidade, os trabalhadores, as pessoas comuns que ocupam o espaço público nas suas idas e vindas”. Na expressão “povo de rua”, fica claro o binômio casa-rua como opostos. O primeiro marca as relações familiares e o segundo o sem-domínio dando a sensação de incontrolável, o marginal. E é dessa maneira que freqüentemente são vistos os Exus principalmente na Umbanda. “Representam, pois, o avesso da civilização, das regras, da moral e dos bons costumes”, continua. A partir disso, Birman (1985) nos traz uma visão também interessante: “a identificação do exu com o domínio da rua gerou um tipo que é muito popular na umbanda: o exu Zé Pilintra, figura gêmea do malandro carioca”.

No ritual do Povo de Rua, o clima é sempre de festividade. É marcado pela dubiedade esse tipo de ritual, pois embora as pessoas que lá estão estejam à procura de uma consulta séria para resolução de seus problemas, acabam por participar do clima festivo e alegre que é constituído, entre outras coisas, de danças e bebidas. Nessa cerimônia, não só os médiuns incorporados dançam com seus guias, mas também os clientes e/ou fiéis (ou mesmo assistência, como são chamadas as pessoas que freqüentam uma gira na Umbanda seja para só ver seja para consultar um espírito) são convidados a dançar e, se for íntimo de alguma entidade, até beber com esta. E nesse clima são realizadas as consultas, no meio de muita música e alegria por mais séria que seja a questão do consulente. Como bem observou Ligiéro (2004), “Seu Zé, com seu humor iconoclasta nos lembra de que na origem da tragédia havia Dionísio, era preciso brincar com a vida para, assim, combater com eficácia a própria morte”.

Zé Pelintra e o arquétipo do trickster

Antes de começarmos a discorrer sobre estas duas imagens, seria prudente dizer que o presente artigo não tem pretensão em reduzir o malandro Zé Pelintra em um arquétipo do inconsciente coletivo. Fazê-lo seria destruir ou negar toda a diversidade de visões de mundo que o ser humano construiu ao longo de sua história. Seria tentar atribuir valores a essa diversidade em detrimento de uma imaginável e inexistente suposta classificação de que culturas são as “melhores” e quais se aproximam mais da “realidade”. No entanto, a realidade de uma cultura certamente não é a mesma de outra. Inclusive dentro da mesma cultura podemos achar visões de mundo diferente. Não existe olhar sem tradução, não existe olhar neutro que seja isento o suficiente de valores para julgar quais elementos culturais prestam ou não dentro de uma determinada sociedade.

É interessante também notar como se encontram resistências no Brasil principalmente por parte das elites (“intelectuais e pessoas esclarecidas em geral”) em assumir ou assinar, como prefere Segato, um lugar às tradições e ao pensamento afro-brasileiro que, de acordo com a pesquisadora, poderiam estar gerando um pensamento para o país. Muito embora, em algumas ocasiões essa mesma elite faça uso dessas tradições.

Como estrangeira, [...], estive muitas vezes diante da clara evidência do menosprezo com que intelectuais e pessoas esclarecidas em geral tratam a tradição religiosa afro-brasileira. [...] O deslumbramento permanente e sempre renovado de pesquisadores e cronistas estrangeiros com estes cultos contrasta com sua falta de prestígio, na atualidade, na cena nacional. Esse menosprezo das elites pode ser um efeito do racismo à brasileira, isto é, um racismo marcado pelo medo da familiaridade (SEGATO, 1995, p. 15).

Segato (1995) explica esse racismo à brasileira diferenciando-o do racismo nórdico, por exemplo, que exclui o negro justamente por percebê-lo como um “outro”, alguém bruscamente diferente e desconhecido. Aqui, entre nós, o negro é discriminado na vida pública justamente pela razão oposta: teme-se ser “o mesmo”, “a ameaça é a possibilidade de desmascaramento da mesmidade”, conclui a autora. Seria então, essa a razão pela qual a mitologia dos orixás passa totalmente desconhecida para a maioria dos brasileiros que ao invés de procurar conhecê-la e familiarizar-se com esse sistema de pensamento, prefere embarcar nas águas “brancas” da mitologia greco-romana, celta ou ainda, viking. Não que essas mitologias não tenham seu valor ou sejam pobres, e aqui mais uma vez ressalta-se a inutilidade da atribuição de valores às culturas, muito pelo contrário, são mitologias também ricas e complexas, mas esses sistemas de pensamento dizem mais respeito aos povos onde foram propagados do que a nós. 

Zeus tinha um significado muito específico na Grécia e provavelmente não nos chegou com o mesmo significado, pois não vivemos as mesmas questões humanas e não as concebemos como os gregos a concebem e vivem. Quando esse mesmo deus é “importado” pelos romanos, apesar da ponte que se faz na mitologia “greco-romana”, chegou lá com atributos muito específicos também para o povo romano, que inclusive o chama agora de Júpiter. Quando essa tradição chega ao Brasil, já chega impregnada de traduções em cima de traduções, valores sobrepostos a outros e freqüentemente, Zeus e Júpiter se tornam o mesmo deus, pasteurizado. Não captamos a essência nem de Zeus e nem de Júpiter. Só podemos saber deles através de livros que muitas vezes não tem uma assinatura confiável.

Por que então não falamos de Zé Pelintra, Ogum ou Iemanjá ao invés de nos reconhecermos em Hermes, Marte ou Afrodite, só pra citar alguns “reconhecíveis”? Estes sim estão impregnados na cultura brasileira, fazem parte do nosso dia-a-dia, estão “vivos” e “atuantes” na nossa sociedade. Muito mais fácil reconhecer Zé Pelintra nos bares e cabarés e casas de jogos do nosso país do que Hermes na Lapa carioca. 


Os gregos deviam ter alguma forma de se comunicar com seus deuses. Os gregos também faziam oferendas aos seus deuses. Mas se quisermos “falar” com um deus grego, talvez fique difícil pela escassez de canais de comunicação e, provavelmente, não saberíamos como fazê-lo. Um grego talvez fosse necessário no mínimo para uma iniciação em sua cultura. No entanto, “dialogar” com Zé Pelintra, Ogum, Iemanjá ou qualquer outra entidade do panteão afro-brasileiro, sejam estas os Orixás do Candomblé ou as entidades da Umbanda como caboclos ou pretos-velhos, já é muito mais acessível e aqui não se está falando de necessariamente ir a um terreiro conversar com uma entidade dessas incorporada em um médium, mas sim de reconhecer suas “caras” no cotidiano da nossa cultura.

Porém, devemos tomar cuidado para não pasteurizar nossos próprios deuses. Sobre isso Segato constata:

Não ignoro que tem havido um certo grau de banalização e vulgarização dos conhecimentos próprios do mundo religioso afro-brasileiro. Descrições superficiais e estereotipadas, uma divulgação massiva e jornalística dos aspectos mais aparentes e folclorizados da religião raramente acompanhados dos conhecimentos sutis e complexos que lhes servem de suporte; traduções esquemáticas e redutoras do sistema dos “orixás” para outros sistemas de arquétipos como, por exemplo, os signos do zodíaco ou o panteão dos deuses olímpicos, [...] Mas esse barateamento não é exclusivo desse mundo, e se deu, também, por exemplo, com as tradições orientais, assim como as esotéricas (Ibidem, p. 16-7).

Como exemplo podemos citar o yoga que na Índia é um sistema filosófico, um modo de vida, mas que no Brasil e demais países ocidentalizados virou, de maneira geral, ginástica.

Portanto, a proposta desse trabalho está em oferecermos ao Zé Pelintra o posto de representação do trickster no Brasil. Se por trickster está entendido ser, como o próprio Jung designou, aquele que subverte a ordem; o embusteiro; o trapaceiro; a sombra social, então estamos falando de Zé Pelintra. E mais uma vez aqui não se trata da crença numa ou outra religião, mas sim da figura, da imagem que este representa, pois como foi visto, existem as pessoas que sabem ou já ouviram falar em Seu Zé e suas histórias, mas não sabiam que este era uma entidade das religiões afro-ameríndias, para que não fique de fora o Catimbó, berço dessa personalidade. 

Não se trata tampouco, de fazermos a tradução de trickster por Zé Pelintra ou ainda que se fale em arquétipo do Zé Pelintra, mas sim de tê-lo como imagem desse arquétipo, pois este é mais próximo de todos nós e para brasileiros é muito mais fácil reconhecê-lo, seja para fins didáticos seja para ter simplesmente a imagem, do que a qualquer outra figura que se possa querer pôr em seu lugar. Seu Zé tem em sua personalidade todas as características do trickster. Como nos mostra Ligiéro (2004), Zé Pelintra tem a característica “de assumir quase simultaneamente o sagrado e o profano, o sério e o sacana”, características essas que muitas vezes são usadas para desmoralizá-lo e classificá-lo como vulgar. Mas o que é o trickster senão também o vulgar?

O malandro encarnado por Zé Pelintra, explica Ligiéro , “se coloca miticamente como um quase-herói, um vencedor que triunfa ao burlar a ordem estabelecida [...]” e implementa a sua própria ordem caótica. E o autor faz então, uma pergunta chave:

[...] se comprovadamente, os malandros desapareceram, ou ainda, se tiveram um final no mínimo trágico, fica a pergunta: Como permanece de forma insistente no inconsciente do povo brasileiro manifestando aspectos dessa energia em vários campos das atividades religiosas, esportivas e artísticas? (LIGIÉRO, 2004, p. 177).

E respondendo a sua própria pergunta, Ligiéro fala no arquétipo do malandro que nada mais é do que o nosso conhecido trickster “à brasileira”:

Creio que a permanência do modelo clássico do malandro, como algo superior das culturas negras e mestiças brasileiras, seja também decorrente do trabalho político e filosófico de admiradores e guardiões da cultura afro-brasileira. [...] Percebemos que artistas, esportistas e religiosos foram capazes de absorver o arquétipo do malandro e seu arsenal mítico sem assumirem a personalidade de marginal, abdicando dos seus traços politicamente incorretos, como o nefasto machismo e o seu aspecto agressivo e arruaceiro. Eles fizeram de sua arte/religiosidade uma articulação do mundo ancestral africano com a pós-modernidade (Ibidem, p.177-8).

Ou seja, complementando, estaríamos, assim, falando de como pode se dar a vivência desse arquétipo do malandro hoje. Pois, como se considera para qualquer outro arquétipo, a identificação cristalizada com o mesmo é que se torna perigosa. Em outras palavras, não precisamos ser essencialmente embusteiros, trapaceiros ou subvertedores da ordem, por exemplo, a todo o momento, para ter a vivência do trickster, ou como estamos preferindo enfatizar ao longo desse trabalho, da malandragem.

Em tempos de descrença nos partidos políticos, nas religiões e revoluções, Zé Pelintra, “em suas múltiplas versões, tem se mostrado um guia maleável e exemplar”. Apesar de pouco conhecido das elites – ou ignorado – e combatido pelas religiões de poder, podemos ver sua “influência” em vários setores da população. Parece que alguns políticos cristalizaram a identificação com a pior parte da malandragem se esquecendo que essa, quando trapaceava era em favor de uma classe que estava (e continua) sendo oprimida por essa mesma elite. Por outro lado, os desfavorecidos ainda recorrem à malandragem para tentar a sobrevivência em um país onde a mobilidade social é quase nula e freqüentemente encontram em Seu Zé e Ogum, o Orixá guerreiro, seus santos de devoção. O fato é que “essa entidade”, Ligiéro diz,

[...] energiza as almas convalescentes de gente do povo e da classe média, dos milhares de desempregados e dos batalhadores da economia informal: camelôs, carregadores, baianas, flanelinhas, guardas de trânsito, pivetes, vendedores de balas nos sinais, prostitutas jovens e velhas... (Ibidem, p.185).

E seja ela entendida como um santo, força ou arquétipo, é imprescindível notar o quão brasileira ela é nos falando assim quem somos, de onde viemos e, quem sabe, abrindo nossos caminhos.

Bibliografia

BAIRRÃO, José Francisco Miguel Henrique. Subterrâneos da submissão: sentidos do mal no imaginário umbandista. Memorandum, n. 2, p. 55-67, 2002. Em (http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/artigos02/artigo06.pdf) Acesso em 25 jul. 2005.

BELMONTE, T. The trickster and the sacred clown. In.: BARNABY K.; D’ACIERNO P. (eds) C. G. Jung and the humanities: toward a hermeneutics of culture. New Jersey: Princetown university press, 1990.

JUNG, Carl Gustav. A psicologia da figura do “trickster”. In.: ______. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

LAGES, Sônia Regina C.. Exu: o puer aeternus. Rubedo. 2005. Em (www.rubedo.psc.br/artigosb/exusonia.htm) Acesso em 22 ago. 2005.

LIGIÉRO, Zeca. Malandro divino. Rio de Janeiro: Nova Era, 2004.

SEGATO, Rita L. Santos e daimones. Brasília: UnB, 1995.

Este artigo encontra-se originalmente publicado em: http://www.rubedo.psc.br/artigosc/pelintra.htm